Nos anos 1920, um terremoto destruiu as origens do anime no Japão
Os primórdios do anime ficaram perdidos no tempo.
Diferente das primeiras animações ocidentais, das quais ainda existem registros digitais e até mesmo cópias em bons estados de conservação, as animações japonesas originais, em sua maioria, desapareceram.
Pesquisador do Centro Nacional Cinematográfico japonês, Yoshiro Irie cita três nomes como os pioneiros da animação japonesa, que construíram suas famas na década de 1910. O primeiro, Oten Shimokawa, produziu apenas cinco filmes animados. Junichi Kouchi era outro: considerado tecnicamente superior a seus contemporâneos, ele assinou 15 animações.
Tanto Shimokawa quanto Kouchi produziram filmes para grandes estúdios da época, que após exibirem os filmes por certo tempo, os desmontavam e vendiam os quadros de animação separadamente ou no formato de tirinhas.
O terceiro grande animador da época, Seitaro Kitayama, porém, criava seus trabalhos por conta própria, e não os vendia após as exibições públicas. Seus filmes seriam provas vivas das origens do anime... caso eles não tivessem, em sua grande maioria, sido destruídos pelo Grande Terremoto de Kanto em 1º de setembro de 1923.
"The Anime Encyclopedia", livro de Jonathan Clements e Helen McCarthy publicado em 2001, explica como o terremoto destruiu completamente o estúdio onde Kitayama e seus funcionários trabalhavam.
Por muito tempo, acreditava-se que todo o legado da primeira geração de animadores japoneses tinha sido perdido na tragédia.
Em 2007, porém, o Museu Nacional de Arte Moderna de Tóquio revelou ter encontrado em uma venda de antiguidades em Osaka dois filmes da época: "Namakura-gatana" ("Uma Espada Obtusa"), criado por Junichi Koichi em 1917, e "Urashima Taro", adaptação de uma lenda folclórica japonesa que Seitaro Kitayama animou em 1918.
Os filmes ainda estão no acervo do museu e são devidamente conservados. Mas seus predecessores, criados entre 1912 e 1916, perderam-se para sempre.
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