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Sega tem feito decisões erradas pelos últimos 20 anos, diz ex-executivo

do Gamehall

26/02/2015 13h01

Em entrevista com o site GameIndustry.biz, o antigo CEO da Sega of America, Tom Kalinske, lamentou a decadência da antiga empresa em que trabalhou durante os anos 90, culpando péssimas decisões executivas por seu atual estado, passando de titã da indústria à publisher com altos e baixos.

"Não era inevitável", disse, negando que a Sega não poderia sobreviver em um ambiente com competidores como a Sony e Microsoft. "Poderia ter sido evitado se eles tivessem feito as decisões corretas há literalmente 20 anos atrás. Mas parecem ter feito as decisões erradas por 20 anos".

"Uma dos principais motivos porque saí da Sega foi quando tivemos oportunidade de trabalhar com a Sony, quando [o CEO da Sony Interactive] Olaf Olafsson, [o presidente e CEO da Sony Corporation of America] Mickey Schulhof e eu concordamos em criar uma plataforma, dividir os custos de desenvolvimento e o prejuízo provável dos primeiros anos, mas cada um se beneficiar com o software que trouxermos à plataforma", explicou.

"É claro, na época éramos muito melhores em termos de software do que eles, então vi como uma grande vitória. Fomos à Sony e eles concordaram, 'Grande ideia'. Se chamássemos de Sega-Sony ou Sony-Sega, quem se importa? Fomos para a Sega e a diretoria rejeitou, o que achei ser a decisão mais estúpida da história da indústria".

"A partir daí, passei a não acreditar que eles poderiam fazer as decisões corretas no Japão", concluiu Kalinske, que deixou a empresa em 1996 e agora é vice-presidente da companhia de entretenimento educativo LeapFrog. Ainda assim, o executivo acredita que a Sega ainda pode se manter na ativa, graças à importância de seu nome.

"Você tem que fazer muitos erros para matar uma marca forte", disse.

Nintendo e o mercado mobile

Kalinske também comentou sobre o atual estado de sua antiga grande rival na indústria de games, a Nintendo. Segundo o executivo, embora a companhia não deva deixar de criar consoles, seria uma boa ideia levar alguns de seus produtos para plataformas mobile, deixando-os na cabeça do povo.

"Eu não acho que [a Nintendo] deva abandonar hardware ou consoles", disse. "Estou surpreso que eles não tenham formado uma divisão para estender as propriedades intelectuais. Adoraria jogar alguns de seus jogos em meu iPhone ou iPad. É uma forma de marketing para eles, de certa forma. Eles não precisariam lucrar muito com eles, mas manteria suas marcas relevantes para usuários, incluindo um público mais velho, como eu".

"Então para mim parece um erro de marketing, mas não acho que devam deixar de fazer o que estão fazendo, porque eles são excelentes nisso", comentou.