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The Da Vinci Code

22/05/2006

da Redação
O livro "O Código Da Vinci", de Dan Brown, tem sido um dos maiores fenômenos culturais da história recente, desde que foi publicado pela primeira vez em 2003. De lá para cá, foram muitas polêmicas - principalmente pelo caráter "blasfêmico" em relação ao cristianismo - e milhões de cópias vendidas. O caminho natural, que seria o best-seller virar filmes e games, acabou acontecendo.

Mas, apesar do lançamento simultâneo entre as duas mídias, a edição para cinemas contou com todo tipo de pompa, uma superprodução que teve uma estréia estrondosa, ficando entre as 20 maiores bilheterias no fim-de-semana de estréia nos EUA, com US$ 77 milhões arrecadados. Por outro lado, o game parece ser mais um caso de produto lançado às pressas para aproveitar a maré alta em torno do assunto.

A edição para videogames é o "primo pobre" da história, e não conta com os rostos milionários do cinema. Mas, se o videogame "The Da Vinci Code" não traz as pirotecnias e a sofisticação do filme, ao menos instiga o jogador com o que o livro tinha de mais interessante, que são as partes de investigar os acontecimentos e decifrar os diversos códigos.

Em vez de zumbi, um monge fanático

"The Da Vinci Code" é um adventure com ação, cuja maior parte é composta por cenas de exploração e de resolução de enigmas, um caminho natural se levada em conta a natureza da obra. Mas, para não ficar cerebral demais, há também algumas cenas de combate, que, de tão mal executadas, poderiam ficar de fora.

O andamento é de um típico game de investigação, em que os personagens Robert Langdon, um especialista em desvendar símbolos, e Sophie Neveu, criptógrafa do governo francês, devem desvendar o misterioso assassinato de um curador do museu do Louvre. Claro que o assassinato é só a ponta do iceberg de algo muito maior - tão grande que pode mudar o destino na humanidade -, que é revelado no decorrer do game.

Com visão em terceira pessoa, o jogador controla um dos personagens, dependendo da cena, e procura por pistas e novas revelações. O sistema de banco de dados guarda todas as informações adquiridas - notas, artes, localidades etc. - e é possível examinar e combinar itens. Se isso soou um tanto "Resident Evil", saiba que trata-se exatamente do referencial mais próximo de "The Da Vinci Code".

De olhos bem atentos

O começo conta a morte do curador Jacques Saunière, assassinado por um monge da Opus Dei, o albino Silas. A falta de sofisticação deixa-se notar nas cenas em computação gráfica, pouco desenvolvidas para os padrões atuais. Depois, no papel de Langdon, o jogador começa a aprender as mecânicas do game.

O funcionamento é similar a outros jogos em terceira pessoa com câmera livre. Aliás, a visão atrapalha em muitas partes, pois parece que o campo é bem estreito. O jogador também é apresentado ao modo de investigação, em que a visão passa a ser em primeira pessoa.

O intuito é "navegar" pela cena e ver os objetos com detalhes. Tudo que puder ser examinado fica destacado quando está no centro da visão, e ações correspondentes podem ser tomadas dependendo do objeto. Com isso, você manuseia objetos, lê notas, pega itens e abre gavetas, por exemplo.

Alguns itens revelam informações adicionais quando examinados na tela de inventário e outros precisam ser combinados. Logo nas primeiras partes, o jogador terá de usar esses recursos, como quando Sophie pede para ver um código atrás de seu cartão de visitas.

Briga feia

No afã de colocar algum dinamismo num tipo de jogo que tende a ser muito "parado", há algumas cenas de combate. A melhor opção é, sem dúvidas, abreviar esses momentos usando uma mecânica de ação furtiva. O sistema é precário, mas suficiente para a "inteligência" artificial dos inimigos, que caem com um único golpe. Não que os combates sejam difíceis - há diversos níveis na tela de opções -, mas são absolutamente entediantes.

