Topo

Guild Wars 2

Douglas Vieira

do Gamehall

11/09/2012 16h03

Um mundo imenso, cheio de locais e opções de exploração e que incentiva o trabalho em equipe, recompensando até os menores feitos: isso é “Guild Wars 2”.

Entre as principais características que o fazem um jogo imperdível para quem curte games online está a possibilidade de seguir uma história baseada nas escolhas que você faz para o seu personagem, o que incentiva a criar novos personagens mesmo ao chegar no nível máximo.

Além disso, “Guild Wars 2” permite que o jogador participe de combates aquáticos – algo que já foi visto em “World of Warcraft”, mas aqui eles apresentam variações, já que são exigidos equipamentos específicos para lutar contra as criaturas que habitam os mares (ou seja, esqueça suas armas convencionais).

No geral, a experiência é recompensadora e traz momentos de diversão àqueles que se arriscarem por aqui. Só faltou a ArenaNet pensar numa forma melhor para o sistema de evolução das armas, pois ele existir ou não dá praticamente na mesma.

Introdução

“Guild Wars 2” chega para ameaçar o trono de "World of Warcraft", principal RPG online do mercado que começa a fraquejar desde seu lançamento em 2004.

“Guild Wars 2” mantém o mesmo mundo do game anterior, Tyria, além de apresentar opções para todos os tipos de público: jogadores casuais podem embarcar em missões ao lado de pessoas que nunca viram e serem úteis, enquanto os que preferem experiências próximas ao que é visto em consoles podem se divertir com as histórias dos personagens.

Até mesmo aqueles que se consideram perfeccionistas e gostam de descobrir tudo que o jogo tem a oferecer vão se sentir convidados a isso, uma vez que há vários pontos para explorar e um contador que não te dará descanso enquanto estiver mostrando números diferentes antes e depois da barra – e isso é apenas um pouco do que você tem por aqui.

Pontos Positivos

Personagens com história

Geralmente, games online apresentam um enredo geral no qual seu personagem está inserido de alguma forma. Isso também acontece em “Guild Wars 2”, mas a ArenaNet ampliou esse contexto ao dar para os guerreiros uma história própria para acompanhar.

“Guild Wars 2” apresenta cinco raças para escolha: Asura, Human, Sylvari, Norn e Charr. Cada uma delas possui um motivo para lutar em Tyria, e essa escolha determina as opções de história que você pode seguir.

Como Human, por exemplo, é possível observar o enredo de uma pessoa chateada por nunca ter recuperado o corpo da irmã assassinada, que deixou passar a oportunidade de procurar os pais verdadeiros ou apenas um infeliz que não aproveitou a chance de trabalhar no circo (acredite, essa é uma das opções). A escolha vai moldar o enredo apresentado nas missões principais do game, que contam com diálogos dublados.

Tendo em vista que muitas vezes os jogadores decidem abandonar um game online quando seu personagem principal está no nível máximo, essa é uma ideia inteligente para convidá-los a experimentar uma nova aventura com outras opções.

Incentivo à exploração

O mundo de Tyria é grande, a ponto de convidá-lo com estilo a fazer vários passeios por regiões inexploradas do mapa andando, e sem que você sinta que isso é um peso ou algo chato.

Ao caminhar pelo mapa o jogador encontra vários sinais, como um losango, uma espécie de seta para cima, dois triângulos vermelhos e outros. Chegar a cada um deles representa ganhar um pouco mais de experiência e minutos de aventura na sua conta.

Dois que chamam a atenção são os locais em que é possível obter mais pontos de habilidade e as vistas. O primeiro, como o próprio nome sugere, dá mais um ponto para gastar com técnicas se a exigência for cumprida - ela varia de usar um item obitdo no local a derrotar um grupo de inimigos.

Já as vistas mostram toda a beleza do jogo. Ao chegar nesses pontos (que nem sempre são de fácil acesso e muitas vezes vão lembrar jogos de plataforma, pois é preciso estudar o local e acertar saltos para chegar a elas) a câmera mostra os arredores do local e até mesmo outros jogadores batalhando se estiverem no caminho.

Outra adição bacana é que os pontos com losango (para teleporte) não ficam seguros o tempo todo. Eles são atacados por monstros, e ficarão inacessíveis até que um grupo de heróis decida voltar lá e chutar seus traseiros do local. Esse, aliás, é apenas um dos exemplos de eventos dinâmicos dentro do jogo.

Eventos dinâmicos

Além dos ataques que ocorrem de tempos em tempos nos pontos de retorno, “Guild Wars 2” apresenta vários eventos corriqueiros e dos quais qualquer pessoa pode participar. Essas missões vão de enfrentar grupos de inimigos a escoltar viajantes, e todos são recompensados no final.

