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Jogador coreano quer se tornar o Pelé de "League of Legends"

Lee Sang-Hyeok, o "Faker", é o jogador de "LoL" mais habilidoso do mundo - Divulgação
Lee Sang-Hyeok, o "Faker", é o jogador de "LoL" mais habilidoso do mundo Imagem: Divulgação

Rodrigo Guerra

Do UOL, em São Paulo

09/11/2015 16h27Atualizada em 09/11/2015 19h00

Lee Sang-Hyeok é um jovem sul-coreano de 19 anos que atualmente está vivendo seu maior momento no cenário competitivo de "League of Legends". Com sua cara de marrento, o jovem também conhecido como "Faker" (falsário, em inglês), é o jogador da rota do meio da SKT T1 tão habilidoso que poderia ser considerado o Cristiano Ronaldo do "LoL". Mas ele quer ser mais. Lee Sang-Hyeok que se tornar o maior jogador de eSport de todos os tempos - assim como Pelé é conhecido como o "Rei do Futebol".

Na verdade, Faker começou sua carreira com o apelido "GoJeonPa" ainda nas filas ranqueadas da estreia de "League of Legends" na Coreia do Sul, em dezembro de 2011. Seu estilo agressivo logo o alçou para o topo do ranking, chamando a atenção de times que estavam querendo entrar nesse eSport. A South Korean Telecom, uma empresa de telefonia móvel, formou dois times e Faker estava no "time principal", a SKT T1.

Logo em sua primeira partida profissional, em abril de 2013, Faker mostrou que não era um jogador comum. O embate da SKT T1 contra CJ Entus Blaze foi um massacre, principalmente por suas habilidades fora do comum.

A temporada de 2013 fez com que rapidamente Faker se tornasse um nome a ser batido. Jogadores de "LoL" do mundo todo começaram a ouvir que um "Demônio Coreano" estava devastando tudo pela Ásia. 

Nesse ano ele foi considerado 'um dos melhores jogadores do mundo', mas isso não era exatamente o que Faker procurava. "Eu quero ser o melhor jogador de 'League of Legends' e vou treinar para isso", disse ele para a revista norte-americana ESPN na ocasião. Entretanto, o ano seguinte não foi muito bom para a Coreia do Sul.

 

Escalada para o topo

Diferente do que se esperava, em 2014 a SKT perdeu muita força na Coreia do Sul, principalmente pela chegada dos dois times da Samsung, que dominaram o mercado local.  

Com um novo time e o meta-jogo mudando a todo momento, a SKT não engatou em 2014 – ainda que mantendo um bom desempenho. Comentaristas do mundo inteiro, ainda diziam que Faker era o melhor jogador do mundo, mesmo que os resultados apontasse o contrário.

A SKT conseguiu apenas vencer alguns campeonatos menores, como o All-Stars de Paris. A equipe não conseguiu nem se classificar para o Mundial de 2014, mostrando o quanto estava defasada em comparação aos seus concorrentes.

Faker não deixou se abater com a má temporada de seu time e disse para a Ongamenet, emissora de TV a cabo da Coreia do Sul que transmite partidas de eSport, "Ainda estou treinando para ser o melhor jogador do mundo" – algo que estava se tornando quase que um mantra do tanto que ele repetia essa frase.

Essa busca pelo reconhecimento suscitou na sua saída da escola para intensificar seu treinamento e tamanha dedicação é uma qualidade muito apreciada pelos sul-coreanos. Em 2014 ele se tornou o principal "garoto propaganda" da SK Telecom, estrelando comerciais na televisão e propagandas em revistas.

 

O início de 2015 foi marcado por diversos jogadores saindo do cenário competitivo na Coreia e tentando a sorte em outros locais como China, Europa e EUA. A SKT, por exemplo, foi praticamente desmantelada. Dos jogadores originais, apenas Faker e bengi ficaram na organização.

Recentemente a SKT venceu o Mundial de "League of Legends" pela segunda vez e Faker, que estava no primeiro título, sabe que muito disso se deve ao seu time que se adaptou ao estilo dessa temporada, principalmente nos últimos meses, no quais os jogadores da rota do topo que se destacaram por conta das mudanças implementadas em setembro que trouxe os "colossos" (campeões que causam bastante dano) para os holofotes.

Isso, porém, não o impediu de brilhar com suas mecânicas impecáveis de Ryze, o qual ele jogou por cinco vezes. Esse, por um acaso, é um dos campeões com o qual ele diz ser imprescindível saber jogar porque "com o Ryze você deve aprender a importância de apertar as teclas certas no momento certo", disse ele em entrevista para o site Inven, da Coreia do Sul.

Para o futuro, Faker pensa em continuar se esforçando e se dedicando ao jogo. "Depois que eu venci o Mundial de 2013 e não ter conseguido chegar ao campeonato no ano seguinte, mostra o quão difícil é permanecer entre os melhores e para permanecer entre os melhores eu tenho que me esforçando muito. Esse é meu plano para o futuro".

Mas mesmo levando sua carreira muito a sério, isso não quer dizer que Faker não tenha senso de humor, na verdade, ele tenta ser engraçado. Na última partida do Mundial Faker fez um rolamento ninja na abertura (veja no video acima) e, depois da vitória, comeu um talo de brócolis cru. Esse vegetal, por sinal, é seu favorito: em diversas ocasiões durante o Mundial ele repetiu que "a maior dica para ser um bom jogador é se dedicar e comer seus vegetais. Principalmente brócolis". Pode ser que essa a dica final que você esperava para melhorar seu ranking no "LoL" - não custa nada tentar.