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PlayStation 2

Ace Combat Zero: The Belkan War

03/07/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Desde o lançamento do primeiro "Ace Combat", para PSOne em 1995, os céus sempre foram uma espécie de feudo para a produtora Namco, que monopoliza o mercado quando o gênero é o combate aéreo com caças. Muitos jogos tentaram competir com essa que é uma das franquias mais tradicionais da era 3D da companhia, mas o seu domínio foi ficando cada vez mais evidente, até que no PlayStation 2 passou a ser absoluta.

A estréia de "Ace Combat" nos PS2 começou com o jogo de número quatro, com uma qualidade que não deu espaço para os adversários. A Konami tentou furar o bloqueio com "Airforce Delta Strike", mas acabou sendo apenas uma imitação sem atrativos. Agora, o console recebe o terceiro game da franquia, sem novidades radicais, afinal, como diz o ditado, não se mexe em time vencedor.

O demônio dos ares

"Ace Combat Zero: The Belkan War" é um jogo de combate aéreo com aviões militares. Como todos os jogos da franquia, sua característica é ter uma cara de simulador de vôo, sem a sisudez do gênero, que é mais comum no PC. Aqui, os comandos são relativamente simples e o ritmo é rápido como um game de ação.

Como o nome denuncia, a história do game volta ao passado, mas precisamente a 1995, quando eclode uma guerra entre as nações fictícias de Belka e Ustio. Uma das qualidades da série é ter histórias envolventes e desde "Ace Combat 04: Shattered Skies" a produtora vem tentando amarrar mais o enredo entre os episódios da franquia.

Quem jogou "Ace Combat 5: The Unsung War" reconhecerá vários dos fatos que são narrados em "Zero", ligando os vários episódios na linha do tempo da série. Mas o game também faz menções menos evidentes a "Ace Combat 04" e "Ace Combat 2". Ainda, como nos outros episódios, também faz referências a países reais e acontecimentos verídicos, além de beber em mitologias, como a nórdica e a história dos Cavaleiros da Távola Redonda.

No game, o jogador vive um mercenário de nome-código Cipher, que batalha pela Ustio. Ele forma dupla com Pixy, um lendário piloto que já sobreviveu a uma batalha em que teve arrancada uma das asas de seu caça F-15. Essa história, aliás, é baseada num suposto fato verídico. De qualquer maneira, Pixy também tem o apelido de "solo wing", em alusão ao episódio e pelo fato de pintar uma das asas de seu caça.

A história é contada pela narração de um jornalista, que entrevista diversos militares que conheceram a lendária dupla de mercenários. As fases em si são contadas como flashbacks. Mais uma vez, a história envolvente faz com que o jogador entre no clima, dando propósito para as várias missões. Elas são reforçadas por ótimas cenas de "briefing" que localizam o jogador tanto na missão em si como no contexto histórico do game.

Ás do Dual Shock

O jogo continua muito similar às edições anteriores. Depois de conferir a teor da missão, o jogador escolhe uma das naves, quase todas baseadas em máquinas reais. No começo, há três modelos a disposição, mas conforme avançar de fase, novos aviões podem ser comprados. Agora, cada aeronave possui três tipos de armas especiais, sendo que apenas o primeiro está liberado - os outros dois precisam ser comprados. Escolhido tudo isso, é só definir a arma especial de seu "wingman", o seu assistente nos ares.

Apesar de ter vários níveis de dificuldade, "Ace Combat Zero" ainda é um jogo difícil, em vários sentidos. Longe de ser casual, sua faceta de simulador, ainda que diluída, exige um bom tempo de prática. O primeiro passo é se acostumar com os controles. A configuração "Novice" tenta ajudar quem acha complicado comandar uma aeronave, mas suas limitações aparecem rapidamente, pois muitos movimentos não são possíveis desse jeito, e isso acaba dificultando o game em determinadas situações.

Somente na configuração normal é possível movimentar sem amarras o avião, pois assim seus três movimentos básicos - balanço (roll), guinada (yaw) e arfagem (pitch) - podem ser feitos de forma independente. Essa liberdade é um dos pontos fortes do game e quando dominada, permite manobras efetivas e até espetaculares, principalmente quando vistos no replay, que aparece depois de concluída a missão ou a qualquer hora pelo menu.

Basicamente, as missões são de destruição, seja de alvos aéreos ou terrestres. Apesar de parecer monótono, o game se esforça para criar variedade de situações. Isso é feito de várias maneiras, como reviravoltas durante os combates. De repente, aparecem reforços, muitos deles de ases, no final da missão. Apesar de trazer alguma frustração, já que, se você for abatido terá de refazer toda a fase novamente, essa estratégia acrescenta um nível bem-vindo de tensão.

