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Nintendo fala em "retirada temporária" do Brasil, mas não sabe como voltará

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

09/01/2015 16h57

A Nintendo garante que sua retirada do mercado brasileiro é "apenas temporária", mas não sabe que caminhos tomará para voltar a distribuir seus produtos em território nacional, ou quando isso acontecerá.

Em entrevista ao UOL Jogos, o diretor geral da Nintendo na América Latina Bill Van Zyll, reiterou que os altos impostos envolvidos na importação de produtos eletrônicos motivaram a interrupção das operações no país.

Apesar de afirmar que "os fãs brasileiros são importantes para a Nintendo", Bill não soube dizer como tais jogadores poderão comprar os próximos lançamentos da empresa.

Para saciar a vontade dos fãs por games da Nintendo, o executivo ofereceu a seguinte solução: "Lançamos jogos que foram muito bem recebidos no ano passado, como 'Super Smash Bros.' e os novos 'Pokémon', e eles continuarão sendo vendidos enquanto durarem os estoques".

Indisponibilidade de jogos

Desde o final de 2013, os maiores bancos brasileiros não aceitam transações de cartão de crédito que são exibidas em dólares na hora da compra, mas cobradas em reais na fatura. Diferente das concorrentes, a Nintendo não adaptou a loja online do 3DS às regulamentações, impossibilitando a maior parte dos usuários de utilizarem o eShop para comprar games digitais.

No Wii U a situação é ainda pior, já que até hoje não existe uma versão brasileira do eShop.

"Estamos cientes desse problema e de que será difícil para fãs comprarem nossos jogos, mas ainda não encontramos uma maneira fácil de resolvê-lo", afirmou Bill.

Alternativas

Pouco antes da E3 2014, a Nintendo mencionou a possibilidade de lançar consoles voltados especificamente para mercados emergentes como o Brasil. Questionado sobre o andar deste projeto, Bill disse que ainda não tem novas informações.

Sobre a possibilidade da Nintendo abrir um escritório local ou passar a fabricar jogos e consoles no Brasil, a resposta do executivo foi a mesma. "Já consideramos essa possibilidade no passado, mas ainda não temos planos concretos", explicou.

Ao fim da conversa, Bill garantiu que parceiros da Nintendo continuarão oferecendo assistência técnica e cobrindo a garantia de produtos defeituosos no Brasil.