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Jogamos: "The Order" mostra estilo no PS4 com bons combates e ação furtiva

Pablo Raphael

Do UOL, em Las Vegas*

06/12/2014 19h01

Um dos mais aguardados jogos exclusivos do PlayStation 4, “The Order: 1886” teve o lançamento adiado para 2015, deixando o console da Sony com um catálogo bem fraco para o final do ano.

Mas ao comparar a versão do game disponível no PlayStation Experience com a que foi mostrada na E3 e no BGS, é notável que o tempo extra de produção fez muito bem ao jogo.

A demonstração começa no topo de um dirigível, com você e os outros cavaleiros da Ordem invadindo a nave em pleno voo. A seqüência toda impressiona com gráficos que nada devem às cenas de animação do jogo - você introduz pequenos comandos com o direcional conforme os personagens descem pelo balão e se movem furtivamente para dentro da nave, com a câmera oferecendo enquadramentos típicos do cinema.

Lá dentro, a câmera assume uma posição mais convencional, por cima do ombro do protagonista. O modelo perde um pouco da naturalidade, mas não deixa nada a desejar: os gráficos de “The Order” impressionam, ainda mais em um cenário claro e iluminado, diferente das vielas escuras de Whitechapel que pontuaram a maior parte do material divulgado ao longo do ano.

A partir daí, a demo se divide em duas etapas: na primeira é preciso passar furtivamente pelo interior do dirigível, evitando ser visto pelos guardas e eliminando-os com golpes de faca pelas costas.

Os golpes de faca, assim como várias situações em “The Order”, são resolvidos com os infames Quick Time Events, marca registrada da Sony Santa Monica. Na facada, é preciso acertar a hora certa de apertar o botão ou você é desmascarado pelo inimigo e morre com um tiro certeiro.

Em outras ocasiões, é preciso usar as alavancas ou apertar os botões corretamente para usar geringonças para queimar circuitos elétricos ou arrombar portas. Nesses casos, os QTE funcionam bem. Mas nem sempre é assim: no fim da sessão furtiva, há uma sequência de botões para contar até 3 e jogar uma granada, apenas para dar uma ilusão de interatividade.

Chumbo grosso

A segunda parte da demonstração envolve um tiroteio dentro do dirigível. Os cavaleiros precisam identificar rebeldes disfarçados de soldados que pretendem apagar um figurão. A cena se passa num grande salão de festas e mostra a criatividade da produtora mesmo em momentos que seriam totalmente clichês em outros jogos.

Primeiro, é preciso identificar os rebeldes. Você mira nos soldados com um rifle e observa as fardas em busca de detalhes que entreguem o disfarce. Após investigar todos os alvos, é preciso agir rápido - ao dar o primeiro disparo, um deles vai tentar matar o figurão e você precisa impedir.

A coisa esquenta porque os alvos não ficam marcados, é preciso lembrar de cabeça quais soldados são rebeldes e quais estão do seu lado. Claro, quando eles começam a atirar em você, fica fácil saber em quem mandar bala.

Depois de eliminar a primeira leva com o rifle sniper, é preciso descer e enfrentar os outros no salão. A batalha vai longe e permite o uso de várias armas, além de uma habilidade especial que permite desacelerar o tempo por alguns instantes.

A troca de tiros é empolgante, com faíscas e uma boa sensação ao disparar contra os soldados inimigos. O combate rola no ritmo metódico e pausado que os jogadores de “Gears of War” estão acostumados, com o cenário cheio de ‘murinhos' para se proteger.

Sim, mesmo mais iluminado e com uma ambientação única, ˜The Order” lembra muito a série da Epic (e agora da Microsoft). Isso não é ruim, muito pelo contrário. Os proprietários do PS4 só têm a ganhar com um jogo com o combate consagrado de “Gears of War”. Só faltou mesmo a opção de multiplayer cooperativo.

Exclusivo para PS4, “The Order: 1886” sai em 20 de fevereiro e terá legendas e dublagem em português do Brasil.

*O jornalista viajou a convite da Sony.