Problemas atrapalham boas ideias e Wii U ainda não vale o investimento; leia a análise
Enfim a Nintendo entra na era da alta definição com o Wii U, console que sucede o Wii e busca emplacar uma nova maneira de jogar ao apresentar um controle com tela de toque que possibilita novas formas de interação com a televisão.
O aparelho chegou aos EUA no fim de novembro em dois pacotes diferentes - um com console branco e memória flash de 8GB por US$ 300 e outro na cor preta, com memória flash de 32GB, o jogo "Nintendo Land" e acessórios por US$ 350 -, mas ainda não possui data para ser lançado oficialmente no Brasil.
Por ora, a Nintendo cita um vago "primeiro semestre de 2013" como período planejado de lançamento por aqui, mas sem dar um possível preço.
De qualquer maneira, UOL Jogos foi buscar um Wii U nos Estados Unidos logo no dia de seu lançamento (veja aqui como foi a aventura do repórter Felipe Carettoni!).
Depois de muito testar o aparelho e seus primeiros jogos, abaixo você confere nossas impressões.
GamePad em mãos
A grande estrela do Wii U é seu controle que, com uma grande tela de toque no meio, lembra muito um tablet. Com peso de 500g, é mais leve que um tablet convencional, porém mais pesado que joysticks convencionais.
À primeira vista, parece desengonçado, mas sua pegada é agradável e não atrapalha mesmo em longas sessões de jogo - ainda que jogadores veteranos e mais acostumados ao PlayStation 3 e Xbox 360 possam estranhar o peso nestas partidas mais extensas.
CONTROLE UNIVERSAL
Além de controle do Wii U, o GamePad funciona também como controle remoto universal para TVs. A configuração é simples e a funcionalidade, ainda que pareça simplória, é muito prática já que facilita e até incentiva você a ligar a televisão e, mesmo que não vá jogar, mantenha o controle por perto para navegar pela internet ou acompanhar o que a galera está falando no Miiverse sobre "Batman: Arkham City", o novo "Mario" ou outros jogos.
Sua bateria é um problema, já que dura pouco tempo (cerca de 3 horas e meia de uso) e não oferece muitas opções de economia de energia. Por exemplo, possui uma proteção de tela que diminui o brilho ao ficar alguns minutos sem usar, mas não permite desligar a telinha em jogos em que ela não é essencial.
Falando na tela do GamePad, ela funciona de tanto de forma complementar como independente da TV. Todas as funções do Wii U podem ser usadas apenas na tela de 6,2 polegadas e 854 x 480 pixels de resolução - com exceção, claro, de alguns jogos que exigem a tela da TV, como "ZombiU".
A distância de funcionamento do controle impressiona: nos testes feitos na redação, conseguimos jogar "New Mario Bros. U" a cerca de 25 metros do console, com apenas uma parede entre o videogame e o GamePad. De fato, o Wii U declara independência total da TV: o aparelho pode estar apenas conectado à tomada que já funciona numa boa.
A disposição dos botões não incomoda e mesmo a alavanca analógica direita - que, diferente de outros controles, fica acima dos botões de ação - é fácil de acostumar. O mesmo não pode ser dito dos gatilhos ZL e ZR, não são analógicos, como nos concorrentes, atrapalhando especialmente em jogos de corrida.
Por sua vez, a tela de toque surpreende pela precisão e rapidez de resposta, considerando-se que é uma tela resistiva, ou seja, igual à do 3DS e sem capacidade de multitoque.
Ainda assim, não é tão eficiente quanto uma tela capacitativa de tablet ou do PS Vita e ainda causa incômodos como ao navegar pela internet ou ver imagens, já que não é possível fazer o já consolidado movimento de pinça com os dedos para aumentar ou diminuir o campo de visão.
Em contrapartida, o GamePad acompanha uma canetinha stylus, idêntica à do Nintendo DS, que ajuda a digitar, desenhar e navegar por páginas e aplicativos.
Já os sensores de movimentos do aparelho surpreendem pela qualidade. Usar o GamePad como radar, por exemplo, em "ZombiU" e vasculhar os arredores é fácil e intuitivo, graças à agilidade de reconhecimento dos nove eixos do joystick, três a mais do que no Wii.
A REDE SOCIAL MIIVERSE
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O console
Um pouco mais comprido e pesado do que o antigo Wii, o Wii U é um hardware bonito, discreto e fácil de acomodar na sala entre tantas outras máquinas. O videogame é um pouco mais barulhento do que seu antecessor, porém mais silencioso que PS3 e X360.
Curiosamente, ele fica ainda mais quieto quando não possui disco inserido - mesmo que o disco não esteja sendo usado, ele continua girando e faz barulho.
VIDEOGAME EM PT-BR
A exemplo do portátil Nintendo 3DS, o Wii U chega com o português do Brasil como opção de idioma, o que ajuda muito a configurar e usar o videogame. Pena que até agora a Nintendo só traduziu o jogo de karaokê "Sing Party" para nosso idioma.
Outro ponto inusitado é que o Wii U pode sim ficar na vertical, diferente do que a própria Nintendo afirmou à época da E3 2012, em junho. Tanto que a edição Deluxe do aparelho acompanha dois suportes para deixar o videogame de pé.
