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PlayStation 2

Drakengard 2

06/06/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Nem só de "Final Fantasy" e "Dragon Quest" vive a Square Enix. Às vezes, a empresa, famosa por seus RPG, se dedica a criar franquias novas, como foi o caso do primeiro "Drakengard", lançado em 2004. A proposta era trazer as batalhas massivas como as de "Dynasty Warriors", em combates aéreos com dragões, como se inspirado pelo clássico "Panzer Dragoon", da Sega, tudo isso com pitadas de RPG.

Apesar de promissor no campo das idéias, a resultado final ficou abaixo das expectativas. Agora, "Drakengard 2" tem a missão de corrigir as falhas do primeiro episódio, mas a impressão que fica é que, mesmo que algumas delas tenham sido sanadas, grande parte dos problemas ainda persiste.

Coração de dragão

O estilo de "Drakengard 2" é exatamente igual ao do primeiro, misturando combates em terra contra uma grande quantidade de inimigos com batalhas aéreas, como se fosse um simulador de vôo, mas a bordo de um dragão. Algumas fases aceitam apenas uma das "modalidades", enquanto em outros estágios, você tem a liberdade de escolher como quer lutar.

Um dos pontos fortes do antecessor era o enredo, que era um tanto bizarro. Os personagens principais do game, como os amigos Caim e Inuart, fazem pactos com criaturas mitológicas, como dragões e fadas. Mas não sem um preço: todos perdem funções biológicas preciosas, como a fala e a visão, e uma tatuagem fica estampada na localidade correspondente.

Acontece que, de maneira shakespereana, Inuart vem a fazer pacto com o dragão negro, que matou os pais de Caim e arruinou seu reino. Além disso, na edição japonesa, há menções sobre incesto e pedofilia, devidamente retirados ou, no mínimo, suavizados nas versões ocidentais.

Mas todo esse enredo forte ficou bem pálido em "Drakengard 2", que se passa 18 anos após o primeiro jogo. O protagonista é Nowe, que vive com um dragão desde pequeno. Ele vem a fazer parte de uma ordem de cavaleiros que mantém o selo divino, que protege o mundo da calamidade. Mas depois da traição de seu general, e suas dúvidas em relação à ordem, ele resolve desertar e proteger as pessoas da opressão dos cavaleiros.

O game começa, para variar, com uma bela apresentação em computação gráfica, bem ao estilo da Square Enix. Apesar de ainda ser bonito, não tem o mesmo nível de produções como "Final Fantasy XII" ou "Dirge of Cerberus", jogos já lançados no Japão. Mas, ao menos, os vídeos são usados bastante durante os doze capítulos do jogo.

No ar e na terra

A primeira fase é exclusivamente aérea, ou seja, você controla o dragão. Um tutorial, em forma de texto, explica os principais controles. O ser mitológico pode cuspir fogo, que é um ataque forte, mas não tem nenhum poder de perseguição, ou "marcar" os alvos, segurando o botão de ataque, e soltar vários projéteis guiados automaticamente. Mas esse ataque tem menos poder de destruição. Ao pegar itens especiais, o dragão pode usar ataques mais fortes, como diversos feixes de laser brancos que perseguem quem estiver por perto, além de outros tipos de "bafos".

No campo da "dirigibilidade", o jogador tem a opção de acelerar ou fazer um desvio rápido para uma das laterais, além de poder mudar a direção em 180 graus. Há também uma opção para marcar um inimigo específico, para não perdê-lo de vista.

O problema dessas fases é que são burocráticas, quase sempre compostas por inimigos estáticos. Apesar de eles atacarem, a impressão é de estar lutando com uma pedra. De vez em quando, aparecem alguns inimigos mais animados, mas nem tanto. Somente quando se encara um esquadrão de aviões e dirigíveis gigantes, a ação fica mais intensa e compensadora, mas esses momentos são poucos e, mesmo assim a empolgação não costuma durar muito.

Sendo assim, as batalhas em terra continuam sendo a principal diversão do game. Não que exijam mais habilidade que as porções aéreas, mas porque simplesmente é divertido lutar contra uma grande quantidade de inimigos. Nesse sentido, "Drakengard 2" deu um passo para trás. Agora, aparecem menos inimigos por vez.

Mas há pontos positivos também. O ritmo de jogo está melhor, com fases mais curtas, e, mesmo nas maiores, pequenos trechos de história ajudam o jogador dar uma respirada entre uma área e outra. Mas isso também não vale para as fases mais avançadas, que continuam gigantes e podem levar quase 30 minutos para serem completadas.

