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Lute como uma garota: a evolução das heroínas nos games

Você luta como uma garota? Ainda bem!  - Montagem/UOL
Você luta como uma garota? Ainda bem! Imagem: Montagem/UOL

Do UOL, em São Paulo

21/02/2017 12h20

Com a evolução da indústria de games e da nossa sociedade como um todo, é natural que os gráficos não sejam as únicas melhorias feitas nos jogos atuais. Além de roteiros mais trabalhados, claramente os personagens e heróis dos títulos também passam por processos evolutivos, resultando em incríveis exemplos de mulheres fortes retratadas em diversos games no mercado.

Com o recente lançamento de "Horizon Zero Dawn", que traz uma grande heroína como protagonista, o UOL Jogos relembra algumas das grandes presenças femininas nos games e suas evoluções no cenário. Veja abaixo alguns nomes inesquecíveis:

  • Samus Aran

    Samus é a protagonista da série "Metroid", desenvolvida pela Nintendo, e uma das primeiras mulheres a ter o papel principal em um game. Apesar disso, sua verdadeira identidade só era revelada no final do primeiro jogo da franquia, lançado em 1986 para o famoso Nintendinho. Seu corpo era inteiramente coberto por uma armadura especial, e durante todo o game, nada se falava sobre sua origem ou raça - fator que ajudou muito na crença de que ela poderia ser um homem ou um robô. Sua história denota superação e força, sendo criada por uma raça alienígena desde adolescente, já que ela foi a única sobrevivente de seu planeta natal após um ataque devastador de piratas espaciais. Por muitos anos, toda a série de jogos Metroid se utilizou do corpo de Samus como um tipo de recompensa: quanto melhor o jogador finalizava a jogatina, menos roupa ela aparecia no final. Aos poucos, com a evolução da franquia e do mercado de games, a Nintendo lançou mão deste artifício.

  • Terra Branford

    Terra é a personagem principal de "Final Fantasy VI", jogo para o Super Nintendo de 1994, e possui uma história emblemática. Extremamente poderosa, Terra é filha de uma humana e um ser mágico esper, atraindo a atenção do Imperador Gestahl a ponto de ser raptada ainda criança. A personagem foi criada através de manipulações e rigidamente treinada para ser utilizada como arma do Império, controlada para fazer tudo que lhe fosse ordenado graças à Coroa da Escravidão. Assim que se vê livre do item perverso, Terra está confusa, amedrontada e perde suas memórias. Ao lado dos rebeldes, a personagem aos poucos descobre mais sobre ela e seus poderes, posteriormente perdendo sua vontade de lutar por conta de medos relacionados à sua capacidade de amar. Reunindo sua coragem, Terra volta a lutar, usando seu poder mágico para salvar o mundo.

  • Lara Croft

    Lara é a protagonista de toda a franquia "Tomb Raider", que começou no jogo de 1996 para Sega Saturn, PlayStation e PC. Contrariando a maioria das personagens femininas presentes nos games da época, Lara foi desenvolvida como uma arqueologista independente, inteligente e atlética que se aventurava por ruínas e tumbas em todo o mundo. Por conta da inserção deste modelo inédito, Lara é um dos nomes mais importantes na cultura pop, contando com adaptações de filmes e uma grande influência na indústria como um todo. Apesar disso, seu design original levou a personagem a ser considerada um sex symbol durante muitos anos com seu top e shorts curtos, até que recentemente, no reboot de 2013, a Square Enix reinventou Lara com um conceito que perdurava sua personalidade forte, mas com um tipo de vestimenta que conversava mais com as necessidades da heroína - afinal de contas, enfrentar uma montanha coberta de gelo exige mais do que apenas um shortinho.

  • Jill Valentine

    Jill é protagonista de diversos games de "Resident Evil", desde o clássico de 1996 até "Resident Evil 5", no qual ela co-protagonizou em dois capítulos. Basicamente, ela é uma agente de operações especiais especialista em explosivos da Aliança de Avaliação de Segurança Bioterrorismo, sendo co-fundadora da organização. Antes, ela era do exército e estava no Serviço de Táticas, Armamento e Especialidades em Resgate Seguros, divisão especial do Departamento de Polícia de Raccoon, sendo a única mulher no grupo antes dele se desfazer por conta dos casos bizarros e mortes na cidade. Extremamente independente e destemida, a personagem chuta muitas bundas e faz parte essencial em toda a trama da série "RE", seja lutando bravamente contra o bioterrorismo da Umbrella Corp., matando inimigos fortes como Nemesis ou se sacrificando para acabar com o grande vilão Wesker. É uma pena que Jill tenha sofrido alguns erros de desenvolvimento e evolução em seus trajes. Enquanto em "Resident Evil" a policial trajava uma roupa de combate completamente de acordo para sua personagem, em "Resident Evil 3" a heroína estava com uma saia e um tomara que caia... Nada melhor para combater zumbis, não é mesmo? Além disso, em "Resident Evil 5" a situação piora ainda mais, já que a jovem está em posse de Wesker, que deve ter uma inexplicável tara por pessoas loiras usando collants decotados. A série se retratou com as vestes da personagem na DLC no mesmo game, trazendo a boa e velha Jill com roupas de combate mais propícias.

