Simulador de aeroporto brasileiro busca financiamento coletivo para decolar

Simuladores de voo são relativamente comuns, mas já imaginou como seria controlar o que acontece em terra, entre uma decolagem e outra? Cuidar para que os passageiros sejam embarcados sem demora, despachar bagagens, manter um aeroporto operando e evitar o temido caos aéreo? Essa é a proposta do jogo "ABS Academy".

Desenvolvido no Brasil, "Airport Brazil Simulator Academy" quer colocar o jogador no controle de um funcionário de aeroporto, começando como auxiliar de rampa e avançando por outras funções até chegar ao nível máximo, o de administrador aeroportuário.

"No plano de carreira, o jogador passará por testes (avaliações e provas de simulados) que ele responderá em forma de checklist para adquirir conhecimento sobre o que esta fazendo ou desenvolvendo na função", explicou Felippe Santos, consultor de aviação que faz parte da ABS Software, produtora responsável pelo game.

"Crianças de 10 anos vão poder jogar tranquilamente porque o jogo será educacional e os profissionais das empresas de aeroporto também podem usar o jogo como forma de treinar seus futuros funcionários ou até mesmo testar sua capacidade de evolução e raciocínio do decorrer de um fato. O jogo terá um grande apelo pedagógico e educacional e ao mesmo tempo divertido e exportador de conhecimento".

O plano do estúdio é que "ABS Academy" ofereça 67 aeroportos brasileiros como cenário e nove planos de carreira para o jogador. Nenhum deles envolve pilotar um avião entre um aeroporto e outro. "Não é um simulador de voo e sim um simulador de aeroporto. O principal foco é educacional e capacitação. Nós pretendemos comercializar algumas áreas especificamente para empresas do setor para formar ou capacitar seus funcionários", diz Felippe.

O time envolvido em "ABS Academy" conta com seis profissionais, sendo 5 programadores 3D e desenvolvedores e um, consultor técnico de aviação. Alguns são iniciantes no ramo e por isso, o desafio de produzir um jogo deste porte é bem grande.

Permissão para decolar?

O desenvolvimento do simulador de aeroportos está estimado em R$ 500 mil por ano. "Já estamos em contato com a Petrobras S.A. e a Air BP, ambas da área de combustíveis aeroportuários, e também com algumas companhias aéreas, porém, ainda não temos nada fechado, tudo está em negociação. Estas empresas não possuem política de patrocínio para jogos então esta em fase de estudo", diz Felippe.

A ABS Software também tenta captar R$ 200 mil através do financiamento coletivo, em uma campanha feita através do site Kickante. Por enquanto, as coisas não vão nada bem: passados 10 dias da estreia do projeto na página de financiamento, "ABS Academy" não angariou nenhum R$. As contribuições no Kickante variam entre R$ 10 e R$ 48,400 - mas as categorias de valores menores (R$ 10 e R$ 100) não garantem cópias do jogo, apenas rendem um código para "concorrer às contas VIP".

Um olhar mais atento para a campanha passa a impressão de que o projeto partiu para o financiamento coletivo meio cedo demais: não há imagens de divulgação, nem mesmo artes conceituais. Falta também um vídeo apresentando a idéia e os envolvidos. Assim, realmente fica difícil angariar doações.

A produtora pretende lançar uma demonstração de "ABS Academy" em 2015, com o Aeroporto Internacional de Confins (Minas Gerais). O jogo mesmo só deve estar disponível em 2016. O plano da empresa é disponibilizar o simulador de aeroportos em DVD e para download.

Veja os requisitos de sistema para rodar "ABS Academy" no PC: