Lojas retrô vendem fitas de Atari, Mega Drive e até Virtual Boy

Imagine entrar em uma loja de videogames e, em vez de encontrar o PlayStation 3 ou o Xbox 360, dar de cara com Super Nintendo, Neo Geo e até mesmo um Atari. Pois é: São Paulo possui pelo menos três locais dedicados exclusivamente a jogos antigos – que, aliás, podem custar tanto quanto um game para a geração atual.

UOL Jogos visitou as lojas Museu do Videogame, Trok Games e Vitrine Anchieta Games, e descobriu que não é apenas a internet, em sites de leilões e afins, que guarda um espaço para as “velharias”. E, por incrível que pareça, muita gente ainda compra essas peças de museu.

Não que seja um hobby barato: um Atari de madeira, bem conservado, sai pela bagatela de R$ 800 – pense bem antes jogar seus games e consoles fora da próxima vez. Mas é possível achar algumas pechinchas como um Nintendo 64 com um controle por R$ 120.

Lojas assim são especialmente atraentes para os fãs de RPGs. Vasculhando as prateleiras é fácil encontrar pérolas inesquecíveis como “Zelda”, “Chrono Trigger”, “Final Fantasy”, “Breath of Fire”, “Phantasy Star”, “Shining Force”, “Secret of Mana” dentre outros.

Os amantes dos Pokémon são outros dos fãs que correm atrás de todos os jogos da série e em todos os consoles e portáteis, para participar de campeonatos ou jogatinas entre amigos. O grande clássico do Game Boy Advance, “Pokémon Emerald Version” costuma ser vendido por preços altos, ainda mais se os Pokémon lendários estiverem salvos no cartucho!

Só vale se for velho

Não ouse falar em alta definição na loja Museu do Videogame, localizada na região da Santa Efigênia, no centro de São Paulo: praticamente avessa a tudo o que se refere a geração atual de consoles, eles são especialistas em retrogaming há mais de 10 anos. Lá, encontra-se desde os antiquíssimos Tele Jogo e Atari 2600 a consoles míticos como o 3DO, Jaguar, Sega CD, NeoGeo, Virtual Boy e muitos outros.

“Tenho um cliente de aproximadamente 13 anos que veio aqui na loja com a mãe atrás de ‘Super Metroid’, do Super NES” explica Oscar, um dos sócios da loja, para exemplificar que a paixão por jogos antigos não tem mesmo idade.

A Loja Vitrine Augusta Games, também na região central de SP, vende alguns poucos jogos de PS3 e Xbox 360, mas o carro chefe é mesmo jogo antigo. Um Nintendinho, original americano, impecável (mas sem caixa ou manual), custa por volta dos R$ 400. França, dono da loja foi categórico ao dizer:

“Tenho clientes que moram em república de universitários e vêm aqui comprar um Nintendo 64 com quatro controles para jogar, ‘GoldenEye 007’. Levam junto, também, ‘Super Mario 64’ e os dois ‘Zelda’.”

Para Valter, dono da Trok Games, que fica centro de Santo André (ABC paulista) e já existe há 15 anos, o “mercado retrogamer” ajuda a combater a pirataria:

“Hoje as pessoas valorizam mais os jogos, comprando de fato o que gostam e indo também à caça de jogos clássicos”

Kleber Ferreira, 30 anos e cliente assíduo da loja, exemplifica o típico cliente desses “santuários”:

“Você pode testar os jogos nos emuladores sim, mas nunca terá a sensação de estar de fato jogando videogame, praticando todo o ritual de conectar na TV, mudar a frequência do canal, assoprar os cartuchos quando não funcionam...”.

Deu saudades das horas sofridas tentando terminar “Contra”, “Sonic” e “Super Mario Bros”? Corra até uma loja e pesquise bastante. Quem sabe um clássico não te conquista?