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Gamescom 2011: No duelo do futebol virtual, "FIFA 12" goleia no realismo e "PES 2012" para no tempo

THÉO AZEVEDO

Enviado especial a Colônia

18/08/2011 18h32

“O que você prefere: ‘FIFA’ ou ‘Pro Evolution Soccer’”? Nos últimos anos a rivalidade entre as duas franquias de futebol acirrou-se de tal modo que a preferência por uma ou outra é quase definidora de personalidade: se você curte “FIFA”, dá grande valor à simulação realista, profunda e complexa; se gosta de “PES”, quer uma experiência verossímil, é claro, só que mais rápida e simples.

Aparentemente há espaço para dois games de futebol no mercado, mas a questão crucial aqui é que, nos últimos anos, “FIFA”, considerado até então um “jogo arcade”, evoluiu tremendamente graças a um belo trabalho da EA Sports, passando a atrair os fãs de “PES”. Aos montes. A Konami, por sua vez, parece ter parado no tempo, mantendo o seu outrora “Winning Eleven” sem grandes mudanças.

Após jogar “FIFA 12” e “Pro Evolution Soccer 12“ na Gamescom 2011, feira de games que se realiza na Alemanha, fica claro que esta tendência deve permanecer ao menos por mais uma temporada: enquanto o jogo da EA Sports evolui em aspectos como dribles, impactos e contusões, “PES 12” lembra muito a versão anterior, ainda que acompanhada de algumas novidades interessantes.

  • Divulgação

    "FIFA 12" tenta inovar com dribles melhores, novos sistemas de defesa e colisões

Grosso modo, a inovação mais ousada de “PES 12” é a possibilidade de controlar, através do direcional analógico direito, um jogador que não está com a bola, facilitando tabelinhas e passes para se livrar da marcação e ficar na cara do gol. O recurso é bacana, mas só o tempo e o uso à exaustão mostrarão qual será o seu real impacto na jogabilidade da série.

De resto, notam-se animações mais fluidas e uma inteligência artificial mais desafiadora, mas velhos problemas de “PES”, como zagueiros que param no meio do caminho, goleiros que adoram fazer lambança e o instável critério para a lei do impedimento continuam lá. Assim como o ritmo de jogo acelerado e que privilegia sobremaneira estrelas como Cristiano Ronaldo, Messi etc.

Já “FIFA 12”, com sua mecânica azeitada de versões anteriores, investiu em aperfeiçoamentos para ficar ainda mais realista: as animações, que já eram bem suaves, agora estão melhores ainda nos dribles e, especialmente, contusões - o atleta pode se machucar em diferentes partes do corpo, como joelho e tornozelo, dependendo do impacto.

  • Divulgação

    Já "PES 2012" foca em ritmo de jogo cadenciado e Inteligência Artificial aprimorada

No final das contas, “Pro Evolution Soccer 12” não dá grandes motivos para antigos fãs, hoje adeptos de “FIFA 12”, retornarem para a série. Aliás, as vendas da série da EA Sports já superam, e muito, as do concorrente, o que levanta questões sobre até quando a Konami vai tolerar esta virada de jogo.

Certamente não há mal nenhum em existir uma opção de game de futebol mais realista e outra mais arcade, por assim dizer. Cada um escolhe o estilo com o qual se identifica mais. Porém, para quem vem dos bons e velhos tempos de “Winning Eleven”, é estranho ver o rumo que “PES” está tomando, deixando grande parte dos seus “torcedores” insatisfeita.

A performance comercial de “FIFA 12” e “Pro Evolution Soccer 12”, no final das contas, deve bancar o juiz nesta decisão. E o melhor é sempre, antes de desembolsar dinheiro por algum dos games, testar a versão demo gratuita.