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Testamos: "Wolfenstein" diverte, mas sem o impacto do jogo original

André Forte

Do Gamehall, em Los Angeles*

28/05/2013 11h08

A franquia "Wolfenstein" passou um bom tempo nas mãos da Activision, mas mesmo com a evolução gráfica, nunca repetiu o sucesso do game original,que em 1992 foi um dos precursores dos shooters em primeira pessoa.

Sempre bebendo da fórmula "nazistas + ocultismo + alta tecnologia", a série foi pontuada por jogos razoáveis e sem grandes pretensões.

Agora nas mãos da Bethesda, "Wolfenstein: The New Order" tenta um recomeço em versões para Xbox 360, PlayStation 3, PC e consoles de última geração, apostando em uma direção menos sisuda do que os FPS contemporâneos. O objetivo maior de "New Order" parece ser a diversão sem compromisso.

VEJA O TRAILER DE "WOLFENSTEIN: THE NEW ORDER"

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Para cativar os fãs veteranos, a desenvolvedora MachineGames retoma alguns elementos clássicos. O primeiro deles é o herói do primeiro jogo, B.J. Blazkowicz, que vive numa década de 1960 alternativa, na qual os alemães venceram a Segunda Guerra Mundial.

Com um visual muito mais realista do que o visto em sua primeira aparição para computadores, B.J. tem traços mais definidos em seu rosto, mas não é somente sua cara que mudou. Aqui, o grandalhão se tornou uma espécie de Duke Nukem moderado, que faz piada com tudo e todos, mas não chega a ser tão boca-suja ou pervertido.

Em uma das cenas, o herói comemora o fato de, em meio a tanto caos, ao menos o elevador estar funcionando, quando, no melhor estilo 'Sessão da Tarde', o elevador sofre um curto circuito.

O bom humor pontua a trama do novo "Wolfenstein", com personagens caricatos, como a velhinha tarada Engel e o andrógino e não menos pervertido Bubi, dois alemães que logo no começo deixam claro o quão sádicos e mortais podem ser os nazistas.

Outra característica dos 'nazis' de "New Order" é que eles possuem poderes sobrenaturais, mas o uso da alta tecnologia é ainda mais presente neste jogo. Afinal, os alemães venceram a guerra nesta realidade alternativa.

Tiroteio à moda antiga

Se o seu negócio é atirar, "Wolfenstein: The New Order" certamente vai lhe satisfazer. Pelo menos nessa demo inicial, o tiroteio se mostrou bem divertido.

Assim como nos shooters mais antigos, você conta com marcadores de vida e armadura. Nada da recuperação de energia tão comum hoje em dia. Você até pode descolar uma regeneração automática, mas vai precisar procurar por itens específicos para isso, escassos e muito bem escondidos.

A munição também é muito limitada. O jogo é muito desafiador, mesmo em sua dificuldade normal, exigindo a repetição das missões até que se consiga entender qual é a melhor tática a fazer e como usar de maneira mais eficiente o pente de balas que lhe resta.

Entre os inimigos, feras mecânicas gigantescas que o perseguem pelo cenário e robôs muito bem armados surgem a todo instante, assim como nazistas com armas de alta tecnologia não dão sossego ao jogador em momento algum.

Os cenários são bem elaborados e casam bem com a trama, com destaque para um planetário particular que mostra os planos nazistas de pisar na lua.

Próxima geração

Vale pontuar, o jogo mostrado pela Bethesda rodava em um PC com hardware "compatível ao da nova geração de consoles". Graficamente, o jogo nem impressiona tanto pelas texturas, que até deixavam a desejar em alguns pontos quando próximos, mas pela ação frenética em 60 quadros por segundo, coisa que faz uma grande diferença em relação aos jogos dos consoles atuais.

No entanto, isso talvez não seja o suficiente para inovar a série ou até se destacar ao lado de games como "Bioshock" ou "Call of Duty".

Ao menos por ora, a impressão que "Wolfenstein: The New Order" deixa é que tem tudo para ser um bom jogo - melhor que o seu antecessor, feito pela Raven Software -, mas que falta muito para se tornar um título inesquecível e marcante quanto o veterano "Wolfenstein 3D".

*O jornalista viajou a convite da EA.