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"Yakuza 0" é porta perfeita para melhor série moderna de RPGs japoneses

Yakuza 0 - Divulgação/SEGA - Divulgação/SEGA
Cair na pista da discoteca é uma das atividades opcionais que "Yakuza 0" oferece
Imagem: Divulgação/SEGA

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

02/02/2017 13h16

"Yakuza" já faz parte do panteão das maiores séries de RPGs japoneses, lado a lado com "Final Fantasy" e "Dragon Quest". Até hoje, problemas de tradução e lançamentos atrasados impediram a marca de estourar no Ocidente como fez no Japão - mas "Yakuza 0" tem tudo para mudar o rumo dessa história.

A trama do novo game de PlayStation 4 ocorre durante os anos 1980, anos antes do "Yakuza" original de PS2 e das várias sequências que vieram depois. Assim, ninguém precisa se inteirar dos eventos dos games anteriores para aproveitar a ação envolvente e a narrativa absurda de "Yakuza 0".

Nota de Yakuza 0 - Montagem/UOL - Montagem/UOL
Game foi avaliado no PlayStation 4
Imagem: Montagem/UOL

Enquanto a história central do game coloca holofotes nos sérios conflitos e intrigas entre organizações mafiosas no Japão, missões paralelas mostram com muito humor os meandros mais bizarros do submundo do país. Em um momento, o protagonista Kazuma Kiryu troca golpes com uma gangue que aterroriza as ruas; no seguinte, ele disputa corridas de autorama em busca do título de campeão local.

"Yakuza" passa longe dos estereótipos de fantasia ou ficção científica que guiam a maioria dos RPGs, e diverte por basear-se na realidade mas flertar constantemente com o surrealismo. É praticamente um simulador de Japão, que dá vida a todos aqueles programas de TV nipônicos bizarros que viram notícia por aqui.

Conheça Kiryu, um dos heróis de "Yakuza 0"

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No final dos anos 1980, Kazuma Kiryu, da região de Kanto, e Goro Majima, de Kansai, acabam tragados por um enorme conflito por poder envolvendo todas as grandes organizações criminosas do Japão. Com motivações distintas, os dois 'heróis' de "Yakuza 0" partem em uma jornada para investigar o que realmente está acontecendo por trás de toda a movimentação no submundo.

Muitas vezes, a trama de intriga política deixa as conversas de lado e o jogador é obrigado a partir para a porrada. Durante as batalhas, é possível selecionar diferentes estilos de luta e usar itens espalhados pelo cenário como armas.

Visualmente, as batalhas de "Yakuza 0" parecem simples. Principalmente nas dificuldades mais altas, porém, fica evidente que há muita profundidade no sistema.

Sob a desculpa de que Kiryu e Majima ainda não eram guerreiros super poderosos nos anos 1980, "Yakuza 0" tem um ritmo de combate mais cadenciado do que os outros games da série - o que não é necessariamente ruim. Surrar gângsters é estranhamente terapêutico, felizmente, pois é difícil andar pelas ruas de Kamurocho e Sotenbori sem esbarrar com vândalos mal-intencionados.

Fãs de ficção policial e de histórias de máfia têm muito a aproveitar com as missões 'principais' de "Yakuza 0", mas o verdadeiro charme do game está em todo o conteúdo opcional.

Seguindo a tradição da grife, o jogo tem dezenas de objetivos opcionais que envolvem personagens inusitados ou divertidos minigames. Quando a pancadaria cansa, dá para passar o tempo administrando um clube de hostesses, ou então jogando "OutRun" e "Space Harrier" nos fliperamas. Todo esse conteúdo 'extra' faz a vida útil de "Yakuza 0" passar facilmente das 100 horas.

Apesar de ter sido lançado também para o PlayStation 3 no Japão, "Yakuza 0" é exclusivo do PS4 no Ocidente. Para fãs de RPGs, principalmente os que estão cansados dos lugares-comuns do gênero, é imperdível.