A natureza dos jogos de tiro em primeira pessoa acaba forçando o criador de novos exemplos do gênero a usar o típico herói durão. "Deus Ex" tentou escapar da fórmula e criar um híbrido com elementos de RPG, múltiplas soluções para o mesmo desafio e uma trama elaborada. "Chrome" tenta emprestar algumas dessas características, mas a sua produtora simplesmente não tem o porte para lidar com um projeto dessa magnitude.
Ninguém tem nome normal nos jogos de tiro?O jogo coloca você no papel de Bolt Logan, um mercenário do século 22. Depois de um amargo episódio de traição ele acaba nos confins da galáxia, envolvido em uma intriga que envolve duas enormes corporações que mineram Chrome, a mais valiosa substância conhecida. Com uma nova parceira, Logan deve completar uma série de missões e fazer algumas escolhas éticas para chegar até o fim da aventura.
"Chrome" tenta se destacar dos muitos concorrentes com pequenos diferenciais: um sistema de inventário impede que você carregue todas as armas do jogo, tendo de priorizar suas escolhas entre metralhadoras, rifles de longo alcance e bazucas. A opção de melhorar os atributos do personagem com implantes biônicos também oferece um certo grau de estratégia à mistura. O design das fases, que inclui grandes espaços abertos e construções humanas (bastante realistas para um jogo, vale ressaltar), oferece situações interessantes para as missões.
Faltou salO grande problema de "Chrome" é que, apesar desses pequenos toques que o destacam dos demais jogos de tiro, o todo sofre sérios problemas de mediocridade. Com a nova geração do gênero chegando às lojas, o esforço da Techland é louvável, mas é difícil recomendar o título para quem não é fã do estilo.
A opção multiplayer traz o típico que qualquer pessoa esperaria de um jogo feito com base na campanha para um jogador: algumas opções básicas que reciclam os conceitos convencionais do game. O tradicional "vamos colocar porque precisa ter um". Não espere mais do que isso.
Com um enredo interessante, alguns elementos que merecem destaque e uma qualidade aceitável no todo, "Chrome" é pouco mais do que "mais um jogo de tiro".
CONSIDERAÇÕES
"Chrome" chega ao Brasil quase seis meses depois do lançamento americano, mas com a vantagem de ser totalmente em português. Fãs do gênero que se sentem intimidados pelo inglês e precisam saciar sua fome até o lançamento de "Doom 3" e "Half-Life 2" não ficarão desapontados - mas também não serão surpreendidos.