Na verdade, as brigas lembram um pouco os games de luta-livre: quem acertar o primeiro golpe tem a primazia de definir o próximo ataque, que pode ser uma seqüência de socos e chutes, um arremesso ou simplesmente um empurrão. Cada um desses golpes usa uma mecânica diferente, que é mostrada na tela. Um processo similar é usado para se defender dos oponentes. Mas se houver mais de um deles, não há habilidade que livre o personagem da morte: o jeito é mesmo correr.

As animações dos golpes, principalmente das seqüências, até são bacanas, mas só nas primeiras vezes. Depois disso, as batalhas se tornam apenas burocráticas. Felizmente, quando há espaço, é possível fugir. E os inimigos apenas esboçam uma perseguição a passos de tartaruga. Pior, depois de um tempo, eles simplesmente "esquecem" o que estavam fazendo, e ficam rondando como se nada tivesse acontecido.

Ao menos, existem outros elementos de ação um pouco melhores. Em algumas partes, o jogador precisa fazer alguns comandos mais intuitivos, como na cena que Langdon precisa abrir uma janela. Nessa parte é preciso pressionar um botão repetidamente e depois colocar para cima os dois direcionais. Esse é uma mecânica usada esplendidamente em "Indigo Prophecy", que, em "The Da Vinci Code" é apenas funcional.

Desvendando o código

Ao lado da parte investigativa, os quebra-cabeças são o melhor do jogo. O grosso é formado por resolução de códigos, como anagramas, mensagens cifradas e descoberta de senhas. A dificuldade é mais alta do que se costuma ver nos videogames, mas nada muito extremo. Os personagens costumam dar algumas dicas, mas a resolução de certos enigmas pode ser bem complicada. Ou seja, um jogador médio deve "empacar" algumas vezes no game, o que pode ser frustrante dependendo de sua paciência.

Durante a investigação, o jogador também encontra alguns itens secretos, que em grande parte são descobertos naturalmente, visto que é preciso vasculhar as cenas minuciosamente somente para fazer as missões obrigatórias do game.

O andamento do jogo é basicamente linear, apesar de haver algumas cenas com maior liberdade. Mas se há algo em que que o jogo supera o filme, é o nível de detalhes da narrativa. A história do game é muito mais extensa, trazendo mais mistérios, e, em algumas partes, difere da versão cinematográfica. Por exemplo: depois que a dupla sai do museu do Louvre, Langdon investiga a igreja de St. Sulpice, enquanto Sophie vai para a mansão do curador.

Visualmente, "The Da Vinci Code" é um pouco ultrapassado. O único destaque fica por conta de alguns cenários, cujo mérito está nas esplêndidas locações originais do que no trabalho de reprodução dos mesmos. A modelagem dos personagens não chega a ser ruim, mas sofre com a falta de personalidade. A comparação é injusta com um filme que tem astros como Tom Hanks, Ian McKellen e Paul Bettany, mas é um pouco difícil se identificar com os "bonecos" genéricos do game.

Por ser um jogo mais lento, não há problemas com desempenho. Mas a edição para PlayStation 2 sofre um pouco com texturas de baixa resolução, pois há muitas cenas em que os objetos, principalmente quadros, são analisados muito de perto.

Felizmente, a parte sonora é um pouco mais competente. Não se sabe se era intenção dos dubladores, mas a interpretação ficou bastante parecida com os correspondentes do longa-metragem, trazendo a mesma profusão de sotaques - americano, francês e britânico. A trilha sonora, ainda que não seja magnífica, sustenta o clima de mistério.

Jogo para pensar

"The Da Vinci Code" é um daqueles pálidos games que acompanham uma superprodução cinematográfica. Feito sem tempo suficiente, traz problemas com controles, visão de câmera e principalmente na mecânica de combate, a ponto de diminuir seus dois únicos trunfos: a investigação e os quebra-cabeças. Quem gosta desta parte mais cerebral - e provavelmente é fã do livro - potencialmente terá boas horas de desafio e diversão, mas não sem ficar decepcionado com combates que são uma verdadeira perda de tempo.

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    The Da Vinci Code (Pc)

    21 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: The Collective
    Lançamento: 19/05/2006
    Distribuidora: 2K Games
    Suporte: 1 jogador
    Configuração mínima: Windows
    Outras plataformas: PS2 XB
    RegularAvaliação:
    Regular

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