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E3: Caótico, "Splatoon" é shooter nada convencional da Nintendo

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do Gamehall, em Los Angeles

11/06/2014 13h41

Miyamoto prometia que, caso um dia chegasse a hora da Nintendo lançar sua própria série de shooters multiplayer, o game se mostraria muito diferente de nossas expectativas. Este dia chegou, e “Splatoon” correspondeu à profecia.

Talvez alguns tivessem previsto que personagens coloridos carregariam as armas no lugar de soldados realistas, e até mesmo que baldes de tinta tomariam o lugar das balas. Mas o novo game de Wii U é diferente em mais do que apenas sua apresentação.

Testado por UOL Jogos, “Splatoon” mostrou-se um divertido jogo de ação com mais de simulador de caos do que de shooter.

Pinte tudo

Os personagens jogáveis de “Splatoon” são criaturas pouco convencionais. Feitas de tinta, elas são capazes de se transformarem em pequenas lulas para navegar pelo mundo mais rapidamente, ou então esconder-se nos trilhos coloridos deixados por suas armas.

ESTATÉGIA COLORIDA

Inicialmente, lidar com todos os desafios criados pela mecânica de tintas é complicado - mas com a prática vem a perfeição. Rapidamente os jogadores descobrem, por exemplo, que ficam lentos ao andarem sobre a tinta da cor rival. É mais produtivo, assim, sempre limpar o caminho na medida em que você for andando; ou então desviar das maiores poças inimigas subindo pelas paredes e saltando.

No modo disponível para teste, dois times de quatro jogadores deviam participar de um embate em que levava a vitória não aquele que derrubava seus oponentes mais vezes, mas sim o lado que tinha conquistado mais território. Para fazer isso, basta pintar o chão e as paredes ao seu redor.

É possível, sim, derrotar seus oponentes. Isso os transforma em tinta para seu time e atrasa suas ações - mas o real objetivo de cada partida é pintar tudo. Os jogadores são incentivados a disparar suas armas quase ininterruptamente para dominar território novo e reconquistar o que já estava de outra cor, entrando na tinta na forma de lula para recarregar a munição colorida.

Ao fim de uma contagem regressiva, a porcentagem do mapa preenchida pelas cores de cada time era calculada, e em seguida, determinado o lado vitorioso.

ASSISTA À ENTREVISTA COM OS PRODUTORES DE "SPLATOON"

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Ação caótica

O conselho do representante da Nintendo que supervisionava as estações de teste de “Splatoon” foi claro: jogadores que só se preocupam com seus oponentes perdem a partida. Muitas vezes, tentar caputar território novo rende mais do que correr atrás de um inimigo acovardado - e adaptar-se a essa mudança no funcionamento lógico do game é curiosamente difícil.

Até mesmo em termos de controle “Splatoon” é diferente do shooter tradicional. Como a precisão necessária para fazer headshots é secundária no game, utilizar os sensores de movimento do GamePad para mirar a arma acaba sendo mais eficiente do que apoiar-se apenas nos direcionais analógicos.

Se a Nintendo planeja fazer frente a outros shooters coloridos como “Garden Warfare” ou “Sunset Overdrive”, ela precisa revelar ainda mais elementos que separem o exclusivo de Wii U, previsto para 2015, da concorrência - mas a primeira impressão é positiva.