Sem suporte a controles e memory cards de GameCube, o Wii U ao menos aceita todos os joysticks e periféricos do Wii, incluindo a barra sensora e cabos composto e componente - além, claro, de estrear uma saída HDMI em videogames Nintendo.
Com relação a tomadas o videogame traz uma complicação, já que além de exigir uma entrada para o console ele requer também uma tomada só para o controle GamePad.
Inclusive, o joystick conta com uma base carregadora ao estilo daquela presente no portátil 3DS, na qual é só apoiar o controle para carregar sua bateria.
INSTALANDO O Wii U
Instalar o Wii U e começar a usá-lo não é das tarefas mais práticas concebidas pela Nintendo. Além de duas tomadas (uma para o console, outra para o GamePad), o videogame requer uma gigantesca atualização inicial que deve ser baixada online apenas via WiFi, já que o videogame só possui suporte a esse tipo de conexão, não é possível espetar um cabo ethernet nele. Nos testes feitos com os videogames da redação do UOL Jogos, a atualização demorou cerca de 2 horas para baixar. Em um teste foi utilizada uma conexão de internet de 10MB enquanto no outro foi usada uma conexão de 20MB. Para piorar, todos os jogos - ao menos desta leva de lançamento - exigem baixar atualizações online também, variando de 5 a 20 minutos entre baixar e instalar o arquivo. Aliás, neste ponto o Wii U é similar ao PS3, já que é necessário fazer download de arquivos e jogos para depois instalar. |
Os primeiros jogos
New Super Mario Bros. U A nova aventura do herói não inova, mas empolga com visual em alta definição e fases muito divertidas. O multiplayer agora suporta até 5 pessoas simultaneamente, sendo que o quinto elemento fica no GamePad, criando blocos para ajudar os aventureiros na tela da TV. Se preferir jogar sozinho, dá para jogar só na telinha do controle, deixando o televisor livre. | |
Nintendo Land Coletânea de minigames que acompanha a versão Deluxe do Wii U, serve como boa demonstração das possibilidades (mas não da suposta genialidade) do GamePad. Para jogar as modalidades multiplayer, como as geniais brincadeiras de pega-pega inspiradas em "Super Mario" e "Luigi's Mansion", é necessário ter Wii Remotes, os controles do velho Wii. | |
ZombiU Título exclusivo mais original e criativo do aparelho neste lançamento. A atmosfera sombria de uma Londres devastada pelo apocalipse zumbi casa bem com a altíssima dificuldade. No multiplayer, é possível usar o controle Pro. | |
Batman: Arkham City - Armored Edition A excelente aventura do Cavaleiro das Trevas lançada em 2011 para PC, PS3 e X360 chega ao Wii U em um disco com todos os extras lançados para download. Aqui, porém, todas as bugigangas do herói devem ser controladas pela telinha do GamePad, o que renova a experiência, mas pode incomodar alguns jogadores. | |
"Assassin's Creed III", "Mass Effect 3", "Sonic & All-Stars Racing Transformed" e "Epic Mickey 2" apresentam diferenças mínimas em relação às versões para PS3 e X360. A principal mudança fica por conta do uso da tela do GamePad para mostrar mapas e outras informações adicionais. |
SUPORTE AO VELHO Wii
Em vez de integrar o Wii ao seu sistema operacional, o Wii U isola o irmão mais velho em seu próprio quadrado. Na prática, você acessa uma opção no console que o faz funcionar como o antigo videogame, com a velha tela inicial dividida em canais. O ruim é que até mesmo títulos de Virtual Console e WiiWare ficam confinados a este espaço, impedindo, por exemplo, de comentar no Miiverse sobre games de Super Nintendo, Mega Drive, Nintendo 64 e outras produções originais. Para aqueles que pretendem substituir o velho Wii pelo Wii U, é possível transferir saves e jogos baixados do console antigo para o novo. O processo é burocrático e exige um cartão SD que possa ser formatado, ligar os dois consoles na TV (não necessariamente ao mesmo tempo) e quase uma hora e meia para finalizar tudo. Uma vez transferido para o Wii U, o conteúdo não pode ser enviado de volta para o Wii. |
Vale a pena comprar agora?
Não. No lançamento, o Wii U aparece com propostas divertidas e interessantes, como a rede social Miiverse, mas ainda derrapa em algumas falhas técnicas e, francamente, escassez de conteúdo. Sem a loja online aqui no Brasil muitos títulos - especialmente os indies - ficam inacessíveis e as poucas exclusividades não justificam a compra do aparelho.
LEIA MAIS SOBRE O Wii U
- Mais dúvidas? Leia o nosso FAQ! |
- Veja o unboxing do videogame |
A curta duração da bateria, o isolado suporte ao velho Wii e a demora do sistema para acessar aplicativos e mudar de um para o outro acabam também diminuindo o valor de características bacanas.
Felizmente, a maioria delas pode ser solucionada por meio de atualizações online (ou assim esperamos).
Por ora, fica a impressão de que para cada passo dado para a frente a Nintendo também dá um passo pra trás. O controle GamePad é divertido, mas sua bateria dura pouco. O navegador de internet é rápido, mas não suporta Flash, enquanto os aplicativos são práticos, mas demoram uma eternidade para abrir e fechar e por aí vai.
UOL JOGOS MOSTRA O Wii U E TIRA DÚVIDAS
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