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Battlefield 3

CLAUDIO PRANDONI

da Redação

28/10/2011 17h42

"Battlefield 3" honra a série com um modo multiplayer absolutamente sensacional, apresentando todas as marcas registradas da série - como mapas imensos e veículos diversos - e acrescentando à fórmula um empolgante sistema de evolução, missõe cooperativas para duas pessoas e os gráficos maravilhosos do motor gráfico Frostbite 2. Pena que a campanha para uma pessoa seja tão sem graça, curta e cheia de pequenos defeitos.

Introdução

A série "Battlefield" nasceu como uma experiência exclusivamente multiplayer, mas neste terceiro episódio canônico a situação mudou: a produtora Electronic Arts e o estúdio DICE acrescentam à fórmula uma campanha para um jogador, buscando bater de frente com a franquia "Call of Duty", que apresenta tanto missões cinematográficas como partidas online extremamente populares.

A carta na manga é o motor gráfico Frostbite 2, que promete um visual sensacional, com efeitos de luz e partículas extremamente realistas, personagens e cenários detalhados e cenários destrutíveis.

Pontos Positivos

Gráficos impressionantes

O carro-chefe de toda a campanha de divulgação de "Battlefield 3" foi o motor gráfico Frostbite 2 e, de fato, ele é tão revolucionário e impressionante quanto a Electronic Arts alardeou.

Os efeitos de luz são absurdamente realistas, valendo o mesmo para as recriações de fumaça e partículas suspensas no ar. Tudo isso com texturas detalhadas e bem definidas, taxa de quadros estável e animações convincentes.


De maneira geral, tanto para quem acompanha o mundo dos games quanto para aqueles totalmente alheios a esse universo, a sensação que fica é de ver um novo nível de qualidade em gráficos feitos por computador.


O bacana é que isso não fica apenas no quesito estético, já que o novo motor gráfico permite criar cenários destrutíveis. Um inimigo teima em se esconder atrás daquele carro, mureta ou árvore? Sem problema, basta sentar o dedo no gatilho e detonar a cobertura.


Enfim, são gráficos de última geração que realmente afetam a maneira de se jogar, pois cria insegurança e tensão raramente vistas em games de tiro, já que não é possível ter certeza se o local em que você está é realmente seguro.


No PC, é necessário ter uma máquina potente para conseguir rodar o game com todas as opções gráficas no máximo, o que requer um bom investimento. Nos consoles caseiros, a redução de qualidade é bem perceptível, mas isso não significa que o jogo tenha ficado feio. No final das contas, falhas e vantagens de uma plataforma se equiparam às da outra: o PC tem visual melhor, mas exige configuração potente, enquanto os videogames tem gráficos inferiores, mas ganham na praticidade de simplesmente pegar o disco do game e instalar no console.

Multiplayer arrasador

A franquia nasceu como uma experiência multiplayer e esse continua sendo o aspecto mais brilhante em "Battlefield 3". A fórmula é a mesma: cenários gigantescos, ampla variedade de veículos (incluindo aí os cobiçados caças), classes com equipamentos e habilidades distintas e grande ênfase no trabalho em equipe.

"Battlefield 3" dá um passo para frente para a série com seu motor gráfico, que permite um visual impressionante sem perder a performance.


Cenários que mudam de acordo com o desenrolar da partida fazem parte da experiência, assim como um elaborado sistema de evolução, que premia não só sua dedicação ao modo multiplayer, mas também às classes específicas, com itens únicos para cada uma.


De tão equilibrado e divertido que é o multiplayer online de "Battlefield 3", mesmo quem é ruim de mira acaba encontrando espaço, já que conquistar territórios inimigos, armar e desarmar bombas e dar apoio aos colegas também rende pontos.


Para completar com louvor, a opção ainda dispõe de missões cooperativas, que oferecem uma experiência mais simples e descontraída em relação ao multiplayer tradicional e à própria campanha para um jogador. Aqui, até duas pessoas encaram pequenas missões, baseadas em trechos da campanha single player, com objetivos definidos e placares online de pontuação. A ação é rápida e furiosa e trabalhar em conjunto com o colega é fundamental para vencer o computador.


