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Lord of the Rings: The Third Age

06/01/2005

da Redação
Depois de explorar os filmes da série "O Senhor dos Anéis" com jogos de ação e estratégia, a Electronic Arts mergulhou em um dos gêneros que mais prometem empolgar os fãs de Tolkien: um RPG. "Third Age" segue eventos inéditos paralelos ao filme, enquanto copia descaradamente "Final Fantasy X", da Square Enix. Mas a falta de experiência no gênero e a tentativa de fazer um jogo acessível a todos tiraram parte do mérito do produto final.

Aragorn esteve aqui

Como mencionado, "Third Age" se desenrola de forma marginal aos eventos dos filmes de Peter Jackson, contado as aventuras de Berethor, um cavaleiro de Gondor que procura Boromir. Ele acaba se juntando a outros personagens, incluindo os tradicionais arquétipos de elfo, anão e "ranger", e juntos passam por muitos dos cenários da Terra-média visitados pelos heróis da Sociedade do Anel.

Quem reclamou da falta de liberdade de "Final Fantasy X" ficará ainda mais decepcionado com "Third Age": jogadores são colocados em mapas pequenos e lineares com poucas bifurcações (que eventualmente levam ao mesmo destino), passando por cenários que são claramente divididos em fases inspirados em lugares como Moria, Rohan e Minas Tirith. No decorrer da travessia desses corredores, jogadores enfrentaram inimigos em batalhas que copiam o sistema de luta do popular RPG da Square Enix, resolvendo uma série de objetivos quase todos obrigatórios, mas os opcionais podem ser resolvidos apenas explorando o resto do mapa (que aparece na tela).

Às armas!

O combate é claramente o foco do game: personagens não ganham dinheiro e não visitam cidades tradicionais de RPGs com lojas, e mesmo as interações de conversas com NPCs (personagens não jogáveis) são as mais restritas já vistas no gênero. As lutas nos mapas se restringem a dois tipos: obrigatórias em pontos chaves do mapa e opcionais. Essa segunda variedade acontece em locais pré-definidos - se o jogador ficar muito tempo em um local onde o Olho de Sauron brilha, um combate eventualmente acontece. Com exceção de algumas batalhas surpresas antes de baús espalhadas pelo caminho, quase todas são anunciadas.

Apesar dessa fórmula que parece mais voltada para um game como "Diablo" ou "Demon Stone", a luta é baseada em turnos. Exatamente como em "Final Fantasy X", retratos dos personagens e inimigos mostram no canto da tela a ordem de uso. Até três personagens podem ficar no campo de batalha de cada vez, e podem ser trocados em qualquer turno do jogador, sem perder a iniciativa. Ataques são divididos em convencionais, magias e golpes especiais - cada qual rendendo pontos de experiência únicos para liberar novas habilidades escolhidas pelo jogador - muito similar ao visto na continuação de "Final Fantasy X".

Mesmo quem não tem experiência em RPGs não terá dificuldades na maioria das batalhas do jogo. Os golpes especiais são bastante destrutivos, e levando em conta que energia e magia são completamente recarregados ao salvar o game (e existem diversos pontos para isso em cada mapa), cruzar boa parte do game sem maiores problemas não requer habilidade e nem sorte. Exatamente por causa disso, alguns chefes podem parecer desafiadores, mas são mais fáceis que os da maioria dos RPGs.

Bere-quem?

Para os fãs do gênero, o game ainda traz outro problema sério: enredo e personagens não são desenvolvidos com muito cuidado. Quase toda a trama é contada através de uma narração "telepática" de Gandalf (dublado pelo ator Ian McKellen), com montagens de cenas do filme ao fundo. Algumas poucas cenas 3D do jogo mostram os personagens jogáveis interagindo. A maior parte da trama fala da Sociedade do Anel, que aparece apenas em poucos momentos da aventura e os eventos mais dramáticos dos protagonistas são descritos por Gandalf, mas não mostrados. Tudo isso dificulta qualquer envolvimento emocional do jogador. A impressão é que game e trama são elementos completamente separados, juntados artificialmente por equipes diferentes durante a produção do software.

O RPG tenta oferecer alguns extras além das limitadas jornadas opcionais na forma de uma modalidade cooperativa e o "Evil Mode", mas ambos são fracos. O modo cooperativo (totalmente offline em todas as versões) simplesmente divide o controle dos personagens entre dois jogadores, enquanto "Evil Mode" é uma reunião de batalhas da aventura que liberta itens especiais com o diferencial que o jogador controla os vilões. Essa última opção nem oferece opção de exploração, apenas cola lutas em seqüência direta.

Mas se faltou conhecimento para produzir os elementos tradicionais do gênero, a equipe tentou compensar isso na produção técnica. "Third Age" recria os ambientes do filme com grande detalhe, além de oferecer uma trilha sonora fiel ao longa-metragem e uma dublagem competente. Pequenos detalhes, como cada pedaço de novas armadura e armas mudarem a aparência dos personagens, não passam desapercebidos e reforçam o cuidado em reproduzir o universo fantástico de Tolkien.

CONSIDERAÇÕES

"Third Age" é uma prova que a criação de um RPG tradicional exige um tipo de experiência e longos cronogramas de produção que não podem ser substituídos por um orçamento generoso. Apesar disso, os não-iniciados no gênero que gostam de Tolkien podem ver isso como uma alternativa light para mergulhar novamente na deliciosa Terra-média.

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    GALERIA

    Lord of the Rings: The Third Age (Playstation 2)

    57 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: EA Games
    Lançamento: 10/11/2004
    Distribuidora: EA Games
    Suporte: 1-2 jogadores, cartão de memória
    Outras plataformas: GB GC XB
    RegularAvaliação:
    Regular

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