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Quake 4

28/10/2005

da Redação
Se "Wolfenstein 3D" foi o avô dos games de tiro em primeira pessoa (ou "shooters") e "Doom" o pai, então "Quake" pode ser considerado o filho, daqueles que dá bastante orgulho aos antepassados. Árvore genealógica à parte, o que não pode ser ignorado é que todos os clássicos acima citados nasceram do ventre da produtora Id Software, uma verdadeira autoridade do universo do entretenimento eletrônico. De qualquer forma, "Quake" sempre foi uma espécie de "xodó" e razões para merecer tal tratamento não faltaram.

Cada episódio de apresentou estilo e dinâmica bastante distintos: o original, de 1996, foi responsável pelo início e popularização dos apaixonantes "deathmatchs" via internet, em servidores espalhados pelo planeta; "Quake 2" (1997), por sua vez, acrescentou enredo à saga, baseando-se em um conflito de humanos contra uma raça alienígena, quase todo centrado no single-player; "Quake III" (1999), finalmente, reassumiu a vocação multiplayer do jogo de tiro, evidenciando isso em uma dinâmica de jogabilidade que "Unreal Tournament" faz evoluir até os dias atuais.

Portanto, como se pode perceber, qualquer novo capítulo da série tem uma "responsa" da qual não se pode fugir ou esquivar. Seria isso um dom ou uma maldição? Depende do ponto de vista. Logo de cara, "Quake 4" causa uma certa estranheza por dois motivos: em primeiro lugar, porque a Id Software resolveu delegar o seu desenvolvimento à Raven Software que, embora competente, não tem a bagagem da Id; em segundo lugar, vem o fato de o multiplayer ter recebido pouca atenção em "Quake 4" - talvez porque "Enemy Territory: Quake Wars", focado na jogatina via rede e internet, venha aí, mas, de qualquer forma, embora parecidos, são produtos diferentes.

Correr e atirar, é só começar

O jogo começa a partir de onde "Quake II" parou, dando a entender que o marine protagonista da segunda versão foi morto pelo líder dos Strogg, conhecido como Makron. De qualquer forma, o personagem de "Quake 4" pelo menos ganhou um nome: chama-se Matthew Kane, marine espacial do esquadrão Rhino, que precisa voltar ao planeta Stroggos para colocar um fim definitivo nos planos dos alienígenas.

Logo nos primeiros minutos, percebe-se que em termos de jogabilidade, não mudou muito em relação às versões anteriores - em especial, o "Quake" original. Pouco raciocínio e muitos tiros imperam em objetivos rápidos, como resgatar um companheiro ou destruir determinado alvo. Em suma, ação frenética e quase incessante. Se por um lado compensa para os fãs da série, por outro vale ressaltar que, passados tantos anos, o estilo "atirar e correr" já não consegue mais esconder os sinais da idade.

Entretanto, justiça seja feita, a Raven Software implementou algumas novidades para tentar renovar, ao menos um pouco, a jogabilidade. A mais notável delas são os seus companheiros de esquadrão, os quais, embora você não comande diretamente, mostram essencial valia nos momentos principais de "Quake 4".

Alguns dos personagens encontrados ao longo do jogo precisam ser mantidos vivos; do contrário, "game over". Porém, a maioria apenas o segue e, o quanto ficarem vivos e ao seu lado, tanto melhor. Como já dissemos, não é possível comandá-los diretamente, mas mesmo assim os personagens demonstram um certo arrojo na inteligência artificial, além de bastante resistência.

Os médicos e engenheiros, por exemplo, enchem a sua barra de energia e armadura quando solicitados, o que é realmente indispensável, já que as criatura infernais de "Quake 4" não são moleza e, como se não bastasse, adoram atacar em grupo. Outros aliados, como o engenheiro, fornecem aprimoramentos para as armas.

O arsenal, aliás, não destoa da série, com as costumeiras "gun" ("rail", "nail", "lightning" etc), além das indispensáveis escopeta e metralhadora e de uma versão da avassaladora BFG, intitulada "dark matter gun". Mas, voltando aos aprimoramentos, os engenheiros fornecem novos recursos às armas: a nailgun, por exemplo, passa a "travar" inimigos na mira, enquanto os tiros da hyperblaster ricocheteiam nas paredes e os mísseis da rocketgun saem em trio.

As seqüências à bordo de veículos - um "mech" e um tanque, na verdade - ficaram bem mais simples que o esperado, mas até que ajudam a quebrar um pouco a repetição.

Jogar sozinho é mais legal

É frustrante ver como o multiplayer de "Quake 4" ficou limitado. Não que seja ruim, mas, comparativamente, até mesmo o de "Quake II" é mais divertido e interessante. Assim como "Doom 3", o jogo limita-se ao feijão-com-arroz, no suporte para até 16 jogadores em modalidades tradicionais, como deathmatch e capture-a-bandeira. Muito pouco para a série que, já dissemos, iniciou a febre multiplayer dentre os jogos de tiro.

Ou seja, não chega nem aos pés do single-player. Nesse sentido, as comparações com "Doom 3" são mesmo inevitáveis, já que até mesmo a tecnologia gráfica foi dele reaproveitada em "Quake 4". Os ambientes são, em sua maioria, quase totalmente na penumbra, o que faz da lanterna um acessório indispensável. Por sorte, algumas das armas têm o acessório acoplado, mas em outros casos é preciso revezar mesmo.

Bem, em se tratando de qualidade gráfica, o jogo dispensa apresentações: os ambientes escuros evidenciam ainda mais os efeitos de luz, em cenários que mantém intacta a tradição mórbida e até meio "demoníaca" da série, com sangue de sobra, criaturas horríveis e por aí vai.

Embora a trilha sonora não seja exatamente um primor, com músicas simplórias, os efeitos sonoros fazem jus às armas, e as constantes comunicações com os companheiros de esquadrão, sempre recheadas de tensão, ajudam a dar mais dramaticidade ao enredo, que também não é dos mais geniais.

Bom, mas não o suficiente

"Quake 4" é divertido, sem sombra de dúvidas. Mas, depois de jogar F.E.A.R. (ou mesmo "Half-Life 2" e o próprio "Doom 3"), é preciso se perguntar se apenas isso basta. Se estivéssemos falando de um jogo de tiro convencional, tudo bem; porém, trata-se de "Quake", um nome de respeito, de uma série que se acostumou a quebrar paradigmas e levar o gênero a novos limites.

Por isso, nesse caso vale a máxima: "quando se pode ser melhor, ser bom já não é suficiente". Então, a mesma sensação de que faltou algo deixada por "Doom 3", repete-se agora em "Quake 4". Os antigos fãs da série correm um risco maior de se frustrar, principalmente se estiverem esperando por algo à altura dos antecessores, mas quem gosta de atirar, sem muito papo, se divertirá do início ao fim.

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    Quake 4 (Pc)

    109 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Raven Software
    Lançamento: 18/10/2005
    Distribuidora: Activision
    Suporte: 1-16 jogadores, multiplayer via LAN ou internet
    Configuração mínima: Pentium 4 2GHZ ou equivalente, 512MB de RAM; 2,8GB de HD; CD-ROM 8x; placa de vídeo de 64MB; DirectX 9.0c; Windows 2000/XP
    Outras plataformas: X360
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    Tamanho: 326MB

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