Medieval: Total War

da Redação

Quando "Shogun: Total War" foi lançado em 2000, os estrategistas de fim-de-semana ficaram extasiados: o jogo trazia a oportunidade de retornar ao Japão feudal e participar de uma campanha de dominação caracterizada não apenas por grandes batalhas militares, mas também por política: uniões entre famílias, assassinatos e outras formas de intriga eram ferramentas tão importantes quanto cavaleiros e arqueiros. Agora, a Creative Assembly mantém a forma, mas muda o ambiente - a campanha agora explora o turbulento período Medieval da Europa.

Unindo os povos europeus cristãos e alguns invasores muçulmanos, "Medieval: Total War" reconstrói um panorama desse período no seu PC. Jogadores começam com um pequeno reino, algumas tropas e recursos que vão de princesas a títulos de nobreza. Cada um desses elementos é uma peça de xadrez no grande mapa do jogo.

Cruzadas no seu desktop

Essa metade do game é baseada em turnos, e você tem todo o tempo do mundo para enviar seus homens para batalhas em terras longínquas ou talvez enviar um possível emissário para gerenciar uma província ou ordenar um aos castelos que treinem tropas. Os elementos que não são usados em combate servem para adicionar um bônus - que pode se refletir na produtividade de um reino, seu fervor religioso, o medo dos oponentes... em suma, diversas pequenas e simples variáveis que definem o papel dessa terra no contexto histórico. Todos esses elementos influenciam diretamente o jogo. Alguns exemplos: um político habilidoso conseguirá extrair muito dinheiro de um reino com grandes reservas minerais, mas tentar manter uma província islâmica com catolicismo irá acabar causando uma revolução, e você pode perder o lugar sem sequer enfrentar uma batalha com o inimigo.

Mas essas peças são apenas pano de fundo para a metade mais importante de "Total War": as guerras. No fim de cada turno, os exércitos que ocupam um mesmo lugar são reunidos no simulador de guerra 3D em tempo real. Dezenas de tipos de unidades diferentes devem ser coordenadas para garantir a vitória - e a subseqüente ocupação do alvo do ataque.

Estratégia: planejamento e execução

Essa parte estratégica do jogo é bastante diferente de games como "Command & Conquer" e "WarCraft". Como é impossível produzir tropas DURANTE a batalha, você conta apenas com o que começou. Ter o maior número de unidades não é suficiente para garantir uma vitória - elementos como terreno, moral das tropas e a presença de soldados mais experientes pode levar a um resultado totalmente inesperado para o iniciante. É possível utilizar uma floresta para garantir a invisibilidade de um destacamento de sua infantaria, e então realizar um ataque surpresa pela retaguarda do inimigo, ou colocar uma linha de arqueiros atrás de um grande paredão de cavaleiros, enfraquecendo a tropa inimiga antes mesmo desta atingir seu território. A defesa é igualmente importante: uma formação triangular ajuda na hora de dividir a tropa inimiga, e um exército disperso é alvo difícil para arqueiros inimigos - isso sem falar dos castelos, que devem ser sitiados... é impossível não se impressionar com a quantidade de nuances presentes nessa parte do jogo.

Fãs de "Shogun" perceberão que algumas melhoras sutis foram incorporadas desde a última edição do game. As razões pela qual a Moral das tropas está alta ou baixa é discriminada, e o balanço e variedade dos tipos de soldado faz maravilhas. Essa nova variedade e as explicações detalhadas completam o pacote que já era excelente na edição anterior.