BGS: Se virando como podem, indies brasileiros chegam aos videogames
Com ajuda de Sony e Microsoft, uma série de desenvolvedores brasileiros está prestes a lançar uma incursão rumo às plataformas PlayStation e Xbox. Os primeiros frutos deste projeto estão em exposição no Brasil Game Show.
Jogos brasileiros para computadores e celulares já não são novidade, mas o território dos consoles e portáteis tradicionais ainda não foi muito explorado pela indústria local por falta de oportunidades. Mas este cenário está mudando.
"As grandes produtoras estão começando a olhar para a América Latina com interesse", explica Rodrigo Mamão, da Ilusis, que lançará "Krinkle Crusher" para o PS Vita. "Eles olham para esses mercados novos e entendem que desenvolvedores de países diferentes podem criar games bem distintos".
"A ajuda que recebemos hoje em dia é com kits de desenvolvimento e divulgação", conta Vitor Leães, produtor de "Toren". "Mas sabemos que Sony e Microsoft têm pessoas prestando atenção nos estúdios brasileiros. A ideia é, no futuro, encontrar talentos que terão seus games lançados como exclusivos ao estilo de 'Journey'".
PS Vita • 2014 | PlayStation 4, PC e Mac • 2015 |
A ideia para "Krinkle Crusher" nasceu da tentativa de criar um jogo de defesa "mais ativo", nas palavras de Rodrigo Mamão. A tela sensível ao toque do PS Vita deve ser utilizada para ativar os mais diversos poderes elementais e derrotar invasores. | Focado em uma narrativa folclórica, "Toren" tem como principais inspirações "Zelda" e "Shadow of the Colossus", mas lembra em muito "ICO". A exploração dos belos ambientes do game é a parte mais importante de sua mecânica. |
Buscando a sobrevivência
"Toren", da Swordtales, teve a chance de ganhar vida para PS4 e PC com fundos captados pela Lei Rouanet, que incentiva a produção cultural nacional e passou a abranger jogos em 2011. "Nosso maior desafio é sobreviver. Gastamos apenas o necessário em nossas vidas pessoais, e temos como objetivo não apenas lançar 'Toren', mas continuar produzindo games", garante Vitor.
De maneira parecida, "Ninjin: Clash of Carrots" está sendo produzido com R$ 50 mil obtidos a partir de um edital do Governo de São Paulo. O designer Henrique Caprino conta que projetos menores, feitos sob contratos através de empresas como Cartoon Network, podem complementar a renda necessária para criar sua produção original.
"Estamos racionando nosso dinheiro esperando concluir o game até julho de 2015. Caso isso não aconteça, vamos precisar encontrar outras saídas... Quem sabe até mesmo recorrer a um outro edital", brinca Henrique.
PS4, PS3, PS Vita, PC • 2015 | PS4, PS3, PS Vita, Xbox One, PC, Mac, Linux • 2014 |
Sequência de um 'endless runner' de celulares, "Ninjin: Clash of Carrots" expandirá a fórmula do original com um sistema de montagem de armas, novos personagens jogáveis e um novo modo de jogo de exploração, que terá uma jogabilidade ao estilo "Dynasty Warriors" em 2D. | Uma mistura de simulação, RPG de estratégia e luta, "Chroma Squad" colocará o jogador no papel de um diretor de estúdio de sentai. O objetivo é criar episódios divertidos para uma série ao estilo "Power Rangers", com bônus para ataques em equipe e até lutas contra monstros gigantes. |
Um sucesso impulsiona outro
Já a brasiliense Behold Studios é uma exceção no país, e pôde utilizar uma história de sucesso anterior para financiar seu novo projeto. "Lançamos uma dúzia de jogos diferentes antes de acertar em cheio um nicho com 'Kinghts of Pen & Paper'", lembra Saulo Camarotti, diretor executivo da produtora.
O dinheiro que paga a produção de "Chroma Squad" veio de uma campanha bem-sucedida no Kickstarter. "Fãs que já conheciam nosso trabalho no Brasil e lá fora começaram a espalhar a notícia de nossa campanha, e em uma semana já tínhamos arrecadado o valor que pedimos. Acabamos recebendo ainda mais", afirma Saulo.
? • 2015 |
Enviada para investigar uma base militar abandonada na Rússia, a protagonista de "Kriophobia" encontrará terríveis monstros em sua jornada. Trata-se de um misto entre survival horror e adventures clássicos, com um estilo gráfico que lembra "The Walking Dead" e quebra-cabeças que apareceriam em um "Resident Evil". Claro: sustos estão presentes. |
"Se você tem um trabalho de qualidade, as oportunidades vão aparecendo. E estão aparecendo ainda mais agora", diz.
Apesar de parecerem promissores, nenhum dos projetos citados têm datas de lançamentos confirmadas, e ainda estão longe de serem concluídos. Mas um outro game indie brasileiro prova que a fala de Saulo é verdade.
"Viemos para o BGS para mostrar nosso jogo de tablets, mas agora já não temos certeza sobre quais plataformas o receberão", explica Luiggi Reffatti, um dos designers do survival horror "Kriophobia". "Primeiro veio um cara da Microsoft olhar o game, e depois um da Sony. Ele disse, 'Esse jogo ficaria muito legal no PlayStation 4'. E agora vamos conversar", conta, entusiasmado.
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