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"Azarões", brasileiros querem ser surpresa em mundial de "World of Tanks"

Equipe brasileira tem chance de fazer bonito em campeonato na Polônia - Rodrigo Lara
Equipe brasileira tem chance de fazer bonito em campeonato na Polônia Imagem: Rodrigo Lara

Rodrigo Lara

Do Gamehall, em Varsóvia*

08/04/2016 11h27

“World of Tanks” passa longe de ser um game popular no Brasil. Não é surpresa, portanto, que uma equipe nacional seja considerada como um concorrente “azarão” na final mundial do jogo, disputada em Varsóvia, na Polônia. A missão de representar o país na decisão ficou a cargo da equipe Red Canids, que venceu o INTZ na final brasileira realizada em março e, com isso, conquistou a vaga no torneio.

Os integrantes da equipe, porém, consideram que a condição de “desconhecidos” tende a ser uma arma durante o evento. “Ninguém espera nada da gente e duvido que os adversários tenham assistido algum jogo nosso. E para nós é interessante que eles entrem na arena pensando que apenas irão cumprir tabela”, aponta o carioca Marco Túlio Rocha (25) - que, curiosamente, utiliza o apelido “Megaminero” -, responsável por chamar as estratégias do time durante as partidas.

A primeira partida dos Red Canids acontece nesta sexta-feira (8), contra os europeus do Wombats on Tanks, por volta das 12h30 (Horário de Brasília). Em seguida, às 15h45, será a vez de encarar os norte-americanos do SIMP.

"Inicialmente, nossa meta é garantir uma vitória na primeira partida. Temos um retrospecto bom contra a equipe norte-americana, então acredito que temos chances reais de classificação", diz Rocha. Ele também analisou o estilo de jogo das equipes mais fortes do torneio: Hellraisers, atuais campeões, e NaVi, ambas compostas por um misto de jogadores russos e ucranianos. “Eles são muito agressivos, às vezes até em excesso. Se enfrentarmos equipes assim, temos como contra-atacar sem problemas”.

As duas primeiras equipes de cada um dos quatros grupos se classificam para a fase eliminatória, disputada amanhã (9). Cada etapa da fase classificatória será realizada em uma melhor de nove partidas, com tempo limite de dez minutos.

Longe dos holofotes (por ora)

Em suas primeiras partidas, os brasileiros ficarão distantes do reluzente palco principal do Torwar Hall, principal casa de eventos da cidade e acostumada a sediar lutas de artes marciais e shows musicais.

Rocha se mostrou impressionado pela estrutura. “Achamos sensacional o ambiente, toda a produção. O clima é realmente de Copa do Mundo”, disse, deixando claro, porém, que não será nenhuma novidade jogar diante do público. “Já estamos acostumados a essa condição”.

As duas primeiras partidas do time brasileiro será disputada longe da atenção do público, no chamado “back stage”: salas separadas para cada equipe, com computadores conectados em rede. “Acho até melhor, não tem aquele monte de luzes na nossa cara”, brinca Henrique Dante (23), considerado o principal jogador do país no game.

Desafio vai além do torneio

Febre na Europa, uma das prova de que o cenário de “World of Tanks” ainda é incipiente no Brasil está no fato de que a vinda à Polônia foi a primeira viagem internacional de praticamente todos os integrantes do time. "Vou falar que inclusive é a primeira vez que vários aqui voaram de avião. Eu só tinha voado antes para ir disputar a final brasileira em São Paulo", diz Rocha.

Para os integrantes dos Red Canids, porém, uma boa participação nas finais de Varsóvia pode significar um passo considerável para o game no país. “Nossa principal reivindicação é a de um servidor nacional. Hoje, jogamos no norte-americano e a conexão realmente não é das melhores”, diz Rocha.

Essa dificuldade extra – especialmente em relação à latência, o famoso “ping” -, porém, tende a ser benéfica para os brasileiros. “Se um cara como ele [apontando para Henrique Dante] consegue jogar bem com um ping alto, imagina o que ele é capaz de fazer em condições de igualdade”.

As partidas das finais mundiais de “World of Tanks” podem ser acompanhadas pelo próprio site do evento.

* O jornalista viajou a convite da Wargaming.net