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Estrela 'retrô' do eSport, "Counter-Strike" volta a brilhar em campeonatos

Rodrigo Guerra

Do UOL, em São Paulo

04/05/2015 18h43

Se hoje em dia "League of Legends" é o eSport mais assistido no mundo, antigamente, lá pelo início dos anos 2000, "Counter-Strike" era a estrela máxima da categoria, ao lado de games como "StarCraft" e "Unreal Tournament".

Por anos, "CS" foi o principal jogo de eventos como World Cyber Games e Cyberathlete Professional League. Muitos pro-players como, o sueco Patrik "f0rest" Lindberg e o polonês Filip "NEO" Kubski encheram seus bolsos com prêmios de campeonatos de "CS 1.6". E isso numa época em que acompanhar a modalidade não era simples.

Quem estava interessado em saber como foi uma partida desses campeonatos, tinha que fazer o download do replay e assistir à partida em seus computadores sem narração, nem quaisquer outras perfumarias. Hoje temos sites especializados nisso, como o Azubu.tv e o Twitch.tv, que facilitam a vida do espectador de eSport.

COMO SURGIU?

Divulgação
Lançado em 1999, "Counter-Strike" surgiu como uma modificação criada por fãs e que usava "Half-Life" como base. O mod fez tanto sucesso entre os jogadores, que começaram a surgir campeonatos. Tempos depois, a Valve, a dona de "Half-Life", contratou os criadores do mod e comprou a marca. Atualmente, "CS" é um dos mais jogados no Steam.

Com essa facilidade de transmissão, "Counter Strike: Global Offensive" está voltando a ter destaque no cenário competitivo. Basta dar uma olhada na página inicial do Twitch.tv e ver que o game permanece entre os mais assistidos do site. Campeonatos como CS:GO Championship Series, Intel Extreme Masters e ESL são gigantescos e com prêmios portentosos, acima dos US$ 100 mil.

Verdade seja dita: os campeonatos de "Counter-Strike" nunca deixaram de existir, mas devido a baixa premiação e 'times desconhecidos',  a mídia especializada deixou de dar destaque para essa modalidade do eSport.

Ângelo Marques, 38, espectador assíduo dos campeonatos do jogo, reclamou sobre isso ao UOL Jogos durante o XMA, que aconteceu no último fim de semana em São Paulo. "Antes as revistas e sites falavam da CPL, ESWC e tantos outros campeonatos, mas deixaram de falar disso de uma hora pra outra", disse.

Hoje em dia é realmente complicado acompanhar a cena esportiva de "Counter-Strike". Grandes campeonatos, como a Intel Extreme Masters e a ESL fazem a divulgação para o público, mas nem sempre as competições conseguem divulgação necessária. Por sorte as organizações de times profissionais, como Dignitas, Fnatic e Cloud9 conseguem levar aos seus torcedores quais são as principais competições da atualidade.

"Sigo os principais times do Brasil e dos EUA. Eles sempre divulgam quais são os principais campeonatos que estão rolando e como fazer para assistir", conta Ângelo, que diz que joga "Counter-Strike" "desde o lançamento".

Aqui no Brasil, times como a Dexterity, GFX, KaBuM e Keyd Stars, sempre estão na ativa nos campeonatos locais, tanto presenciais, quanto online. Eles fazem a divulgação de suas atuações em redes sociais e geralmente seus integrantes fazem transmissões ao vivo para jogar com fãs. É como se você pudesse jogar uma pelada com o Neymar no fim de semana.

"O mais legal é jogar com caras como o 'FalleN' [Gabriel Toledo] da Keyd Stars. [Os jogadores profissionais] são muito legais e mais próximos dos jogadores comuns do que outros caras mais famosos", disse Marcus Santos (19), que veio de Campinas, interior de São Paulo, para assistir às finais de "Dota 2" e o amistoso de "Counter-Strike" no XMA . "Sempre assisto os campeonatos nas streans e não é sempre que rola uma oportunidade de ver essa galera de perto", diz.

Para os entrevistados no evento, falta apenas uma coisa para "Counter-Strike" ganhar mais destaque no cenário competitivo: uma presença mais marcante da Valve, a produtora do jogo. "Basta dar uma olhada para 'Point Blank', 'League of Legends', 'Crossfire'... Todos esses jogos têm campeonatos nos quais as empresas estão presentes oficialmente em eventos. Nunca vi um campeonato presencial de 'Counter-Strike' aqui no Brasil que fosse oficial da Valve. Nem de 'Dota 2'", conta Ângelo Marques, que desabafa "A comunidade que se vire nos 30 pra fazer a coisa andar".