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"Queremos ser o Barcelona do 'League of Legends'", diz manager da INTZ

Pablo Raphael

Do UOL, em Istambul*

22/04/2015 14h00

Os times importam jogadores, trazem técnicos de fora. Há uma categoria de base, há a primeira divisão e os campeonatos internacionais. Os jogadores moram juntos, vivem em concentração intensa na época das partidas mais importantes. Futebol? Não, “League of Legends”.

É comum comparar “League of Legends” com futebol, principalmente para explicar o game para os leigos. “É a melhor analogia, sempre funciona e todos entendem”, comenta Lucas Almeida, manager do time INTZ em conversa com UOL Jogos.

“Eu faço analogias com futebol o tempo todo, até mesmo nas conversas com o time”, conta Lucas, que reconhece, porém que nem sempre os jogadores entendem de cara a comparação. “Eles não torcem para time nenhum, durante a Copa do Mundo preferiam ver replays de partidas de ‘LoL’ aos jogos do Brasil”.

Com um investimento elevado no eSport, a INTZ conta hoje com 45 jogadores (não só de “League of Legends”, mas de “Smite”, “Counter Strike GO” e outros games). “Temos times de tudo que é competitivo, mas ‘League' é o carro chefe”, diz Lucas. Entre jogadores, técnicos e outros, a empresa conta com cerca de 70 funcionários.

Curiosamente, a INTZ não tem nenhum jogador estrangeiro, apenas o recém-contratado técnico Alexander "Abaxial" Haibel. Lucas reconhece que a presença de coreanos em times brasileiros aumenta o nível da competição, mas com ressalvas.

“O que eles aprendem no Brasil, levam embora quando voltam para a Coreia. Com um técnico de fora, ele vai agregar ao jogo do nosso time e eles vão aprender novas estratégias. Vão se fortalecer”, diz Lucas.

“Não queremos ser o Real Madrid, queremos ser o Barcelona”, compara o manager em uma inevitável analogia com o futebol. “Ao invés de reunir craques de vários países, preferimos aprimorar os nossos jogadores, criar nossos próprios craques”.

eSport FC

Associar futebol e “League of Legends” não é algo que fica só no campo das comparações. Na Turquia, o principal time de “LoL" é o Besiktas - que faz parte de um dos principais clubes de futebol de Istambul.

No Brasil, a INTZ já conversou com alguns clubes. “É preciso convencer os clubes de que assim vão atrair fãs para a marca, atrair um novo público para o clube de futebol”, diz Lucas, que não entra em detalhes sobre os possíveis parceiros futebolísticos.

Até o momento, porém, a conversa não rendeu frutos. “Envolve muita negociação pela licença da marca”.

  • Torneio internacional vale vaga para competição com melhores times do mundo

Vale mais do que dinheiro?

Campeão da primeira fase do campeonato brasileiro de “League of Legends”, o CBLoL, a INTZ está em Istambul, na Turquia, onde compete na primeira edição do torneio International Wild Card Invitacional.

O IWCI 2015 conta com sete participantes, que jogarão partidas classificatórias entre hoje (21) e quinta-feira (23) para decidir quem disputará a taça do torneio na Volkswagen Arena, na frente de 14 mil fãs em Istambul, na Turquia - e milhares de outros ao redor do mundo, acompanhando a grande final através do site da Riot Games.

O time campeão garante uma vaga no Mid Season Invitacional, campeonato que rola em maio nos EUA com a participação das principais potências do "League": Coréia do Sul, EUA e Europa.

O torneio na Turquia não paga nenhum prêmio em dinheiro, mas ganhar aqui dá a chance de faturar parte do prêmio de US$ 200 mil nos EUA em maio (US$ 100 mil para o campeão).

Ganhar aqui também vale voltar para casa com pontos de moral para a próxima temporada do Campeonato Brasileiro de "League of Legends" e mais preparados para futuras competições internacionais.

*O jornalista viajou a convite da Riot Games