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"Mario", "Zelda" e controles inovadores: Switch quer recriar sucesso do Wii

"Super Mario Odyssey" é destaque no Switch

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Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

13/01/2017 06h34

A grande força do Switch, novo videogame da Nintendo, é o formato único. Tentando recriar o fenômeno Wii, que conquistou o mundo em 2006 com seus controles com sensores de movimento, a empresa japonesa aposta em um console de mesa que pode ser levado no ônibus ou para um parque e funcionar normalmente.

Os inovadores controles do Switch parecem uma evolução natural do Wii Remote, e podem ser usados sozinhos ou acoplados à tela do sistema. E também em alusão ao Wii, a Nintendo parece não ter medo de colocar suas melhores cartas na mesa no início da partida: o primeiro ano do console terá "Mario", "Zelda", "Mario Kart", "Splatoon", e outras marcas de peso.

Infelizmente para a Nintendo, o fracasso do Wii U provou que ótimos games exclusivos não bastam quando os jogos multiplataforma, que podem ser aproveitados nos sistemas concorrentes, não estão lá também.

O Switch terá, sim, "Skyrim", "FIFA" e "NBA 2K" - gigantes de vendas de produtoras terceiras que ignoraram o Wii U. Mas a lista de games já confirmados para o sistema prova que muita cautela é o que pontua a investida inicial das third-parties no Switch.

Ao invés de seus maiores games, como "Watch Dogs 2" ou "Ghost Recon: Wildlands", a Ubisoft anunciou "Steep" e "Rayman Legends" para o Switch. "Ultra Street Fighter 2" é a ficha da Capcom no sistema, e não uma versão de "Resident Evil 7". Pela Bandai Namco, "Dragon Ball Xenoverse 2", mas não "Dark Souls". E por aí vai: quase todos os games de third-parties já confirmados são apostas de baixo risco.

Por trás das cortinas, a Nintendo não conseguiu convencer as grandes produtoras de que o Switch dará certo. O sucesso da plataforma, portanto, requer que o mesmo público que rejeitou o Wii U abrace o conceito de um sistema que mistura console de mesa e portátil.

Mas ainda é cedo para dizer se um console de mesa portátil terá tanto impacto quanto teve o Wii.

A Nintendo ainda precisa detalhar planos para a funcionalidade online do Switch, entre várias outras pequenas questões que podem fazer a diferença para o consumidor que for escolher entre Switch ou Xbox One e PS4. E, sim, esse é o embate: afinal, custando US$ 300, o console da Nintendo está na mesma faixa de preço do que os agora veteranos sistemas da Microsoft e Sony.

Brasileiros que optarem pelo Switch ainda deverão enfrentar uma barreira inoportuna: a da importação. A Nintendo não deu sinais de que planeja voltar a vender seus produtos oficialmente em território nacional.

Os dados estão lançados, e o destino do Nintendo Switch começará a ser decidido quando os primeiros consumidores colocarem as mãos no sistema em 3 de março.