Logo no lançamento, os servidores da versão para PC funcionaram perfeitamente, sem qualquer tipo de lag. O mesmo não aconteceu com as versões para consoles, que apresentaram problemas de conexão, às vezes até ficando totalmente fora do ar durante um dia inteiro.

Pontos Negativos

Campanha fraca

Tiro pela culatra da Electronic Arts. Provavelmente tranquila com o alto nível de qualidade do modo multiplayer, a empresa tratou de criar altas expectativas para a campanha single player do jogo, uma estreia em episódios numerados, a linhagem principal de "Battlefield 3".

Infelizmente, as missões para um jogador não fazem jus a toda essa expectativa, o chamado 'hype'. Alguns dos pontos mais empolgantes da campanha já apareceram há meses nos trailers de divulgação do game o que tira muito da surpresa. Para complicar ainda mais, eles são raros pontos altos em missões longas e insossas, que se arrastam sem grandes emoções, o que tira ainda mais o impacto desses trechos.


Como acontece na maioria dos games de tiro em primeira pessoa hoje em dia, a campanha é pontuada por segmentos totalmente roteirizados, ou seja, em que tudo acontece automaticamente e sobra para o jogador apenas a opção de olhar em volta e apertar um botão de ação ou tiro quando lhe é pedido. A fórmula se repete aos montes em "Call of Duty", mas "Battlefield 3" peca por fazer isso em momentos sem grandes significados.


Por exemplo, em certa missão seu personagem e os companheiros de esquadrão descem um fosso fazendo rapel e tudo que se pode fazer é apertar o botão de pulo para descer - e só quando o jogo mandar. Pior ainda: as fases em caças, que apresentam um visual estonteante, parecem mais passeios de montanha-russa, já que o movimento da aeronave é todo automático e a única responsabilidade do jogador é mirar e apertar o botão de tiro para lançar mísseis ou rajadas de metralhadora.


Caso a história fosse boa, grande parte dos momentos 'automáticos' até poderiam ser perdoados, mas não é o caso. A produtora DICE joga seguro até demais e desenrola uma trama com fuzileiros americanos se envolvendo em muitas confusões no Oriente Médio contra uma turma de terroristas do barulho. Familiar? Até demais. Além de batida, a trama ainda conta com personagens sem carisma e pouco desenvolvidos.

Defeitos de programação

Nem toda a experiência e competência da DICE e todo o tempo de testes alpha e beta conseguiram sanar "Battlefield 3" de defeitos de programação, os famigerados 'bugs'.

Verdade seja dita: o multiplayer online está praticamente livre de defeitos sérios. Ainda é possível ver um ou outro errinho de colisão, por exemplo, mas nada que comprometa demais a experiência. O grande problema está na campanha principal mesmo, que sofre de falhas diversas.

Convenhamos, a campanha para um jogador é criada para proporcionar uma experiência intensa, impressionar e jogador com momentos de pura adrenalina e de quebra mostrar os gráficos sensacionais do game - o que em parte justifica a grande quantidade de cenas 'automáticas'. Contudo, toda a magia e imersão se quebra ao ver uma árvore voando, parada em pleno ar como um beija-flor, ou coisas do tipo.


Por exemplo, em certa missão eu seguia meus colegas de esquadrão até que eles atravessaram uma porta, como se fossem fantasmas, e me deixaram para trás. Meu personagem não podia abrir a porta, já que o jogo não previa isso, então fiquei esperando alguns segundos até que um dos outros soldados voltou, atravessou a porta novamente e escancarou ela com um chute. Infelizmente, a lista se prolonga.


Para fechar o pacote, a aventura é bem curta, mesmo para os padrões atuais de jogos de tiro em primeira pessoa, e em pouco mais de 6 horas pode ser batida mesmo por jogadores pouco experientes no gênero.

Nota: 8 (Ótimo)