UOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos onlineUOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos online
UOL BUSCA

PC

Black & White 2

07/10/2005

da Redação
Peter Molyneux é indiscutivelmente uma das mentes mais inovadoras e geniais do entretenimento eletrônico, responsável por verdadeiros clássicos como "Magic Carpet", "Dungeon Keeper" e "Theme Park". Mas foi em 2001 que o britânico deu um de seus passos mais ousados ao trazer ao mundo "Black & White", que simplesmente transformava o jogador em deus.

De fato, o jogo apresentava algumas idéias, no mínimo, sensacionais, como a possibilidade educar uma criatura (o "titã") com boas e más atitudes, em um trabalho de inteligência artificial admirado até os dias atuais. Por outro lado, o excesso de "liberdade" (ou seria "ausência de objetivos claros"), que muitas vezes deixava o jogador perdido e confuso, acabou prejudicando o sucesso de "Black & White".

Mudar para melhorar

Aprender com as falhas é uma atitude das mais nobres, certo? Por isso, desde que "Black & White 2" foi revelado, Peter Molyneux e a própria produtora Lionhead Studios fizeram questão de deixar claro que uma das principais mudanças da nova versão seria a implementação de elementos característicos dos jogos de estratégia em tempo real.

Logo de cara, porém, quem jogou o original perceberá que certos detalhes continuam irretocáveis na seqüência, a começar pela hilária dupla formada por um anjo e um demônio, que são "conselheiros" do jogador. Sim, porque, caso você esteja por fora, a premissa por trás da série "Black & White" são as freqüentes escolhas entre o bem e o mal.

Novamente, o fictício Éden serve de cenário, habitado por quatro facções: gregos, nórdicos, japoneses e astecas. Na campanha, o jogador é o deus dos gregos e tem o nobre objetivo de levá-los à supremacia, o que pode ser feito de maneira pacífica ou, claro, através da guerra. Logo no início, ainda no tutorial, os gregos são ferozmente atacados pelos astecas, que simplesmente dizimam o que vêem pela frente. Cabe a você, após salvar alguns aldeões, restabelecer seu povo.

Basicamente, há duas maneiras de progredir: construir uma cidade boa e estruturada o suficiente para atrair os povos vizinhos e, dessa maneira, expandir seus domínios; ou construir um belo e potente exército para aniquilar aqueles que ousarem não concordar com as suas idéias de dominação.

Aliás, a palavra de ordem é mesmo "expandir", pois um anel se estende ao redor de seu território representando a sua área de influência sobre o Éden. Fora dele, pouco pode ser feito. Por isso, ter uma certa atitude ofensiva acaba sendo inevitável, caso o jogador queira avançar na jornada.

E não é que bancar deus tem lá suas vantagens? Diferente da maioria dos jogos de estratégia, você não depende inteiramente dos seus aldeões para construir um depósito ou uma casa, por exemplo. Basta arrastar o ícone, sugestivamente em forma de mão, até a árvore mais próxima, arrancá-la do solo e "despejá-la" no local da construção. Pronto! Com alguma perda de recursos, você levanta a estrutura em poucos segundos.

É preciso admitir: por muitas vezes dá vontade de aniquilar alguns estúpidos aldeões que o cercam, mas esta não é lá uma idéia das mais brilhantes. Além dos habituais recursos naturais (madeira, minério e comida), "Black & White 2" tem uma moeda fundamental: os tributos, conquistado conforme são cumpridas as missões, obrigatórias ou não. Com eles, é possível comprar novos edifícios e poderes para o titã.

Sim, o titã, a criatura (macaco, um leão, um lobo ou uma vaca) que representa o jogador no Éden. Assim como no original, é preciso "educá-la", ensinando bons (ou maus) modos de acordo com as suas atitudes. A inteligência artificial dos bichos continua interessante, mas já não é tão notável quanto em "Black & White".

Por outro lado, as reações e a modelagem dos titãs ficaram tão caprichadas que agora está muito mais fácil se apegar a eles, tamanha é a naturalidade com que agem, especialmente quando filhotes, fase das descobertas. Balõezinhos de diálogos ajudam a saber o que está se passando na mente dos titãs. Então, se ele apanhar um aldeão e pensar "será que devo devorá-lo?", é hora de repreender com tabefes ou incentivá-lo com carinhos. Da próxima vez, certamente ele saberá como agir.

Conforme a metodologia educacional adotada pelo jogador, a aparência física da criatura também vai se alterando. Além de crescer, caso ela seja ensinada a ter más atitudes, irá ganhar um visual mais "dark", com feições malignas. Em outras palavras, é possível transformar o titã em um assassino de grandes proporções, que conquista seu povo pelo medo, ou em um benfeitor, admirado por todos. Quanto mais seguidores e fé, maior a sua quantidade de tributo e, conseqüentemente, mais chances de dar novos poderes à criatura, que num estágio avançado é capaz de utilizar feitiços e travar grandes batalhas com outros titãs.

O segredo está na estratégia

A porção "estratégia em tempo real" força o jogador a cair no manjado esquema de explorar, construir e conquistar, muito embora o aspecto militar de "Black & White 2" seja bastante simples e a inteligência artificial das tropas não apresente nem 10% da inteligência artificial do titã. O jogo correria um sério risco de cair na repetição se a Lionhead Studios não tivesse acrescentado uma série de missões e quebra-cabeças entre um nível e outro, muitos deles bastante interessantes, envolvendo até mesmo a manipulação das condições climáticas.

Talvez o termo não seja o mais correto, mas a jogabilidade de "Black & White 2" está muito mais "amarrada" se comparada ao do antecessor, graças aos objetivos mais claros e diretos, fruto da estratégia em tempo real. Por outro lado, aqueles que se apaixonaram pelo mundo aberto de "Black & White" têm boas possibilidades de se sentirem frustrados, afinal, a seqüência, nesse sentido, é muito mais limitada.

Tecnicamente, "Black & White 2" beira o irrepreensível. A interface é das mais intuitivas, graças ao eficiente sistema de "arrastar e clicar", que desloca a montoeira de menus para um segundo plano e dá a tela mais liberdade para exibir belos gráficos. A modelagem dos aldeões está longe de ser das melhores, mas os níveis de zoom, a qualidade das texturas e os efeitos visuais são de encher os olhos, literalmente.

"Black & White 2" tem pretensões mais modestas que as do original: nada de revoluções ou inovações fantásticas. Molyneux preferiu unir os diferenciais da série (os titãs e a idéia de ser deus, principalmente) com uma fórmula mais funcional, tornando o jogo acessível e compreensível a um público amplo, e eliminando o que deu errado em "Black & White".

O resultado é um jogo que não divide águas, não proporciona grandes surpresas, mas diverte mais que o anterior. E, partindo do princípio que o que importa é diversão, brincar de deus realmente nunca foi tão bacana. Pena que sem um multiplayer ou outros modos de jogo que não a campanha principal a vida do título fique curta demais.

CONSIDERAÇÕES

Compartilhe:

    Receba Notícias

    GALERIA

    Black & White 2 (Pc)

    112 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Lionhead Studios
    Lançamento: 04/10/2005
    Distribuidora: Electronic Arts
    Suporte: 1 jogador
    Configuração mínima: PIV 1,6GHz; Win 2000/XP; 512MB de RAM; Placa 3D com 64MB; Direct X v9.0c
    RecomendadoAvaliação:
    Recomendado
    DOWNLOADS
    Tamanho: 617MB

    Shopping UOL

    UOL Jogos no TwitterMais twitters do UOL
    Foots - Jogo social online para Orkut
    Hospedagem: UOL Host