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E3 2011: Com baldes de sangue, "Ninja Gaiden 3" diminui a dificuldade da série

ANDRÉ FORTE

Colaboração para o UOL, de Los Angeles

08/06/2011 05h12

Muito se especulou sobre como a Tecmo se sairia nessa continuação de "Ninja Gaiden 3", já que o principal líder do Team Ninja e um dos mais importantes nomes do jogo, Tomonobu Itagaki não faria mais parte do projeto.

A primeira grande dúvida, causada em grande parte pelo próprio Team Ninja em entrevistas contraditórias, era referente à dificuldade do jogo, já que ora os produtores
clamavam para um apelo mais casual, mas em outros momentos voltavam atrás e garantiam a dificuldade tradicional da série.

Nesse ponto, o demo da E3 demonstrou ser muito mais próximo do primeiro, com destaque negativo para uma inteligência artificial ainda crua. Os jogadores que se aventuravam no belo cenário chuvoso do demo viram oponentes fáceis de serem batidos, que pouco se defendiam ou esquivavam das espadadas do ninja Ryu Hayabusa. Para piorar, pouco atacavam, dando a impressão de que estava ativado um suposto modo "jogador casual".

Além do tradicional esquema "ande e destrua os inimigos", o demo se apega a trechos de "quick time event", em que é necessário apertar botões específicos para superar determinadas situações. Graças a essa novidade, a ação é interrompida com frequência, lembrando muito outro jogo do estilo, o "Ninja Blade", do Xbox 360. Se por um lado a dinâmica do jogo sofre com interrupções, ao menos as cenas de corte desses momentos são todas muito bem trabalhadas. Em certo momento, Ryu foge de inimigos e, ao avistar um caminhão cruzando à sua frente, se vê obrigado a escorregar e passar por baixo dele, deixando em seu rastro dezenas de gotículas de água.

Em outros momentos, o jogo pede combinações de botões similares a "God of War", como uma escalada de parede em que se deve apertar de forma intercalada os botões L1 e R1. Além disso, o ninja mostrou diversos golpes especiais, como um movimento em que seu braço fica em chamas para desferir golpes mais poderosos e precisos.

Já a inteligência artificial mostra deficiência. Uma das novidades é a ação furtiva, em que Ryu larga o estilo carniceiro para atacar os personagens pelas costas sem ser notados e é nesse ponto que a I.A. se mostra ainda crua. Mesmo ao avistar os personagens pela frente, os oponentes sequer se mexiam, facilitando o bote.

Por fim, os baldes de sangue realmente voltaram, não deixando nem um pouco saudade do estilo mais "leve" de "Sigma 2". Em seus ataques, Ryu deixava rastros de sangue, que formavam poças no chão após os seguintes desmembramentos e oponentes se arrastando pelo chão. Isso é um alento aos fãs, pois dificilmente a Tecmo deixará de incluir um modo tradicionak para os jogadores hardcore, ao passo que a dificuldade mais casual pode atrair uma nova legião de fãs que não curtiram o jogo pela alta dificuldade das lutas.