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Desperados 2: Cooper's Revenge

25/05/2006

da Redação
O estilo em questão, na verdade, foi inaugurado por "Commandos", em 1998. Até então, o que reinava no campo dos games de estratégia era a fórmula em tempo real popularizada por séries como "WarCraft", "Age of Empires" e "Command & Conquer". O jogo da Pyro Studios e Eidos Interactive, no entanto, adicionou mais personalidade ao caldeirão, dentro de um contexto ambientado na Segunda Guerra Mundial.

Ao invés de múltiplos batalhões, poucas unidades - com nome e características próprias - e chances de erro mínimas (para não dizer inexistentes). O resultado? Um estilo extrema e minuciosamente tático, com missões difíceis e capazes de fazer horas passarem como minutos.

Acontece que, a partir da segunda versão, "Commandos" foi perdendo o fôlego, incapaz de renovar a si mesmo e superar o enorme impacto do original - uma tarefa das mais ingratas, é preciso admitir. Eis que, em 2001, surge "Desperados", da desconhecida produtora alemã Spellbound, levando a fórmula de "Commandos" para o Velho Oeste com grande sucesso.

Agora, vemos "Commandos" perder-se de vez com "Strike Force", que está mais para game de tiro do que para jogo de estratégia, e "Desperados" finalmente receber a merecida continuação, trazendo os gráficos tridimensionais e um modo em 3ª pessoa entre suas principais inovações - novidades suficientes para arrepiar os pêlos de qualquer purista do gênero.

Tentativa e erro

Em "Desperados 2", é possível controlar seis personagens, dentre eles cinco veteranos conhecidos da primeira versão. O estreante é o índio Hawkeye, chefe da tribo dos Lobos Brancos, que substitui a chinesinha Mia Yung. Típico índio norte-americano, honesto e fiel aos princípios, sua principal habilidade é a de matar em silêncio, o que faz melhor que nenhum outro. Mesmo na água, suas investidas são mortais.

Para aqueles que não jogaram a primeira versão, Cooper, o líder do bando, é o pistoleiro clássico, hábil tanto com armas de fogo quanto com a faca; Kate O'Hara utiliza a sua sensualidade para distrair a bandidagem; Doc McCoy, por sua vez, pode curar companheiros e, com seu frasco de veneno, abater vários inimigos ao mesmo tempo, sem fazer alarde; Sam Williams é o expert em explosivos, que nunca pode faltar em games do gênero; Pablo Sanchez, enfim, é um truculento mexicano que utiliza uma arma bastante peculiar para colocar os adversários fora de ação: a tequila.

O estilo do game continua intacto, ou seja, em uma série de missões (nem sempre com todos os personagens à disposição), é preciso cumprir diversos objetivos, desde entrar em território inimigo sem ser notado até arriscar-se em perigosos resgates, sem que haja qualquer baixa em seu bando. Ou seja: morreu, é "game over".

Ocorre que, invariavelmente, tudo está contra você: os inimigos estão em maior número, as fases oferecem poucos lugares para se esconder e, às vezes, até o relógio é um fator a mais para dificultar a vida dos jogadores. Em outras palavras, as fases podem durar horas e alternância entre "save" e "load" é freqüente, refletindo a fórmula de tentativa e erro do game.

Um passo para frente, dois para trás

A maior novidade, como já foi mencionado anteriormente, é a roupagem 3D que, sabiamente, a Spellbound incluiu como um recurso opcional. Sendo assim, os jogadores que não gostarem da visão tridimensional, podem simplesmente continuar com a boa e velha perspectiva isométrica.

Para dizer a verdade, a visão 3D, uma perspectiva "por cima dos ombros" do personagem, é utilizada em poucas situações, como duelos e cenas de ação de uma maneira geral. Em "Desperados 2", é possível explorar o interior de edifícios, quando a alternativa em 3ª pessoa pode ser atraente; mas, de uma maneira em geral, ela é descartável.

Além de mal feita. Sim, pois na visão em 3ª pessoa os comandos ficam péssimos, pouco práticos e, praticamente, só se perde tempo - algo fatal em um jogo como "Desperados 2". O campo de visão fica limitado, braços ultrapassam paredes, objetos desaparecem e aparecem do nada e por aí vai. Definitivamente, um recurso de "perfumaria" que não deu certo.

Aliás, a sensação em "Desperados 2" é a de jogar um game que chegou às prateleiras antes de ser finalizado, causada pela falta de otimização. Não bastasse o fato de rodar pesado até mesmo em máquinas mais robustas, durante a análise do UOL o jogo apresentou vários "crashes" visuais, com manchas negras, que cortam o barato de qualquer um.

A inteligência artificial, no entanto, parece não ter recebido qualquer atenção em relação a "Desperados". Basta citar a clássica situação em que três bandidos estão cuidando de uma porta, aí você mata dois deles; o terceiro entra em estado de alerta e vasculha as redondezas, até que alguns segundos passam e o sobrevivente volta ao seu estado normal, postando-se ao lado dos cadáveres normalmente, como se nada houvesse acontecido. Aí, basta voltar à carga e eliminá-lo, terminando o serviço.

Mesmo quando vários adversários entram em estado de alerta, não se vê uma tática em grupo eficiente, mas sim todos correndo de um lado para outro, embalados pela música que adquire tom de ação mais dramático. Passados cinco anos desde o lançamento do original, era de se esperar evoluções nesse sentido, só que não aconteceram.

Multiplayer que faz falta

A parte boa dessa história é que o espírito da estratégia permaneceu, em missões desafiadoras e viciantes, como os fãs da série esperavam. Em suma, se você for capaz de ignorar as deficiências técnicas de "Desperados 2", certamente vai se entreter em um jogo com muitas variações táticas. De quebra, o visual está melhor e há um personagem novo, o que já garante bons momentos aos jogadores experientes.

Ao menos, a adição de gráficos 3D tornou o jogo mais envolvente, principalmente na relação entre personagens e cenários, já que agora é possível ter uma noção mais exata dos locais que podem servir de esconderijos ou depósito de cadáveres e pistoleiros desacordados.

Além disso, o uso das habilidades especiais de cada personagem continua muito estimulante, o que contribui para o fator "replay", à medida que "Desperados 2" não possui modo multiplayer. E esta, sim, é uma falha absolutamente condenável, já que não se pode, por exemplo, jogar as missões em modo cooperativo, o que faz uma falta tremenda e diminui muito a vida útil do jogo.

CONSIDERAÇÕES

"Desperados 2: A Vingança de Cooper" , pois a Spellbound soube aproveitar, mais uma vez, a atmosfera apaixonante do Velho Oeste. Contudo, o mau uso da visão em 3ª pessoa, aliado às deficiências da inteligência artificial e à má otimização do título, frustram qualquer expectativa quanto à continuação superar o original.

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    Desperados 2: Cooper's Revenge (Pc)

    48 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Spellbound
    Lançamento: 02/05/2006
    Distribuidora: Atari
    Suporte: 1 jogador
    Configuração mínima: Pentium 4 1.9GHz; 512MB de RAM; DVD-ROM 4x; 4GB de HD; placa de vídeo de 128MB; Windows 2000 ou XP
    RegularAvaliação:
    Regular
    DOWNLOADS
    Tamanho: 340MB

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