O pior é morrer no meio da missão, o que significa ter de fazer tudo novamente. Ao menos, a experiência acumulada até então fica intacta. Um sistema de "checkpoints" poderia ter ajudado a dar um ritmo melhor quando o personagem morresse.

Fazendo fila para apanhar

Dificuldade mesmo, o jogador encontra pouco. Grande parte dos inimigos não requer mais que pressionar incessantemente o botão que aciona o golpe rápido. Apenas alguns inimigos especiais e chefes exigem um pouco mais de estratégia, como trocar de personagem ou usar desvios.

O grande inimigo de "Drakengard 2" é mesmo a câmera. Não há configuração que consiga torná-la funcional. Ou seja, o ângulo definido pelo computador não permite ter noção da situação, tendo o jogador que ajustar a visão a todo instante. Na hora da confusão, o radar se torna seu melhor amigo.

Em ambientes abertos, Nowe pode chamar o dragão Legna e usá-lo para fazer ataques aéreos. Nesse momento, o jogador se torna praticamente invencível, já que apenas poucos inimigos são resistentes a essa ofensiva, ao menos nas fases iniciais. Mas muitos deles também têm a capacidade de responder ao fogo, motivo pelo qual você precisará lutar em terra contra esses oponentes.

O dragão também tem alguns ataques especiais. Apesar de o visual ser bacana - em um dos golpes, Legna simplesmente devora a presa - não há aquela sensação de devastação do primeiro "Drakengard", em que o dragão incinerava quem estivesse à sua volta, não raro matando quase 50 soldados de uma só vez.

Muita ação e um pouquinho de RPG

Tendo elementos de RPG, cada personagem - quatro, no total - e o dragão ganham experiência e nível. Os guerreiros ficam mais fortes e o ser mitológico ganha também a capacidade de "travar a mira" em mais inimigos simultaneamente. Além disso, cada arma também pode ser melhorada, com experiência, em até três níveis.

Em geral, as novas armas requerem menos tempo para chegar ao nível máximo. Isso é bom, pois o jogo traz uma vasta coleção de armas, divididas em cinco tipos: espada, espada longa, cetro, lança e machado. Os dois primeiros pertencem a Nowe, enquanto cada uma das três classes restantes é de personagens específicos.

Cada arma tem sua seqüência de golpes específica e uma magia associada. Cada classe também possui vantagens e desvantagens contra determinados inimigos. Mas tudo isso pode ser ignorado na maior parte do game, que se resolve com golpes simples. Mas se o jogador quiser explorar as seqüências, encontrará alguns movimentos cheios de estilo.

As magias, no contexto do game, servem apenas para acelerar o processo. Quando muito, podem salvar o jogador de inimigos mais difíceis, mas isso é raro. A procura pelas armas está mais fácil, pois muitas podem ser compradas nas vilas. Naturalmente, as mais poderosas estão bem escondidas.

Um pé no passado

Alguns jogadores também não vão gostar do sistema de escolha de fases em "Drakengard 2". No jogo anterior, todas as fases passadas podiam ser revisitadas, podendo até mesmo liberar enredos paralelos. Agora, o jogador tem à disposição apenas os capítulos de história e as expedições livres. Mesmo assim, o título possui cerca de 30 horas de jogo.

Em termos visuais, o jogo tem problemas típicos de produções de dois ou três anos atrás, como cenários simples, algumas texturas anuviadas e uma curtíssima profundidade de visão. Os inimigos, por exemplo, só aparecem quando estão relativamente próximos. A modelagem dos personagens tem alguns detalhes, mas certos inimigos abusam das linhas retas. Ao menos, a tela corre de forma suave, quando não há muitos elementos ao mesmo tempo.

A trilha sonora é a que se espera de um jogo com clima medieval/fantasioso, com uso intenso de orquestra, uma fórmula sem contra-indicações. Os efeitos sonoros também mantêm um bom nível de qualidade. Em geral, as falas estão boas, mas alguns dubladores forçam um pouco o tom. Ao menos, a empresa não economizou na produção, já que quase todos os textos são falados.

Sem sair do lugar

Entre melhorias e alguns retrocessos, "Drakengard 2" ainda não conseguiu ser o jogo que se poderia esperar da mistura de combates contra exércitos e batalhas aéreas, fórmulas que deram certo em grandes clássicos. E você gosta de jogos de ação e um pouquinho de RPG, talvez vislumbre um bom jogo, apesar de os combates serem um tanto repetitivos.

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    GALERIA

    Drakengard 2 (Playstation 2)

    59 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Square Enix
    Lançamento: 14/02/2006
    Distribuidora: Square Enix
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    RegularAvaliação:
    Regular

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