Ys: The Oath in Felghana

DOUGLAS VIEIRA
Colaboração para o UOL

Há quem seja contra remakes, dizendo que eles não passam de uma maneira barata de explorar um título de sucesso para conseguir mais dinheiro. Ainda que essa hipótese seja real em alguns casos, é impossível dizer que tais relançamentos não sejam benéficos, como este "Ys: The Oath in Felghana".

Para os que não tiveram a oportunidade de conferir a versão lançada para PC, em 2005, "The Oath in Felghana" narra as aventuras do protagonista Adol Christin e seu amigo Dogi (que também está em "Ys Seven", mas não é controlado aqui) na região de Felghana, um lugar pacífico que foi assolado por diversas criaturas (novidade?). É nessa região, divida em áreas, que o personagem passa por diversas batalhas em busca de liberdade para o local.

A lei da espada

A mecânica de "The Oath in Felghana" segue um sistema simples, que se domina rapidamente: há um botão para ataque, um para pulo e um para magia. E não se espante: você passa parte do tempo pressionando apenas esses três (e ocasionalmente as teclas de ombro para alternar acessórios e magias) e acha que é demais em algumas batalhas.

As lutas, aliás, são o maior destaque do game. Como em boa parte dos RPGs com combates em tempo real, é de se esperar que o simples esmagamento dos pobres botões seja suficiente para vencer os confrontos, o que não acontece aqui: mesmo inimigos comuns possuem particularidades, e tais características levam à exploração de várias combinações, de ataques aéreos a magias - e isso porque não estamos considerando os chefes.

No caso dos chefes, é preciso usar mais de uma estratégia em batalhas que raramente são vencidas na primeira tentativa, seja pela variação dos movimentos dos adversários ou pelo tempo necessário para descobrir o que fazer. Em todo caso, espere por inimigos gigantes - algo característico da série - e cenários variados para os combates, inclusive áreas em que o personagem se move praticamente na vertical ou na horizontal.

Graficamente falando, quase nada foi alterado se comparado à versão para PC. Em contrapartida, novos arranjos para as músicas ajudam a ditar o ritmo exato de cada situação - aliás, a recomendação é de encarar os desafios de "The Oath in Felghana" com um fone de ouvido, para apreciar melhor a qualidade das faixas.

Se comparado à parte musical, as dublagens também dão novo ritmo ao jogo. Em um período em que muito se critica as atuações em games, é de se estranhar que quase todos os personagens que você encontra tenham vozes características e que dão o tom certo em cada situação (ressalva feita apenas às falas de Margo, uma senhora que aparentemente está fazendo "hora extra" no mundo com a sua empolgação ao abrir a boca).

Apesar de aqueles que já se divertiram com o jogo no passado não encontrarem fortes motivos para dar uma chance a esse remake, os demais terão bons momentos ao longo de aproximadamente 15 horas - isso sem contar alguns extras desbloqueáveis, como o modo em que é possível enfrentar todos os chefes no menor tempo possível. Claro, isso não acrescenta nada na experiência principal, mas dá a chance de encarar um oponente, no mínimo, forte.