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Apesar de jogos simples, realidade virtual do Gear VR surpreende no celular

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

05/11/2014 17h48

Mark Zuckerberg, CEO do Facebook e dono da Oculus VR, acredita que ainda faltam alguns anos para que a realidade virtual possa virar uma mídia acessível. Mas o Samsung Gear VR já nos dá, hoje, uma ideia de como este futuro será.

Os modelos existentes do Oculus Rift são proibitivos e pouco práticos por cobrarem o uso de cabos conectados a computadores bem potentes. Já o Gear VR é totalmente portátil por aproveitar-se da tela e do processador do Galaxy Note 4.

O funcionamento do acessório é bem simples: basta encaixar o 'phablet' da Samsung no visor. Seleções nos menus na realidade virtual podem ser feitas com um controle, ou por meio de um 'apontador' controlado pelo movimento da cabeça.

Ainda não existe uma faixa de preço anunciada para o acessório. No Brasil, onde só o Galaxy Note 4 já custa R$ 2,9 mil, ele provavelmente custará caro. Mas o Gear VR mostra que é possível misturar realidade virtual e portabilidade em um só produto - e isso empolga.

Ele funciona

A tão celebrada tela do Galaxy Note 4, batizada de maneira nada lisonjeante de Quad HD Super AMOLED, é o que torna a experiência do Gear VR possível, segundo os engenheiros da Samsung.

Com o visor sobre a cabeça, a sensação de imersão é imediata. Movimentos com a cabeça são captados com ótima precisão e agilidade, e a tela, com sua resolução 2560 x 1440, impressiona.

Vale notar aqui, porém, que pessoas que precisam de óculos podem ter problemas com o acessório. O visor não permite o uso de óculos. Teoricamente, uma chave na parte de cima do aparelho regula o embaçamento das imagens para quem tem miopia e outros problemas, mas ela não ajudou em nosso teste.

No teste, UOL Jogos pôde assistir a alguns vídeos de demonstração em uma espécie de 'hub' virtual. A partir do momento que o celular foi encaixado no visor, não foi preciso removê-lo para realizar nenhuma operação.

A sensação que o aparelho passa é a de que ele funciona melhor do que deveria. Isso, claro, porque ele prova que a realidade virtual em um nível satisfatório está mais próxima do mercado geral do que se espera.

  • Divulgação

    O simples shooter "Lunasee" é um dos primeiros games compatíveis com o Gear VR

E jogos?

Desenvolvido em parceria com a mesma Oculus VR do visor Rift, o Samsung Gear VR naturalmente tem suporte nativo a games.

Por ora, porém, a maior parte dos projetos da categoria encontra-se em projeto experimental - como o indie "Lunasee" e o simulador de voo "Omega Agent". Por mais poderoso que o Galaxy Note 4 seja, ele ainda não é páreo para os PCs que normalmente são usados em conjunto com o Rift. Assim, os jogos compatíveis com o Gear VR tendem a ser mais simples.

Resta saber se o público de games mobile - que tende a aproveitar mais jogos que cobram apenas curtos intervalos de atenção - terá interesse por jogar em uma plataforma que cobra um maior envolvimento, tanto de tempo quanto de dinheiro.

Nada impede, porém, a Samsung de melhorar a tecnologia e, talvez com o próximo modelo de sua linha de celulares, ser capaz de trazer games mais complexos para o seu experimento com a realidade virtual.

  • Divulgação

    Game exclusivo para o Gear VR, "Omega Agent" simulará voos com jetpacks em 3D