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Novo modelo muito caro e poucos exclusivos: Xbox é videogame para poucos

À esquerda, o antigo Project Scorpio, agora chamado de Xbox One X; à direita, o "modelo padrão" Xbox One S - Divulgação/Microsoft
À esquerda, o antigo Project Scorpio, agora chamado de Xbox One X; à direita, o 'modelo padrão' Xbox One S Imagem: Divulgação/Microsoft

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

13/06/2017 16h00

A Microsoft cumpriu o prometido: o Xbox One X, antigo Project Scorpio, é o console mais poderoso que já vimos. A empresa já tinha divulgado os números, mas finalmente pudemos ver neste domingo (11) do que os tais 6 teraflops de poder de processamento são capazes.

Na máquina, games como "Forza Motorsport 7" e "Assassin's Creed Origins" rodam com visuais dignos de PCs de última linha. É um salto de qualidade grande em relação a todos os outros videogames disponíveis no mercado... e também um salto de preço de tamanho parecido.

O Xbox One X chegará às lojas nos EUA em 7 de novembro custando US$ 500. São US$ 100 a mais até mesmo do que o modelo 'premium' concorrente, o PlayStation 4 Pro. É um preço extremamente proibitivo, e a própria Microsoft sabe disso: durante a conferência na E3, o chefe da divisão Xbox, Phil Spencer, anunciou o número de maneira tímida, sem qualquer alarde. O preço sequer foi mostrado no telão 4K ao fundo.

A apresentação confirmou: o antigo Project Scorpio é um console para poucos.

Forza Motorsport 7 - Divulgação/Microsoft Studios - Divulgação/Microsoft Studios
"Forza Motorsport 7" foi o único exclusivo 'first-party' anunciado pela Microsoft na E3 2017
Imagem: Divulgação/Microsoft Studios

Para reconquistar o espaço que o Xbox 360 tinha, mas o Xbox One perdeu nos últimos anos, portanto, a Microsoft precisaria investir em novos jogos. Ideias diferentes, que injetassem novo ânimo na plataforma, fossem elas frutos de parcerias com outras produtoras ou apostas da própria Microsoft Studios. Algo exclusivo que fosse além da tríade "Forza", "Halo" e "Gears" (duas das quais já não têm o impacto que tiveram outrora).

Mas, apática, a Microsoft não mostrou nada disso na E3 2017. Ela anunciou um novo exclusivo, "Forza 7" (incrivelmente belo, mas tão previsível quanto um "FIFA" a cada novo ano), e reapresentou outros que já marcam presença em suas conferências desde 2014, como "Crackdown 3" e "Cuphead".

Para construir o que eles chamaram de "a mais diversa lista de jogos da história do Xbox," a Microsoft apresentou games multiplataforma e exclusivos temporários, rotulados de maneira propositalmente confusa ("exclusivo no lançamento de console" é um baita eufemismo).

O maior destaque da conferência do console foi para "Anthem", que também sairá para PlayStation 4 e PC. Cotistas da indústria japonesa, "Dragon Ball FighterZ" e "Code Vein" também apareceram - novos games multiplataforma de estúdios que historicamente vendem exponencialmente mais no PlayStation.

Assassin's Creed Origins no Scorpio - Divulgação/Ubisoft - Divulgação/Ubisoft
Jogos multiplataforma como "Assassin's Creed Origins" rodarão melhor no Xbox One X
Imagem: Divulgação/Ubisoft

A mensagem que a Microsoft passou durante sua conferência na E3 2017 foi simples: por ora, o Xbox não tem como rebater o que Sony e Nintendo vêm fazendo ao apresentar novas marcas e reinventar franquias clássicas. É inegável que a empresa passa por uma crise criativa.

Com fãs assíduos e suporte garantido dos multiplataformas, o Xbox One sobreviverá. Perto de todas as inovações que o Xbox 360 apresentou à indústria na década passada, porém, o console caminha para ser lembrado apenas como o protagonista de uma geração perdida.