  • Joanna Dark

    Lançado em 2000 para o Nintendo 64, "Perfect Dark" foi um game que tinha a missão de fazer ainda mais sucesso que o antecessor "GoldenEye 007", que na época rendeu ótimos números de venda e boas críticas. Para isso, a desenvolvedora Rare escolheu um roteiro de ficção científica, plano de fundo futurista e uma protagonista mulher: Joanna Dark, claramente inspirada na heroína Joana d'Arc, chefe militar da França na Guerra dos Cem Anos. No game, a personagem é uma agente secreta que precisa salvar o mundo do terrorismo e controle absoluto da empresa dataDyne, que conta com apoio de aliens da raça Skedar. Após diversos confrontos e missões difíceis, Joanna não apenas consegue salvar o presidente norte-americano e a Terra, como também elimina o líder alienígena maligno ao orquestrar diversos ataques pelo planeta natal dos Skedar. Posteriormente, Joanna protagonizou mais um jogo: Perfect Dark Zero, lançado em 2006 para Xbox 360, trazendo um prólogo do game de 2000.

  • Jade

    Considerada até hoje um dos melhores exemplos de personagem feminina nos games, Jade é a protagonista de "Beyond Good and Evil", jogo multiplataforma lançado em 2003. Ela é uma jornalista investigativa que foi desenvolvida pela equipe da Ubisoft com verossimilhança suficiente para parecer uma mulher de verdade, ao invés de simplesmente investir em um modelo sensual feito para agradar aos jogadores. Jade tem motivações reais, como expor a corrupção do governo e tentar desmascarar um complô alienígena por meio de evidências fotográficas. Além de sua forte personalidade, ela também sabe artes marciais e usa armas bem descoladas. Uma sequência do jogo está sendo produzida, e Jade terá suas características mantidas. Ainda bem!

  • Faith Connors

    A rebelde Faith é a protagonista por trás de "Mirror's Edge", game lançado em 2008 e que posteriormente ganhou um reboot em 2016 ("Mirror's Edge Catalyst"). Nascida em uma família que ia contra o regime totalitarista do governo, Faith perdeu sua mãe ainda nova em um protesto, o que resultou na depressão e alcoolismo de seu pai. Com apenas 16 anos de idade, fugiu de casa e começou a viver nas ruas, até encontrar os Runners e se tornar um deles. Faith tem um visual nada apelativo e lida com a repressão de seu próprio jeito, transportando documentos ou informações sigilosas pela cidade para grupos revolucionários a fim de acabar com o conglomerado corporativo de onde vive. Tudo, é claro, com muito parkour e acrobacias ousadas.

  • Clementine

    Inicialmente uma personagem não jogável no primeiro episódio de "The Walking Dead", da Telltale Games, Clem é uma menina de apenas oito anos que se vê sem seus pais no meio de um apocalipse zumbi. Do segundo episódio em diante, ela se torna a protagonista e há uma clara evolução da garota: antes, ela era uma das maiores preocupações de Lee Everett, que a resgatou de casa e a protege dos males. Depois, Clementine tem o foco apenas para ela, mostrando como seu emocional e sua inocência infantil vão aos poucos se transformando ao crescer com a dura realidade à sua volta, além das difíceis escolhas que a jovem precisa fazer pensando não apenas nela mesma, mas também em outros personagens dependentes da (agora) pré-adolescente.

  • Aloy

    Heroína de "Horizon Zero Dawn", Aloy é uma caçadora orgulhosa e independente. Criada como uma pária em sua tribo, proibida de interagir com os outros, Aloy aprendeu desde pequena a não precisar de ninguém. Ela é uma personagem habilidosa, cheia de truques, curiosa e que sabe que é melhor do que a maioria das pessoas com quem encontra em sua jornada - mas por sua própria experiência, tenta ajudar todo mundo mesmo assim. Ela não sabe nada sobre sua origem, quem são seus pais ou porque foi exilada desde o nascimento. A busca pelos segredos de seu passado e a missão de acabar com a Corrupção (força que transforma as máquinas do game em robôs malignos) vão levar Aloy em uma jornada no qual ela descobre cada vez mais não apenas sobre seu mundo cheio de perigos, mas sobre ela mesma.