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Ghost Recon: Future Soldier

Rodrigo Guerra

do UOL, em São Paulo

22/06/2012 18h32

“Ghost Recon: Future Soldier” oferece uma boa variação para os jogos de tiro da atualidade. É um game estratégico que, mesmo com uma história clichê, permite grandes momentos para a aventura cooperativa, seja na companhia dos amigos, seja com a ajuda dos soldados controlados pelo computador.

Existem alguns problemas pontuais (como gráficos datados e a má utilização do Kinect) e outros mais severos (como a ausência de pessoas para uma disputa competitiva).  Mas no geral é um game divertido e serve de inspiração para quem procura muito mais do que correr por um trilho desmiolado com aspiração a filme de Michael Bay.

Introdução

Situado em um futuro próximo, “Ghost Recon: Future Soldier” mostra a história de um grupo de soldados que foram treinados para usar o que há de mais avançado em tecnologia militar.

Agora é a hora de colocar essa parafernália tecnológica em uso e o alvo é um grupo extremista russo que abre suas asas na América Latina. Mesmo com uma história um pouco batida, “Future Soldier” é um jogo de tiro tático, diferente da ação hollywoodiana que tomou os títulos do gênero nos últimos anos.

Pontos Positivos

Bugigangas futuristas

Quando surgiu no início dos anos 2000, a série ?Ghost Recon? , assim como todos os jogos da grife ?Tom Clancy?, tinha como mote o realismo e ações estratégicas. Mas os tempos mudaram e hoje em dia é praticamente impensável pensar em um game no qual o jogador pode morrer com apenas um tiro. ?Future Soldier? joga a última pá de terra no caixão do realismo e, para falar a verdade, isso até foi bom.

O game mostra como os avanços tecnológicos são testados em campo de guerra, como a camuflagem ótica, sensores de posicionamento inimigo, robôs, drones e outras bugigangas que parecem ter vindo diretamente de um filme de ficção científica.

Essas ferramentas ajudam na hora de fazer incursões e dominar áreas tomadas por inimigos. Os sensores de movimento ajudam o jogador descobrir onde estão os inimigos e assim eliminar a ameaça que está logo em frente.

Os robôs e drones podem tanto servir como uma ferramenta de distração, quanto como uma forma inteligente de acabar com os inimigos sem se expor. São brinquedinhos bacanas e que realmente adicionam novas formas de encarar um campo de batalha.

Tiro com estratégia

Encare ?Future Soldier? como um jogo de estratégia em terceira pessoa. Por mais que existam diversas cenas de ação, elas não são o principal atrativo do game. A parte mais bacana é trabalhar com sua equipe, seja no modo cooperativo online ou com os companheiros controlados pelo computador.

Você pode marcar soldados inimigos mostrando para seus aliados seu posicionamento e preparar uma emboscada para acabar com todos de uma forma rápida e limpa. Isso acontece com nova mecânica chamada SyncShot, que permite que todos atirem ao mesmo tempo e sem alertar os seus alvos com apenas o apertar de um botão.

Em certas partes você vai cair em uma cena de ação digna de um ?Call of Duty?, mas isso não quer dizer que você precisa esquecer-se de suas habilidades estratégia. Marcar soldados e atirar com o SyncShot é um recurso para ser usado mesmo em situações de tensão.

Variado

A variedade de missões durante a campanha mantém o jogo com o ar de novidade do início ao fim. Este não é um jogo de correr por um corredor atirando em tudo que se move. Existem momentos que você deve proteger um VIP, resgatar reféns e também diversos tipos de missões furtivas.

Todas essas missões vão aumentando em grau de dificuldade e complexidade, porém, para os já iniciados aos games da série é altamente recomendado jogar em dificuldades mais elevadas, afinal os outros ?Ghost Recon? são muito mais difíceis do que ?Future Soldier?.

Pontos Negativos

Visuais datados

A parte gráfica parece datada, lembrando uma transição de gerações. Enquanto existem áreas muito belas e bem trabalhadas, existem momentos que texturas mal feitas, prédios aparecendo do nada e papelões surgem do nada e se destacam no cenário, quebrando a imersão do jogador.

Os indicadores de tela, conhecidos também como HUD, também são mal trabalhados e intrusivos. São tantas as informações que aparecem na tela, que mais atrapalham do que ajudam e sempre trazem o jogador para o mundo real e interferem na imersão da aventura.

Multiplayer solitário

Enquanto o modo de campanha é muito bacana de ser jogado com a companhia de amigos, o mesmo não pode ser dito nas partes competitivas. São diversos modos disponíveis, como um horda que aqui é chamado de Guerrilla. O básico também está aqui, como os clássicos mata-mata solo e por times, e um modo por objetivos. O problema principal é: não há ninguém para jogar.

Foram diversas tentativas de UOL Jogos e em nenhuma delas foram encontrados jogadores suficientes para iniciar uma partida.

Mal uso do Kinect

A expressão ?Melhor com Kinect? não é verdadeira. A única opção usar o sensor de movimentos da Microsoft é durante os testes e configurações de armas. Mesmo assim os movimentos não são reconhecidos de maneira apropriada e, honestamente, só atrapalham a experiência de jogo. Como esta é uma parte opcional, é melhor deixá-la quietinha no canto.

Nota: 7 (Bom)