Tudo começa com um fazendeiro (ou fazendeira) que vê um pobre velho moribundo que pede ajuda, alertando o pobre coitado de um terrível ataque. O personagem então agarra a primeira arma que vê pela frente e segue uma longa jornada para matar tudo que vê pela frente. A trama pode não ser tão elaborada quanto a épica batalha de "Diablo 2", mas a parte jogável recebeu uma atenção devida.
"Dungeon Siege" é o novo jogo de Chris Taylor, criador do excelente título de estratégia em tempo real "Total Annihilation". O pedigree é facilmente reconhecível: os comandos são aprendidos com facilidade, o desenrolar da ação é natural e cativante e o game recebeu diversas inovações que vão agradar aos fãs do gênero.
O descanso do mouseImediatamente, jogadores perceberão algumas mudanças importantes: ao invés do sistema "um clique=um ataque", o game só exige um único toque do botão do mouse para desencadear repetidos ataques que prosseguem até que o oponente tenha sido derrotado. Essa mudança fundamental ajudará os pobres tendões dos jogadores, mas também simboliza a maior diferença de "Dungeon Siege" para seu concorrente "Diablo": tudo está mais fácil e acessível.
Simples e acessívelQuem não se lembra da dificuldade de gerenciar o apertado inventário do game da Blizzard? Em "Dungeon Siege", você tem uma mula de carga só para levar o equipamento secundário. É possível também pausar o jogo e dar ordens aos personagens com cuidado e ponderação. Personagens? Sim, durante a aventura, o protagonista encontrará outros heróis das mais variadas raças comuns na Fantasia Medieval (anões, elfos e afins) que entram para a força de combate do jogador. Cada um desses tem habilidades e funções específicas: magos ficam na retaguarda, curando os personagens de ataque. Arqueiros são funcionais nos flancos, ajudando na hora de derrubar inimigos mais fortes. E assim por diante.
"Dungeon Siege" obviamente se apóia no milenar pilar dos RPGs de evolução dos personagens através do ganho de experiência. Mas ao contrário da evolução através de uma Árvore de Habilidades do concorrente, o título se apóia no treino das perícias: personagens que usam muita magia ficam mais inteligentes, enquanto aqueles que não largam de suas espadas desenvolvem poderosos músculos.
Fica claro que o objetivo de Taylor era garantir a maior acessibilidade possível, tirando uma possível complexidade do jogo em favor de fácil e de ritmo rápido e constante. Jogadores não param para ponderar estratégias complexas ou decidir quais habilidades devem conquistar - a aventura flui constantemente, levando os heróis a vagar por um caminho quase totalmente linear matando tudo que aparece pela frente.
Viagem encantadoraE é nessa hora que os gráficos de "Dungeon Siege" exercem seu papel importante. Cada centímetro quadrado do mundo de Ehb é recheado de pequenos detalhes, que vão de animais silvestres a pequenas construções que estão lá apenas para enfeitar o ambiente. A viagem dos heróis os leva por cavernas, florestas, montanhas cobertas de neve e qualquer outro ambiente que se possa imaginar - sem uma única tela de loading. A pessoa que controla a ação (e até quem estiver passando perto do monitor) vai acabar esquecendo um pouco do combate para apenas apreciar a paisagem.
Quem esperava algo mais elaborado que "Diablo" vai se decepcionar. A sacada aqui é tirar as dificuldades de controle e decisões estratégicas da frente do jogador e oferecer uma longa e mágica jornada.
CONSIDERAÇÕES
No fim das contas, "Dungeon Siege" é mais do que "Diablo com apenas um clique do mouse"... não no sentido de revolucionar o gênero, mas evoluindo a fórmula de tantas maneiras que até o fã mais ardoroso do destruidor de mouse da Blizzard não poderá resistir.