Drakengard

da Redação

Fãs de RPGs que gostam de iniciar sua experiência de mergulhar em um mundo fictício lendo o manual do jogo em questão vão ficar entusiasmados com a documentação de "Drakengard": o livreto pinta um mundo fantástico, de influência predominantemente européia, em que humanos criam pactos complexos com criaturas como Golems e Dragões. O resultado desses contratos é um sacrifício pessoal (voz, cabelo, visão - a punição parece variada) e uma marca na forma de uma elaborada tatuagem. A descrição dos personagens e seus papeis numa complexa novela parecem um sonho e levarão o jogador a colocar o disco no PlayStation 2 com muita pressa - apenas para decepcioná-lo com uma das mais repetitivas fórmula já vistas no console.

Eu já vi isso antes...

"Drakengard" é um ambicioso projeto que mistura a ação de combate individual épico de "Dynasty Warriors" com o vôo emocionante de "Panzer Dragoon". O jogador controla Caim, um cavaleiro cuja irmã - prometida em casamento para seu melhor amigo - é eleita para uma importante posição religiosa e deve ser tratada como deusa. Atacados por um império maligno e à beira da morte, Caim forma um pacto com um dragão do sexo feminino para conseguir forças para salvar a irmã - perdendo a voz no processo.

Caim é colocado em um grande mapa repleto com centenas de inimigos, sendo que alguns específicos (exibidos no mapa) precisam ser derrotados. Depois de acabar com todos os alvos designados, você precisa se dirigir até um certo ponto da fase. A maioria desses estágios pode ser vencido simplesmente apertando repetidamente o botão de ataque e usando o direcional para se mover de maneira eficiente. A diferença é que um rápido toque permite que você salte para as costas do dragão (em ambientes abertos), dizimando tropas inteiras e se movendo com maior agilidade - apesar de comprometer a experiência do herói e de suas armas.

A outra metade do jogo é composta por fases exclusivamente aéreas, nas quais a companheira escarlate deve destruir inúmeros monstros e aeronaves em pequenas arenas com movimento livre. O mesmo sistema de travar alvos e tiros especiais de "Panzer Dragoon" é empregado, assim como a evolução do dragão com ganho de experiência.

Máquina de moer inimigos

Apesar das duas partes do jogo gozarem de uma direção de arte única, a falta de variedade e problemas tecnológicos ferem demais a experiência. A variedade de oponentes é quase nula, e a maioria dos soldados terrestres simplesmente espera parada pelos ataques do herói. O pior é que não só o alcance do radar é muito curto, mas os inimigos literalmente pipocam do nada quando você se aproxima. Sem muitas opções de golpes, a experiência rapidamente se torna repetitiva ao ponte de desestimular até quem estava empolgado com a trama.

Visualmente, o game se esforça para capturar o espírito céltico de "O Senhor dos Anéis", mas o curto campo de visão (com uma terrível névoa) e fases pintadas por poucas cores fazem com que a experiência visual seja quase tão maçante quanto a jogabilidade.

"Drakengard" é divido em capítulos e versos, além de missões independentes para ganhar experiência, que podem ser repetidas à qualquer momento. Alguns dos versos servem apenas para desenrolar a trama, mostrando as muitas discussões dos protagonistas assim como alguns curtos vídeos. O sistema de experiência é simples, porém funcional: tanto o cavaleiro quanto o dragão ganham pontos que aumentam suas respectivas forças e energias. Da mesma forma, o herói encontra nova armas que operam de maneira vagamente diferente e podem ser melhoradas com experiência para se tornarem mais poderosas (mais dano, mais magia, combos mais longos). Cada uma conta com uma magia específica, mas que geralmente serve apenas para causar dano em áreas maiores.