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PlayStation 3

Afro Samurai

06/02/2009

OTÁVIO MOULIN
Colaboração para o UOL
"Afro Samurai" nasceu nos mangás criados por Takashi Okasaki e se tornou uma febre nos EUA depois que sua adaptação para animê foi lançada por lá, com voz e co-produção do ator Samuel L. Jackson. A história do guerreiro com penteado afro em um Japão feudal alternativo cativou pela ação brutal, diálogos descolados, direção de arte diferenciada e uma trilha sonora saborosa, criada por The RZA, um dos cabeças do lendário grupo de hip-hop Wu-Tang Clan e autor de temas para filmes como "Kill Bill" e "Ghost Dog".

Não tardou para um jogo de videogame entrar em produção, com o trabalho sob responsabilidade da novata Surge e supervisão da Namco. "Afro Samurai, o game, reconta a origem do personagem principal, com sua busca de vingança pela morte do pai e a necessidade de enfrentar vários oponentes para ser considerado o "número 1" do mundo, com o mesmo estilo do anime. Pena que a mecânica não consiga se manter à altura da resto.

Estilo é tudo

Decapitação em câmera lenta
Ao ligar o seu console, a primeira coisa que chama a atenção é o estilo. "Afro Samurai" é um jogo charmoso, com visuais bastante caprichados. A Surge seguiu com a técnica de cell-shading, disfarça os modelos 3D poligonais para tentar criar a ilusão de que são chapados, como em um desenho 2D. O diferencial é que a equipe conseguiu aplicar texturas repletas de ranhuras, sombras e borrões que se assemelham a desenhos feitos à mão, como nos quadrinhos, criando imagens impressionantes. Os contrastes também adicionam muito ao clima, com vermelhos fortes predominando graças aos litros de sangue disparados, principalmente em sequências em que o cenário fica em preto e branco.

A dublagem e a música completam uma ambientação fenomenal. Samuel L. Jackson se divide entre Afro e seu companheiro Ninja Ninja acompanhado de Ron Perlman (de "Hellboy") e Kelly Hu (de "X-Men 2") , em uma sucessão de diálogos espirituosos e repletos de palavrões. A trilha, inspirada nos temas originais de The RZA, mantém a ação sempre no ritmo certo, com várias batidas funkeadas que raramente aparecem nos games.
No entato, é decepcionante notar que estes elementos caprichadíssimos são constantemente sabotados pelo restante da apresentação. A começar pelos efeitos sonoros, que por vezes parecem falhar e deixam golpes sem som. Há falta de sincronia em vários trechos, sabotando até mesmo algumas falas dos atores ou simplesmente cortando completamente os sons da ação quando próximo a momentos de loading.

A câmera é outro elemento que parece ter sido desenvolvido de qualquer maneira. Longe de criar as belas composições do mangá ou dos animês, a visão que o jogador tem da ação é desengonçada, com muitos ângulos ruins que encobrem partes importantes do cenário ou mesmo os inimigos. Há a constante necessidade de ajustar as tomadas a todo instante e, que para piorar, possui controles horizontais invertidos, sabe se lá por qual razão.

Andando e batendo

Sem ouvir ou ver direito, Afro faz o que pode para aniquilar seus inimigos. E ele é daquele tipo de sujeito que faz muito com pouca coisa já que, mesmo contando com vários combos, é vencer a quase todos utilizando apenas ataques fracos e fortes. É tudo raso demais e, como agravante, há um sistema de colisão falho que tira um pouco da graça; por muitas vezes você não tem a sensação de estar acertando ninguém, mesmo que visualmente esteja.

Ritmo, movimento e sangue
No meio disso ainda há algumas passagens de plataforma, mas o único ponto da mecânica realmente empolgante é quando o personagem utiliza seus ataques com Focus. É o tal esquema em preto e branco, quando tudo fica mais lento e Afro é capaz de ser ainda mais malvado. Ao acionar os ataques no momento certo, espere para ver braços arrancados, cabeças decepadas e soldados divididos ao meio, com direito a sprays de sangue para todos os cantos.

Destroçar os inimigos é bem bacana, mas não dá para empolgam por muito tempo. As lutas só ficam mais complicadas quando os chefes resolvem aparecer, pedindo padrões diferenciados de combate e um pouco de paciência perto de alguns ataques mais apelões. No fim das contas mesmo os duelos contra tais figuras empolgam mais pela mudança de ares do que pela mecânica em si.

CONSIDERAÇÕES

"Afro Samurai" respeita o material original, apresentando visuais sensacionais que parecem criados à mão e uma dublagem de primeira qualidade, com vozes de Samuel L. Jackson, Ron Perlman e Kelly Hu. Triste é saber que tamanho capricho não se estendeu à mecânica, simplista e repetitiva, e aos movimentos de câmera, que teimam em sabotar o jogador em momentos críticos da ação. Quando se nota que o jogo prende mais a atenção pelo desenvolvimento do enredo do que pela própria interatividade, talvez seja hora de largá-lo correr atrás do animê.

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    Afro Samurai (Playstation 3)

    105 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Namco Bandai Games
    Lançamento: 27/01/2009
    Distribuidora: Namco Bandai Games
    Suporte: 1, jogador, cartão de memória
    Outras plataformas: X360
    RegularAvaliação:
    Regular

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