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E3 2011: Com elementos estratégicos, "X-COM" recupera identidade, mas continua na sombra de "BioShock"

PABLO RAPHAEL

Enviado especial a Los Angeles

08/06/2011 12h11

Quando "X-Com" foi apresentado na E3 de 2010, o game da Take 2 não impressionou a equipe de UOL Jogos. Na ocasião, a releitura do clássico de estratégia como um jogo de tiro em primeira pessoa não trouxe nada de novo para o gênero e, pior ainda, não apresentava sequer gráficos compatíveis com outros títulos contemporâneos.

Em 2011, em uma sala decorada como um abrigo nuclear, a Take 2 trouxe algumas novidades para "X-Com", o suficiente para conferir ao game um  pouco de identidade própria, mas ainda não foi o bastante para se afastar da a sombra de "BioShock".

Ambientado nos Estados Unidos na década de 1950, "X-Com" é uma espécie de "Homens de Preto" levado à sério: uma agência secreta do governo, formada por membros da CIA, FBI e FDA com tendência para o bizarro, investiga casos de avistamento alienígena ou contatos imediatos. Talvez mais importante ainda, apreende armas e artefatos dos extraterrestres, reproduzindo em seu próprio arsenal a tecnologia de outros mundos.

A trama e as sequências de animação capturam bem o clima paranoico da época, quando os comunistas eram os verdadeiros E.T.s infiltrados na sociedade norte-americana. Essa atmosfera de caça às bruxas é fortalecida com o detalhe de que os invasores podem assumir aparência humana. Em "X-Com", os alienígenas estão em qualquer lugar, podem ser qualquer pessoa.

No controle de Willian Carter, o jogador é o chefe de um grupo de agentes. Antes de cada missão, é preciso selecionar quais membros estarão no grupo, cada um com habilidades específicas, de acordo com seu domínio da tecnologia extraterrestre.

Durante o combate, você pode pausar a ação e posicionar seus soldados, dar instruções com flanquear o inimigo e utilizar os poderes especiais à sua disposição, como um campo de força ou raios de energia para desativar o equipamento do oponente temporariamente, antes de partir para cima com um arsenal que mistura itens de ficção científica e armamento mundano, como escopetas e metralhadoras.

O jogo capricha na ambientação, com referências à "Guerra dos Mundos", "Vampiros de Almas" e "Arquivo X". O sistema de seleção de unidades, posicionamento tático e uso de poderes especiais acrescentou um toque de estratégia que tornou o jogo mais parecido com o "X-COM" original e lhe deu identidade própria.

A trama, porém, até onde foi mostrado pela 2K, parece bastante linear e orientada para a ação. Se os produtores souberem aproveitar a agência e a paranoia de uma invasão alienígena e andamento, então "X-COM" poderá ser um novo sucesso. Se permanecer como está, será um bom jogo, mas ainda assim lembrado como o outro game dos produtores de "BioShock".