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Disgaea 2: Cursed Memories

08/09/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Quem companhia a trajetória da Nippon Ichi Software (NIS), sabe que ela domina um gênero específico de jogo: o de RPG com batalhas de estratégia em turnos. "Phantom Brave", "La Pucelle" e o próprio "Disgaea" são exemplos disso. Esse tipo de jogo tende a ser comprido, mas os games da NIS são ainda maiores. É que eles são feitos basicamente para aqueles jogadores que adoram criar personagens absurdamente fortes, pegar todos os itens e descobrir cada cantinho, não importando o tempo que seja necessário.

"Diagaea 2", é claro, tem esse traço característico dos games da companhia. É muito similar ao antecessor, mas traz algumas pequenas adições que devem agradar aos fãs. De resto, aguarde uma enorme quantidade de batalhas e de missões para enfrentar, além do tradicional roteiro de comédia.

A dama e o plebeu

"Disgaea 2: Cursed Memories" é um RPG com batalhas táticas, em que o jogador controla um exército de personagens fazendo cada um deles mexer pelo cenário, que lembra um tabuleiro, enfrentando vários inimigos - estes também aparecem em grupo. O enredo principal já é volumoso, mas há muito mais para explorar no game.

Nesse segundo episódio, o personagem principal é Adell, um garoto que quer derrotar o deus maligno Zenon para acabar com uma maldição que transformou todos os habitantes de seu mundo em monstros, inclusive seus pais e irmãos. Estranhamente, só Adell não foi afetado pelo encanto.

Tudo começa quando sua família resolve fazer um ritual para evocar o todo-poderoso demônio, mas algo dá errado e quem acaba aparecendo é Rozalin, filha de Zenon. Por conta do ritual, princesa fica presa a Adell por "contrato" e ela combina de levá-lo até Zenon para se livrar da "amarra". Mas o verdadeiro propósito da loira é matar o herói, só não sabe como fazê-lo, pois a filhinha-de-papai nunca lutou na vida. Esse é o pretexto para a jornada dos dois, que no caminho encontram personagens ainda mais excêntricos, como alguns que fizeram parte da primeira edição.

O jogo até começa atencioso, tendo um tutorial opcional. Mas a gentileza dura pouco, pois muitas das funções são explicadas apenas superficialmente ou sequer são mencionadas. Ou seja, quem não conhece o game anterior, precisará penar mais para compreender satisfatoriamente o game. E isso pode acontecer somente depois de muitas horas de jogo. Mas, felizmente, as limitações do game são poucas e muitas coisas podem ser refeitas ou corrigidas a qualquer instante.

Na verdade, a parte RPG é bem pequena, pois não há muitas conversas na cidade. O jogo avança por capítulos, bastando vencer as batalhas principais para seguir em frente. O que mais lembra um RPG é o desenvolvimento dos personagens, além da presença de vários objetos, como armas, proteções e itens, que tem uma ampla variedade de funções.

Prepare-se para lutar

Quase a totalidade do game acontece nos campos de batalha. Para quem já jogou títulos como "Shining Force", "Fire Emblem" e principalmente "Final Fantasy Tactics", já sabe mais ou menos o que vai encontrar. A diferença é que há menos amarras. As batalhas acontecem num cenário delimitado, como se fosse um tabuleiro. Ali estão espalhados os inimigos.

Há uma espécie de portal no mapa. É dali que você vai retirar seus soldados para o combate. O número de guerreiros que você pode usar depende do mapa. Daí, é só movimentar o soldado e, se um inimigo estiver dentro do raio de ação de seu ataque, você poderá ativar vários tipos de golpes.

Mas o ataque não é ativado imediatamente. Nesse jogo, essas ações só acontecem depois de escolher o comando de executar. Essa peculiaridade é explicada pela introdução de funcionalidades como o golpe em dupla (ou em trio ou quarteto) e o combo. O primeiro acontece quando há um ou mais companheiros ao lado do atacante. Assim, todos participam do ataque sem que os ajudantes percam sua vez no turno. Já o segundo acontece quando dois os mais guerreiros miram o mesmo inimigo. Quanto mais a seqüência se alongar, maiores são os adicionais no poder de ataque.

Esse sistema de confirmar os movimentos também é útil para testar possibilidades, já que a gama de estratégia é ampla. Assim, se o jogador não tiver gostado dos movimentos que programou, pode cancelar os comandos de qualquer personagem que não ainda tenha executado seus movimentos.

Há dois tipos de ataque, um básico e vários especiais. Estes mudam conforme o arquétipo do personagem. Para os feiticeiros, a opção representa principalmente magias, enquanto uma sacerdotisa tem poderes de cura e de proteção. Soldados possuem os mais variados golpes físicos. E cada um desses vários golpes evolui, tendo seu próprio ponto de experiência.

Unidos venceremos

Mas uma das qualidades mais peculiares de "Diagaea" - e dos outros RPG-estratégia da NIS - é o comando de carregar. Com isso, você pode segurar e arremessar aliados, oponentes ou outros objetos. Naturalmente, isso amplia as opções táticas, pois você pode dar mais mobilidade para seus aliados, por exemplo. É possível até mesmo arremessar para um outro personagem e este receptá-lo, podendo também jogar para um outro lugar.

Uma das utilidades mais excêntricas da funcionalidade é empilhar um lutador sobre o outro, para formar uma verdadeira torre humana. Ao golpear nesse estado, todos participam do ataque, fazendo subir o inimigo. Essa torre também serva para destruir um certo corpo celeste em um mundo paralelo.

