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"Destiny: Rise of Iron" reconhece dedicação dos fãs, mas será o bastante?

A nova expansão explora a história de Saladino e dos Senhores do Ferro - Divulgação
A nova expansão explora a história de Saladino e dos Senhores do Ferro Imagem: Divulgação

Pablo Raphael

Do UOL, em São Paulo

26/09/2016 19h53

"Destiny" trilhou um longo caminho desde o lançamento em 2014. Criticado pelo conteúdo escasso e pelo modelo de repetição no melhor estilo "RPG online" de suas tarefas, o primeiro jogo da Bungie após "Halo" soube se reinventar e ouvir a comunidade. O jogo atual está a anos-luz de onde a aventura dos guardiões começou.

A expansão mais recente, "A Ascensão do Ferro", reconhece a dedicação da comunidade em vários momentos de sua campanha e missões paralelas. Mas em termos de jogo, traz muito menos conteúdo do que a expansão anterior, "O Rei dos Possuídos". Com o próximo jogo previsto só para o ano que vem, fica a dúvida se as peripécias dos Senhores do Ferro serão o bastante para segurar os fãs até lá.

A história por trás da Bandeira de Ferro

"A Ascensão do Ferro" conta a história do Senhor Saladino, o misterioso Titã por trás do evento Bandeira de Ferro, um torneio competitivo onde os guardiões de "Destiny" disputam partidas no Crisol e ganham recompensas únicas da facção conhecida como Senhores do Ferro.

Na aventura curtinha, o jogador se une a Saladino em cinco missões onde vai desbravar uma região esquecida da Velha Rússia, adjacente ao Cosmódromo, área inicial do game, as Terras Pestíferas. Você libera uma nova área social e descobre o destino final dos outros Senhores do Ferro.

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Você também encontra uma nova ameaça, na forma das nano-máquinas SIVA e dos Decaídos Simbiontes. São variações mais poderosas e com novos truques dos famigerados Decaídos - uma ideia legal, mas não tão legal quanto os fantasmagóricos Possuídos.

A campanha de "Ascensão do Ferro" tem cinco missões, sendo que a última delas é, sem dúvida, a missão mais legal de todo o jogo até agora.

Depois dela, restam assaltos, patrulhas, novas missões que são liberadas com as jornadas das armas Gjallarhorn e Khvostov. Sim, agora todos os guardiões podem ter suas próprias "Ghallys", as armas mais icônica do game - e a jornada para conseguir a sua é envolvente e reveladora.

No Crisol, a principal novidade é o modo Supremacia: Elimine os membros do outro time e colete seus brasões para pontuar. Colete os brasões dos aliados caídos para negar os pontos ao time adversário. É, basicamente "Kill Confirmed", uma das melhores modalidades de "Call of Duty", em versão "Destiny". Não é exatamente uma "novidade", mas diverte bastante.

A Forja do Arconte é outra atração das Terras Pestíferas e consiste numa mistura da Prisão dos Anciões com a Corte de Óryx, duas atividades cooperativas muito populares em expansões anteriores de "Destiny".

E, por fim, há a raide "A Ira da Máquina", onde os guardiões de nível alto vão passar um bom tempo enfrentando simbiontes poderosos e, provavelmente, descobrindo mais dos segredos por trás do SIVA.

Ao longo da expansão, o jogador se vê diante de situações familiares, que remetem ao começo de sua própria jornada em "Destiny" e é sempre lembrado disso. Pelo menos uma conversa com o Fantasma é estranhamente tocante. Quase como uma carta de amor da Bungie para os fãs que mantém o jogo ativo dia após dia.

Será o bastante?

"A Ascensão do Ferro" é menor do que "O Rei dos Possuídos" em conteúdo e, embora apresente muitas coisas legais sobre o mundo de "Destiny", a comparação com a grande expansão anterior é inevitável.

Mais importante, é mais uma aventura paralela, como tem sido todas as expansões do jogo: Um novo inimigo aparece, histórias do passado são reviradas, mas no fim, os elementos principais de "Destiny" seguem intocados.

Dois anos depois, parece que a Bungie ainda não arrumou "tempo para explicar porque não tem tempo para explicar" a trama do jogo. Que fim levou a Rainha? Porque protegemos o Viajante? Quando é que o exército Cabal vai atacar com força total?

O último conteúdo inédito do primeiro "Destiny" parece ser a raide "A Ira da Máquina", lançada dias depois da expansão e finalizada pelo primeiro grupo de guardiões apenas três horas depois.

ASSISTA AO TRAILER DA RAIDE "A IRA DA MÁQUINA"

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E, pelo que diz a produtora, nos próximos meses os jogadores terão o retorno de eventos sazonais, como o Festival dos Perdidos e as corridas de pardais, a própria Bandeira de Ferro e o Desafio de Osíris. Até aí, dar suporte para o jogo com os eventos que já fazem parte do calendário é o mínimo que se espera.

A Bungie já falou em atualizar as raides antigas, como a Câmara de Cristal e a Queda do Rei, para o novo conteúdo - como faz com alguns dos assaltos. Isso levaria os jogadores veteranos a visitarem novamente esses que são os melhores estágios de "Destiny".

Outra opção, também cogitada pelo estúdio, é incluir a "busca por grupos" nas raides. Hoje, você precisa juntar seu próprio esquadrão para encarar esses desafios - e, acredite, muita gente fica de fora por causa deste detalhe.

Pode ser que a produtora de "Destiny" invente novos eventos e jornadas nos próximos meses, ao perceber a perda de interesse da comunidade, ou já em preparação para o segundo jogo. "O Rei dos Possuídos" já era uma grande expansão e ganhou um "boost" de conteúdo com a atualizaçao de abril. Ou seja, há precedentes para esse tipo de iniciativa.

Por enquanto, há simbioentes para derrotar e aglomerações de SIVA para coletar. E aquele baú lá no fundo da raide, que ninguém conseguiu abrir. Mas só isso não vai manter os guardiões por perto até a chegada de "Destiny 2".