Escolha seu estilo

A dificuldade difere entre alvos aéreos e terrestres. Os primeiros são difíceis de enquadrar no campo de visão, condição necessária para marcá-los de vermelhos ("lock-on") e assim fazer os mísseis persegui-los. Mas, quanto maior o nível de dificuldade, mais perto você precisará estar das aeronaves oponentes para que você tenha uma chance maior de atingi-las. No caso dos alvos terrestres, a dificuldade é que você precisa apontar a nave para o solo, e isso força o jogador a ter de retomar altura. Mas algumas armas especiais facilitam em ambas as situações.

Mas o jogador não está sozinho nos ares. Você pode dar instruções ao seu companheiro, e isso não é nada complicado. Basicamente, você tem a opção de pedir para ele dar cobertura à sua nave, atacar livremente ou mirar em grupos específicos: aéreos ou terrestres. Se bem usado, o "wingman" pode ser de grande valia, quase decisivo no cumprimento dos objetivos.

A novidade desta versão é uma funcionalidade chamada "ace style". Trata-se de um medidor que classifica o jogador em três estilos de combate: mercenário, soldado ou cavaleiro. A pendência para um dos lados é definida por sua ação perante aos alvos amarelos no mapa, considerados neutros. Se você eliminá-los, o indicador cai para o lado mercenário, e poupando esses alvos, o medidor anda para a outra ponta, o cavaleiro. A seção soldado é o meio termo.

O tratamento é diferente apenas para as aeronaves. Muitos desses alvos, mesmo neutros, são hostis no início. Mas todos eles podem ser neutralizados ao serem atingidos por um míssil. Feito isso, eles fogem e o dinheiro que seria pago pelo abate é creditado da mesma forma. Assim, mesmo escolhendo o caminho "do bem", não há prejuízo para o bolso.

O "ace style" influencia principalmente nos ases que o jogador enfrenta. Alguns aparecem seguindo um roteiro, mas muitos só dão as caras caso outras condições sejam preenchidas. Esses pilotos diferenciados também dependem do nível de dificuldade escolhido e das ações que o jogador tomar, como destruir certos inimigos.

Com isso, a valor de replay aumenta sensivelmente, pois a cada jogada você pode escolher um novo "ace style" e/ou nível de dificuldade. Além disso, algumas fases possuem três opções de missões. Outros desafios incluem abater o máximo de ases, que nesta versão traz 168 nomes, dez vezes mais que o antecessor.

Outra novidade é um modo multiplayer, ainda que seja para apenas duas pessoas e com tela dividida. São sete fases diferentes, que permitem confronto entre jogadores ou missões cooperativas, em várias regras. Mas não foi desta vez que a série incluiu uma modalidade online, que realmente daria um valor ainda maior para o game.

Enciclopédia de aviões

Mais uma vez, o destaque dos visuais vai para os aviões e os cenários. Muitas vezes, mais notadamente nos replays, a sensação é de estar voando em panoramas reais, principalmente quando retrata montanhas e cânion. Já os mapas de cidades e florestas são mais pobres, com poucos prédios e árvores. As texturas começam a ficar pouco definidos quando vistas de perto e isso pode incomodar um pouco, mas, em geral, o visual é muito bom, chegando até mesmo a impressionar em determinados momentos.

Impressiona também o nível de fidelidade com que os aviões foram reproduzidos. Não é à toa que muitos dos modelos passaram por aprovação das empresas que projetaram as aeronaves reais, como a Boeing, BAE Systems e Northrop Grumman. O game também teve a colaboração da Força Aérea do Japão.

Não apenas o formato, mas todas as partes móveis, como os flaps, são animadas nos mínimos detalhes. Os efeitos visuais, como a fumaça dos mísseis, também estão belos, mas as explosões ficaram um pouco simples. O nível de preciosismo chega a tanto que até mesmo a redoma branca que se forma quando um avião ultrapassa a velocidade do som foi reproduzido.

A trilha sonora também mantém o alto nível dos antecessores, mesclando temas orquestrados e outras composições com instrumentos mais sintéticos, mas sempre combinando perfeitamente com a ocasião. Outro destaque fica por conta das transmissões de rádio, que ajudam a criar aquela tensão no meio de um combate. Às vezes, as frases se repetem, mas no geral, funcionam muito mais a favor.

Céu de brigadeiro

CONSIDERAÇÕES

"Ace Combat Zero: The Belkan War" mantém a alta qualidade dos antecessores, mas, por outro lado, também não traz grandes novidades. Agora, há muito mais coisas para liberar, o que aumenta a vida útil do game, assim como o multiplayer, que pode não ser o ideal, mas é uma boa adição. Quem é fã da série, provavelmente continuará voando nesses céus praticamente dominados pela Namco.

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    Ace Combat Zero: The Belkan War (Playstation 2)

    229 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Namco
    Lançamento: 25/04/2006
    Distribuidora: Namco
    Suporte: 1-2 jogadores, cartão de memória
    RecomendadoAvaliação:
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