Esses são os eventos que, segundo a produtora, podem gerar consequências boas ou ruins no universo do jogo. Entretanto, o simples aviso de “Event Nearby” é o suficiente para arrastar vários jogadores para o local, então foi impossível ver algum reflexo negativo durante o período jogado para a análise - no máximo alguns personagens controlados pelo computador tombados, nada mais.

 

Combates

Outra característica de “Guild Wars 2” é a possibilidade de participar de combates aquáticos e ter uma experiência diferente da vista nos confrontos em terra.

Quando o personagem mergulha, seus equipamentos de terra são substituídos: as armas, por exemplo, viram arpões e outras que funcionam embaixo d’água, e o mesmo vale para os voltados para defesa.

Até mesmo as habilidades sofrem alterações, e as únicas que permanecem ativas em muitos casos são as provenientes do próprio equipamento de ataque e a cura - e tudo isso sem contar na sacada da produtora de colocar alguns pontos de interesse nos mares, o convidando a explorar esses ambientes algumas vezes.

Já nos combates convencionais o destaque vai para a possibilidade de uma classe ter acesso a várias opções de arma. Um Ranger, por exemplo, não fica preso ao arco e flecha e adaga, e caso queira pode carregar também espadas. Isso gera mais variações não apenas nos confrontos convencionais, mas também nas batalhas entre jogadores – e o que é melhor, elas não ficam à mostra.

Batalhas entre mundos

“Guild Wars 2” apresenta dois tipos de batalhas entre jogadores, sendo o mais divertido deles - e o que mais chama a atenção - o que coloca servidores diferentes para se enfrentar (World vs. World).

O ritmo de batalha aqui é rápido mesmo com o mapa gigantesco, e há vários artíficios para que o jogador não abandone o local. Precisa de um equipamento melhor ou itens de cura? Há mercadores vendendo. Quer participar dos confrontos, mas está num nível baixo? Sem problemas, todos automaticamente vão para o level 80.

Claro que entrar aqui num nível baixo significa que suas chances de matar alguém são um pouco menores, tendo em vista que sua força também está relacionada ao seus equipamentos. Entretanto, você não vai se sentir um completo inútil na batalha e certamente vai se divertir bastante - isso, claro, desde que curta essa modalidade.

Já o PvP clássico consiste em batalhas por pontos do mapa, que são bem variados (alguns inclusive permitem lutas aquáticas). Ao entrar nessas arenas, o personagem também recebe temporariamente o nível 80 e tem seus equipamentos substituídos por armaduras e armas específicas para o combate contra outros jogadores.

Diferente do que se vê em outras bandas, a modalidade jogador contra jogador de “Guild Wars 2” conta com um campo de treinamento onde é possível aprender o que fazer na batalha, e isso inclui como reagir contra outras classes de inimigos, já que há bonecos controlados pelo computador que tentam simular reações de oponentes reais.

Para todos os tipos de jogadores

Se você tem um computador modesto e está com medo de investir em “Guild Wars 2”, boa notícia: o game possui bom desempenho mesmo em configurações mais baixas.

Para essa análise, o game foi testado em duas máquinas com configurações diferentes: uma equipada com Windows 7 de 64-bits, processador i5, 4GB de memória e placa de vídeo GeForce GTS 450 e outra com Windows XP, um processador Core 2 Duo, 2GB de memória e uma GeForce 8600 GT.

No caso da segunda máquina, o único problema visto foi uma pequena lentidão (e apenas uma vez) numa batalha de recuperação de ponto de teleporte lotada de pessoas, mas no geral o jogo rodou bem e proporcionou uma experiência bastante agradável.

Nesse ponto também é possível mencionar que o game possui um sistema que automaticamente adapta o nível do jogador para o ponto em que ele está, o que é útil especialmente quando você quer ajudar um amigo que está começando, mas uma pancada num bicho mais fraco seria capaz de mandá-lo para o limbo. Demora um tempo para se acostumar com isso, mas nada tão longo.

Além disso, muitas missões do jogo levam em conta o famigerado “ks” (sigla para “kill steal”, ou roubar o monstro que alguém está matando), e ele é considerado nas quests que envolvem eliminar inimigos. Se dois personagens batem em um oponente, ambos recebem um acréscimo no contador - pode não ser o jeito correto, mas ao menos incentiva o trabalho em equipe.

Ainda sobre as missões, foi possível perceber que algumas delas possuíam falhas (como uma de escolta, em que a carruagem demorou para avançar mesmo depois que todos os inimigos que a ameaçavam foram eliminados), mas nada que estragasse drasticamente a experiência de jogo.

Pontos Negativos

Evolução de armas

O único deslize de “Guild Wars 2” está no sistema de evolução das armas. Elas possuem quatro técnicas para serem habilitadas além do ataque normal, mas você ativa todas elas tão rápido (com menos de 20 monstros eliminados já é possível usar o conjunto completo) que o faz pensar se não valeria mais deixar todas disponíveis de cara.

Nota: 9 (Excelente)