PlayStation VR empolga, mas ainda é 'gambiarra' cara com poucos jogos
Neste ano a realidade virtual deixou de ser tão virtual assim para chegar às prateleiras das lojas (ao menos no exterior, né, já que aqui no Brasil os impostos dificultam muito a chegada dos aparelhos).
O PlayStation VR representa a alternativa mais viável - ou seja, menos cara - de aproveitar jogos em RV. O kit básico, com visor e unidade extra de processamento, sai por US$ 400 dólares enquanto o pacote mais generoso traz também a câmera do PS4 e dois controles PS Move, ideal para alguns games, custa US$ 500.
No Brasil, o PS VR não tem data ou preço definidos para o lançamento. Segundo a Sony, a expectativa é que ele chegue ao país até abril de 2018.
O resultado ainda fica atrás do que Rift e HTC Vive oferecem nos PCs, mas o desempenho do acessório é competente e alguns jogos empolgam bastante, deixando certo otimismo para um futuro em que mais títulos se aproveitem da tecnologia. Contudo, as gambiarras para tudo funcionar são muitas e incômodas.
Logo de cara chama atenção a quantidade de fios exigida pelo PS VR: além de todos os cabos necessários para usar o PS4, há um cabo HDMI adicional, fonte de alimentação, USB que fica ocupando uma das duas entradas do console e ainda, claro, os dois cabos do próprio visor.
Tudo isso vai conectado a uma pequena unidade adicional de processamento que, apesar de ser fácil de acomodar em qualquer cantinho do móvel onde fica o videogame, vai precisar também de uma tomada (a fonte de alimentação que falei antes). O PS VR funciona bem o bastante, mas fica claro que foi necessário um grande esforço para adaptar a nova tecnologia ao hardware do PS4 e outros acessórios já lançados, como câmera e controle de movimento.
Além desse ninho de fios é necessária também a PlayStation Camera, que ajuda o videogame a acompanhar o movimento do visor, ou seja, mais um fio saindo do videogame e se estendendo pelo móvel onde ficam o aparelho e a TV.
Ok, vencido o desafio dos cabos, a configuração é tranquila e logo dá para colocar o visor em ação. Ele vem acompanhado de um disco cheio de demonstrações de jogos - disponível também para baixar de graça na PS Store.
Pouco espaço
O PS VR é disparado o visor de realidade virtual mais confortável da atualidade. Leve e fácil de colocar, conta com dois pontos de ajuste: um para o tamanho da cabeça, outro para a distância do visor dos seus olhos. No cabo há botões para ligar o visor, regular volume e microfone e entrada para fones de ouvido.
Ainda assim, detalhes no acabamento deixam ele atrás dos concorrentes. Por exemplo, as bordas emborrachadas ajudam a isolar bem a iluminação externa, só que deixam mais fácil embaçar a lente.
Em relação a modas mais recentes, como o Kinect e o próprio PS Move, o VR exige menos espaço, funcionando bem em lugares apertados. Um ou outro jogo, como "Batman: Arkham VR" pedem um recuo maior em relação à TV, mas não é nada muito exagerado, com cerca de dois metros de distância da TV dá para resolver bem.
Vale lembrar: assim como acontece com a barra com sensor do Wii, o Kinect e a PS Eye em conjunto com o PS Move, é importante que não bata luz do sol na PS Camera, pois isso pode deixar o acessório confuso e prejudicar o efeito da realidade virtual.
Variedade limitada de jogos
A seleção inicial de jogos para o PS VR é diminuta, mas traz experiências interessantes que justificam a tecnologia como uma experiência complementar.
Desta primeira leva, o título que mais gostei em realidade virtual foi "Rez Infinite", clássico lançado quinze anos atrás para o inesquecível Dreamcast. O visual psicodélico do título proporciona uma viagem ainda mais intensa em realidade virtual e a Area X, fase criada especificamente para a RV, é um mergulho único e surreal, com poucos paralelos no mundo dos games.
Por sua vez, "Batman: Arkham VR" dá um gostinho do potencial da tecnologia para colocar o jogador na pele de personagens dentro de mundos cheios de personalidade. O jogo é curto e não justifica o preço de lançamento, mas vale como uma demo técnica luxuosa. que realça o lado detetive do Cavaleiro das Trevas.
Para fechar a trinca, "PlayStation VR Worlds" brilha como a coletânea essencial para quem compra o visor. Com variedade de estilos, a compilação oferece missões de tiroteio, exploração no fundo do mar, disputas esportivas futuristas e outras coisas mais. Para quem já acompanha há algum tempo as notícias sobre o PS VR - quando ainda se chamava Project Morpheu -, são todas as primeiras demonstrações exibidas para o aparelho.
De resto, o cardápio é composto por jogos que já brilharam no PC, a exemplo de "Job Simulator", e outros que pouco empolgam, como "Until Dawn: Rush of Blood". "Rise of the Tomb Raider" chegou com opção de RV no conteúdo adicional Laços de Sangue, mas a adaptação é pobre uma vez que a movimentação é extremamente travada e incômoda. Vale mais jogar com a câmera tradicional.
Começou razoável, mas pode melhorar
Trata-se de um começo caro e ainda carente de conteúdo, mas o PlayStation VR já oferece sim uma experiência empolgante de realidade virtual - contanto que você aceite muitas concessões, como a profusão de cabos na sua casa.
Pensando mais a longo prazo, empolga um pouco a chegada do PS4 Pro, que promete aumentar a resolução e taxa de quadros dos jogos no PlayStation VR, elementos importantíssimos na realidade virtual. Resta saber e ver o quão bem o aparelho fará isso.
De qualquer maneira, essas e outras dúvidas podem ser respondidas com calma pela maioria dos interessados na tecnologia. A realidade virtual é uma brincadeira cara que não tem data exata para chegar ao Brasil ainda, quando benefícios como garantia oficial e parcelamento deixam um pouquinho mais palatável o preço salgado.
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