Nos campos de batalha há áreas demarcadas com cores. Essas partes, chamadas de Geo Panels, são influenciadas pelas Geo Symbols, que parecem pequenas pirâmides. Os efeitos dos símbolos são variados, como ter um poder de ataque maior, impedir de usar golpes de longa distância ou até mesmo a invencibilidade completa. Para ter efeito, é preciso colocar o símbolo dentro da área demarcada com cor e, assim, todos os locais que possuem a mesma tonalidade passam a ter o efeito. A estratégia está no fato de que os Geo Symbols podem ser carregados ou destruídos. Assim, você pode levar o efeito para outras áreas ou destruir as Geo Panels, machucando quem estiver nelas. Há até uma criatura que faz pirraça com as pirâmides.

Lei e ordem

As batalhas das missões principais são, no entanto, apenas a ponta do iceberg. Como na edição passada, cada item possui seu próprio mundo, chamado de Item World. Ao derrotar os inimigos nesse mundo, o item evolui. Levando em conta a quantidade de itens que o jogo possui, é de se imaginar a quantidade de batalhas a enfrentar. Mas isso é para quem quer o equipamento dos sonhos. Nesse lugar, podem aparecer, além dos oponentes de praxe, um grupo de piratas fortíssimo e a única saída, muitas vezes, é apenas fugir. E há outros tipos de mundos paralelos.

Uma das novidades de "Disgaea 2" é que os personagens podem ser intimados pela justiça. Isso pode acontecer quando um deles mata muitos inimigos ou tem um "level" muito alto. A intimação é um item como outro qualquer e, portanto, tem seu próprio Item World. O julgamento acontece num andar específico desse mundo e o resultado do julgamento afeta o personagem. Mas o veredicto atinge quem cruzou a porta do tribunal, e não quem recebeu o documento.

O telefone celular é um dos novos itens do game. Com ele, você pode chamar reforços, como um grupo de guerreiros no estilo Power Rangers, ou pedir entrega de pizzas e comida rápida, ou seja, são itens para recuperar energia. O celular também serve para negociatas com senadores. A arte imita a vida.

Por falar nos políticos, a assembléia negra, um dos recursos mais interessantes do antecessor, está de volta. Uma das funções básicas desse congresso é fornecer novos guerreiros para o grupo. Quem faz a requisição vira o mestre desses novatos. Dependendo de quanto quiser gastar de Mana, você pode ter um personagem forte desde o início.

As opções de profissão são até pequenas no começo, mas à medida que avançar no game, novas ocupações e até monstros são adicionados, ampliando muito o leque. Mas as possibilidades não param por aí, pois há como trocar de classe, e repetindo isso, pode-se criar um guerreiro quase perfeito, com quase todas as habilidades e vantagens. Como se vê, é um prato cheio para aqueles que gostam de evoluir em níveis absurdos.

Mas há outras coisas que você pode pedir para a assembléia, como novos itens nas lojas, inimigos mais fracos ou recursos de guerra. A possibilidade de sucesso varia conforme o personagem e a requisição, mas há manobras para ter mais votos a favor. Cada grupo de senadores possui poder de influência e características distintas. Para vencer a votação, vale subornar e outras formas de manipular os monstros políticos, como fazê-los acordar, dormir, ficar bêbado ou sóbrio. E se nada disso der certo, você ainda tem a opção de convencer o congressista pela força, mas as conseqüências podem ser ruins depois.

Animação à toda prova

Em termos gráficos, não houve muito progresso. Mas "Disgaea" depende muito mais de desenhos tradicionais em 2D, como nos avatares das batalhas e das cenas não-interativas. Quando há diálogos, aparecem figuras maiores, em estilo de desenho animado. Por falar na técnica, a abertura é feita em animação tradicional, como nos animes japoneses. A topografia dos mapas são meio quadradas, mas deve ser proposital para que o jogador saiba diferenciar os limites de cada "casa" do tabuleiro. As texturas estão bem desenhadas, mas pecam por ter baixa resolução. Os golpes mais potentes são mostrados com animações especiais e alguns são bem bacanas.

A trilha musical, no geral, é vibrante, para combinar com o clima cômico do game. Não é nada memorável, mas funciona muito bem dentro do contexto. Pode-se escolher entre dublagens em japonês ou inglês (o texto é sempre na língua de Shakespeare). Os atores de voz japoneses usam aquele tom típico para anime e isso funciona bem também no game. Já os dubladores americanos forçam demais, como algumas raras exceções.

Memórias nada malditas

"Diagaea 2: Cursed Memories" praticamente repete as funcionalidades do primeiro episódio. Por um lado, isso garante a boa diversão do antecessor, pois trazia um desafio equilibrado, mas, por outro, falta novidades. Quem gostou do primeiro, deve curtir este episódio também, desde que não se importe em repetir os mesmos procedimentos. Para quem quer começar a jogar um game desse gênero, talvez seja complexo demais, mas nada que o tempo não possa resolver. Apenas garanta que tenha muitas horas para jogar.

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    Disgaea 2: Cursed Memories (Playstation 2)

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    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Nippon Ichi Soft.
    Lançamento: 29/08/2006
    Distribuidora: Nippon Ichi Soft.
    Suporte: Cartão de memória
    Outras plataformas: PSP
    RecomendadoAvaliação:
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