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Call of Duty: Black Ops II Declassified

Pablo Raphael

Do UOL, em São Paulo

27/11/2012 18h08

É difícil recomendar "Black Ops Declassified" para alguém. Mesmo que você não se importe com a ausência de um enredo decente ou esteja desesperado por um jogo de tiro portátil, este "Call of Duty" é uma experiência frustrante que lembra muito pouco o arrasa-quarteirão que lhe empresta o nome. 

De fato, "Declassified" parece reunir todas as críticas negativas feitas aos jogos de "Call of Duty" nos últimos anos e transformar isso em um jogo. É uma experiência curta e irritante, que nos melhores momentos lembra vagamente o game no qual se inspira.

Introdução

"Black Ops Declassified" chegou com a intenção de levar a experiência de jogar "Call of Duty" para o PlayStation Vita. O jogo oferece uma campanha extremamente curta - menos de 1 hora. Há também modalidades multiplayer que não conseguem se assemelhar ao tiroteio frenético oferecido nas plataformas maiores.

Pontos Positivos

Tiroteio portátil

Segundo shooter da Nihilistic para PlayStation Vita - o primeiro foi "Resistance: Burning Skyes - "Declassified" demonstra que existe potencial para jogos de tiro em primeira pessoa no portátil da Sony, com um bom uso dos controles: você usa as duas alavancas analógicas para andar e apontar e os botões de ombro para mirar e disparar as armas. Na ausência de botões o bastante, há uma opção de 'corrida automática' nos menus.

Ataques corpo-a-corpo e granadas são lançados com toques rápidos na tela, o que pode incomodar quem tem mãos grandes, mas são menos intrusivos do que os constantes comandos de toque de "Burning Skyes". O 'reartouch pad', a superfície traseira do portátil, é utilzada para estabilizar a mira do rifle de precisão.

Ainda que pareça uma versão tosca dos controles de um verdadeiro "Call of Duty", "Declassified" mostra que há potencial no PS Vita para esse tipo de jogo. Basta que uma produtora competente gaste tempo e recursos para desenvolvê-los.

Pontos Negativos

Campanha curtíssima

Ao contrário de todos os outros "Call of Duty", não espere por uma campanha heróica e uma aventura digna dos filmes de Michael Bay. "Declassified" oferece uma série de 10 operações conectadas mal e porcamente por sua temática de Guerra Fria. Essas missões são corridas contra o relógio para eliminar inimigos, resgatar reféns e outras atividades de 'espionagem', realizadas por Frank Woods e Alex Mason - os protagonistas do primeiro "Black Ops" - no fim dos anos 1970.

Cada missão dura cerca de 5 minutos depois que você decora os eventos. As fases funcionam quase como galerias de tiro, em que você avança e manda bala em oponentes que aparecerão em uma sequência pré-determinada. Os inimigos são incapazes de reagir de maneira diferente, não importa quantas vezes você jogue o mesmo estágio.

Para deixar as coisas irritantes, como as fases são curtas, não há 'checkpoints' e quando você morre ou falha em um objetivo, volta para o começo, mesmo que tenha cumprido outro objetivo na metade do caminho. É chato, frustrante e repetitivo.

Modos Hostiles e Time Attack

Similar em conceito ao "Special Ops" de "Call of Duty: Modern Warfare 3", no modo Hostiles você luta contra ondas de inimigos em mapas fechados. Entre cada onda, você recebe itens especiais, como armas melhores, por exemplo. Por não ser tão roteirizado quanto a campanha, você pode se divertir experimentando táticas e lutando para sobreviver. Mas é uma experiência fraca e com pouca diversidade, principalmente pelo design nada inspirado dos mapas.

O Time Attack, por outro lado, é um modo com desafios em que você percorre pequenas fases atirando em alvos de madeira. Como o tutorial de "Modern Warfare 2" que mede seu desempenho para escolher um nível de dificuldade, mas transformado em um modo de jogo 'completo'.

Multiplayer limitado

A melhor parte de "Declassified" é seu multiplayer para até 8 jogadores. Mas não espere pela mesma experiência frenética que transformou "Call of Duty" na grife bilionária que é hoje. Os fundamentos são os mesmos: você ganha pontos de experiência e sobe de nível, construindo uma classe com 'perks', killstreaks, armas e equipamentos. Os mapas são pequenos e o ritmo lento das partidas torna a experiência muito inferior quando comparada aos "Call of Duty" maiores.

Há algumas modalidades populares, inclusive Kill Confirmed - ou 'Baixa Confirmada', como se chama na versão brasileira de "Black Ops II" - em que é preciso coletar as tags dos jogadores caídos para pontuar.

Um exemplo emblemático de como a falta de planejamento estragou o jogo é o mapa Nukehouse, versão miniaturizada do popular Nuketown. É um mapa apertado, mesmo em partidas 4 vs. 4, com um traçado simples demais e totalmente previsível.

 

Nota: 3 (Desprezível)