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Muita cerveja, pouca mulher: como foi o torneio internacional de "CS" em SP

Barbara Gutierrez/UOL
Imagem: Barbara Gutierrez/UOL

Barbara Gutierrez

Do UOL, em São Paulo

30/10/2016 17h11

Atraindo mais de 5,5 mil pessoas por dia no Ginásio do Ibirapuera, o campeonato ESL Pro League traz o melhor nível internacional de “Counter-Strike: Global Offensive” ao Brasil. O evento é considerado um dos maiores do mundo e reuniu, de 28 a 30 de outubro, fãs de São Paulo até Assunção, no Paraguai. Mesmo com um número tão grande de visitantes, o público é majoritariamente masculino.

Camila Marques, publicitária de 22 anos que compareceu à final da segunda etapa do Campeonato Brasileiro de "League of Legends" 2016, realizada em julho no Ginásio do Ibirapuera, faz a comparação entre as duas plateias de eSports: “A diferença é muito gritante. Quando vim ao CBLoL, 50% [do público] eram mulheres, aqui na ESL você vê 10% de mulheres. Aqui você passa e os caras falam ‘Nossa, uma menina que joga FPS’. No CBLoL é muito diferente, as pessoas só pensam que é mais uma jogadora.”

Camila Marques - fã de CS na ESL - Barbara Gutierrez/UOL - Barbara Gutierrez/UOL
"Acho que as meninas precisam mesmo vir e presenciar esse tipo de evento, eu conheço e sei que muitas mulheres jogam 'CS:GO'", comenta a publicitária Camila Marques, que foi ao ginásio conferir o torneio e esteve também na final do CBLoL.
Imagem: Barbara Gutierrez/UOL

“Aqui eu vejo todos juntos, curtindo da mesma forma, sem diferenciação de sexo. São pessoas muito diferentes, de faixas etárias muito distintas, de 16 anos até pessoas de 40 anos pra cima”, diz Guilherme Blake, estudante de 24 anos.

A classificação etária para prestigiar a ESL Pro League crava nos 16 anos, mas além de visitantes mais velhos, a falta de famílias no evento também é visível. O clima familiar e colorido dos cosplays no CBLoL faz um grande contraste com o aspecto mais sóbrio do evento de CS:GO.

Talvez não tão sóbrio assim

Além da paixão pelo jogo, a cerveja foi também uma presença constante no Ginásio do Ibirapuera. As rodas de conversa entre as partidas de "Counter-Strike" traziam inúmeras mãos com copos da bebida alcóolica.

“Eu acho fantástico assistir às partidas tomando uma cervejinha para ficar tranquilo”, comenta Alexandre Anauate, empresário de 26 anos, enquanto bebe do copo. “Isso é proibido no município de São Paulo em eventos como jogos de futebol, mas não acho que isso influencia. O público da ESL veio na paz, não existe rivalidade entre times, a nossa comunidade apoia os times brasileiros. Não acho que vá dar problema ou briga, é muito mais para curtir.”

Alexandre, fã de CS no ESL - Barbara Gutierrez/UOL - Barbara Gutierrez/UOL
Mesmo com a cerveja rolando solta, o torneio de "Counter-Strike" no Ginásio do Ibirapuera foi tranquilo e sem incidentes. "Não existe rivalidade entre os times", aponta o empresário Alexandre. Para ele, o pessoal vem para curtir os jogos. "Acho fantástico assistir as partidas tomando uma cervejinha".
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Seguindo um padrão muito similar aos eventos internacionais de eSports como o próprio Mundial de League of Legends 2016 realizado em Los Angeles, a ESL Pro League liberou cerveja ao público do campeonato.

Apesar do antigo artigo 1º da lei 12.402, de 1997, que proíbe a comercialização de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol e conjuntos poliesportivos antes e durante eventos esportivos, a suspensão da aplicação da lei veio com as Olimpíadas e aos poucos os estádios do Brasil todo estão voltando a ter a eterna loirinha de volta às mãos do público.

Mesmo com o consumo de cerveja liberado no ginásio, o torneio internacional de "Counter-Strike" aconteceu sem incidentes ou confusões: os únicos gritos ouvidos foram da torcida apoiando a SK Gaming, equipe brasileira disputando o título e a premiação de US$ 200 mil ao vencedor do campeonato. A grande final acontece hoje (30), a partir das 18:50h e você pode acompanhar as partidas pelas plataformas Twitch, Azubu ou Hitbox.