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"Dying Light" traz parkour aos jogos de zumbis, mas não empolga

Rodrigo Guerra

Do UOL, em Los Angeles

13/06/2013 18h30

Desde “Dead Island”, a Tecland vem ganhando uma legião de fãs. Talvez pelo fato de seus títulos apresentarem uma jogabilidade bem singular, talvez pela moda dos jogos com zumbis. Fato é que eles estão fazendo mais um título com os mortos vivos: “Dying Light”.

Desta vez, no lugar de um cenário paradisíaco, vemos uma cidade destruída pelos seres nefastos. Um helicóptero deixa cargas de suprimentos em diversos pontos e cabe a você ir recolhê-los. E é aí que começa a brincadeira.

É simplesmente impossível ver “Dying Light” sem pensar em “Mirror’s Edge”. O herói pula, salta, escorrega e faz mil acrobacias para cruzar os telhados de uma favela em busca dos remédios. Os movimentos são bem bonitos e até parece uma coreografia.

Mas logo o personagem é obrigado a descer para o chão... e a visão de centenas de zumbis é bem perturbadora.  Sendo bem honesto, deu um certo desespero ao ver tantos mortos-vivos em cima de uma ponte, todos olhando para você como o melhor prato de comida já feito. Não adianta ficar e lutar, pois é um numero absurdo de inimigos na tela.

O desenvolvedor até deu umas pancadas com um facão, mas logo saiu fugindo porque nada que ele fizesse seria suficiente para dar conta do recado.

Pelo visto, seu herói conta principalmente com armas brancas para sobreviver e o mundo do jogo é repleto de locais para construir seu porrete, machadinha elétrica ou um martelo de demolição.

No caminho para os medicamentos o protagonista ouve um grito de uma criança e decide ajudá-la. Para isso ele sobe em um poste para chegar ao teto da casa, o único caminho disponível para chegar até ela.

A tarefa é feita como uma brincadeira de criança: ele escala o poste com a mesma naturalidade de um corredor de parkour – ou seja, muito rápido. Ao encontrar a garota, o herói entra em  contato com seus aliados por rádio dizendo o local exato onde está a garotinha.

O desenvolvedor diz que em “Dying Light” momentos como esse acontecem aleatoriamente e cabe ao jogador decidir se faz essa missão opcional ou não. Existem recompensas por fazer esses tipos de missão, como peças para novas armas ou outras surpresas.

A hora do terror

Voltando para sua missão principal, o herói logo encontra um zumbi gigante, impossível de ser derrotado. Então ele simplesmente continua correndo como se não houvesse amanhã. Algumas vezes o combate é inevitável e o herói/atleta dá voadoras e golpes giratórios para se livrar dos monstros.

O tempo vai passando e a noite chega. O desenvolvedor diz que o ciclo entre dia e noite é de suma importância em “Dying Light”, pois à noite surgem zumbis mais poderosos e ágeis, quase impossíveis de serem despistados. Quando ele chega onde estão os suprimentos o alerta é disparado: são 9 da noite – a hora mais apavorante do jogo.

Não há o que pensar, voltamos a correr como desesperados, agora de volta para a base dos sobreviventes. Claro que os tais zumbis gigantes surgem e é aí que uma nova habilidade do seu herói é apresentada: ele tem um sonar que mostra a localização dessas criaturas. O produtor revela que esse personagem específico tem o sangue infectado, o que acaba lhe concedendo essa habilidade.

Mas não adianta, logo ele é detectado pelo monstro gigante e volta a correr para tentar se salvar. Esses super-zumbis não desistem: além muito rápidos, eles também pulam obstáculos, tal qual o seu personagem. A demonstração acabou com o herói sendo pego no último instante em uma cena assustadora.

Sejamos francos: “Dying Light” não é original em nada. Tudo que foi mostrado na apresentação dava a sensação de “eu já vi isso antes”. Sim, o jogo é emocionante, mas apenas isso não é suficiente para empolgar.

Claro que a história pode ser bem diferente se jogado com amigos, pois o modo cooperativo pode deixar as coisas bem mais divertidas. Mas a sensação final é que já estamos saturados de títulos com zumbis - da mesma forma que, no passado recente, estávamos cansados de games da Segunda Guerra Mundial.

ASSISTA AO TRAILER DIVULGADO NA E3 2013

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