SimCity 4

da Redação

"Sim City 3000" foi lançado em 1999, depois de alguns atrasos, quebrando várias promessas de interatividade: o game originalmente seria apresentado totalmente em 3D, com a possibilidade de verificar individualmente cada um dos habitantes da cidade. O plano se provou exageradamente ambicioso para época (uma versão alfa estava rodando com taxas de SEGUNDOS por QUADROS, e não o contrário). O produto final acabou sendo bem diferente do plano original. Mas enquanto o criador Will Wright está desenvolvendo seus dotes com a série "The Sims", o resto da Maxis ficou com a responsabilidade de atualizar o simulador de cidades para o novo milênio.

Os fãs da série vão se sentir em casa com a interface: claramente inspirada em "The Sims", todos os comandos são separados em diferentes categorias. O jogador começa criando um ambiente natural, para depois iniciar sua carreira como prefeito. Os princípios básicos continuam os mesmo: zonear os três tipos de terreno básicos (residencial, comercial e industrial) e adicionar estruturas básicas para o crescimento: polícia, usinas elétricas, aterros sanitários, escolas e assim por diante.

Uma bela cidade

Definitivamente a maior atualização de "Sim City 4" está no departamento visual: cada prédio está mais detalhado do que nunca, e você até vê cada um deles sendo construído. Pequenas pessoas e carros enchem as ruas virtuais na tela do seu computador, e ciclos de dia e noite enchem a cidade de luz, sombra e fumaça. Com todas as opções ligadas, sua Sim City parece ganhar vida... e o seu processador parece ter ela sugada dele: junto com seu crescimento, a cidade vai exigindo mais do seu computador - e logo mover a visão vai acabar deixando o game mais lento.

E falando em lentidão, veteranos perceberão que o sistema que rege as regras da simulação mudaram bastante, deixando a evolução de sua cidade virtual bem mais lenta. O grande culpado? Dinheiro. Muitas das estruturas são bem caras - e o que é pior: quase todas exigem um pagamento mensal de manutenção. Dessa forma, é preciso aprender a ser muito paciente (e gastar boa parte do tempo gerenciando o destino do orçamento mensal para não ficar no vermelho). Essa nova dinâmica funciona bem, mas alguns podem ficar frustrados com uma cidade que parece não crescer além de pequenos prédios de apartamentos, enquanto anseiam pelos grandes arranha-céus mostrados na capa do game.

Todos amam presentes

A Maxis resgatou um dos elementos mais interessantes da excelente versão para Super Nintendo: os presentes. Dependendo da situação atual da sua cidade e da maneira como você governa, certos prédios específicos são oferecidos. Se, por exemplo, sua cidade estiver com problemas de caixa, uma empresa pode oferecer para criar um depósito de lixo tóxico em troca de uma taxa mensal. Ou se sua cidade começar a prosperar, seus habitantes podem oferecer uma estátua sua, ou construir uma mansão para você. Além de dar mais variedade, esses presentes também são um incentivo para a criatividade do jogador.

Mas apesar dessa sábia inclusão, um importante aspecto foi abandonado: os cenários. Versões antigas do game ofereciam cidades com problemas que precisavam ser resolvidos com circunstâncias pré-definidas. Não apenas o jogo não oferece esse tipo de desafio, mas também chega quase sem cidades prontas para você explorar. Claro, elas poderão ser baixadas na Internet de outros jogadores, mas mesmo assim fica a sensação de que está faltando algo.

Cidade online

Falando em Internet, "Sim City 4" promete explorar melhor a interação entre as cidades vizinhas através de um módulo online ainda não disponível na versão comercial. As cidades agora são todas parte de um território, e podem vender e comprar recursos como água, luz e espaço para descarregar lixo uma das outras. Quando o jogador trabalha sozinho, ele pode conectar essas cidades em grandes megalópoles... mas no futuro, a Maxis promete que a Internet permitirá que você se conecte às cidades de outras pessoas.