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Game de luta único, "ARMS" é incrível, mas peca na falta de variedade

Divulgação/Nintendo
Imagem: Divulgação/Nintendo

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

01/07/2017 12h00

Por mais que as comparações com "Punch-Out!!" e o modo de boxe do "Wii Sports" sejam óbvias, "ARMS" é uma experiência completamente inédita. No Switch, a Nintendo lançou sua própria visão sob os games de luta, e conseguiu criar uma mecânica única, mas simples de entender.

No controle de guerreiros com braços extensíveis, que funcionam como molas, os jogadores participam de disputas em que o objetivo, claro, é cobrir o oponente de porrada.

Apesar da proposta semelhante, "ARMS" é muito diferente de games como "Street Fighter" ou "Mortal Kombat". Isso porque a primeira prioridade dos jogadores de "ARMS" deve ser o posicionamento dos bonecos nas arenas, e não combos ou as sequências de botões que ativam um ataque especial.

Dependendo de onde seu oponente está, é possível curvar a trajetória dos socos para que eles atinjam o alvo. De maneira parecida, é possível desviar de todos os golpes saltando ou esquivando-se para o lado no momento certo.

ARMS - Divulgação/Nintendo - Divulgação/Nintendo
Diferentes modelos de braços mudam completamente as estratégias de combate
Imagem: Divulgação/Nintendo

Os combates de 1 contra 1, que são a 'carne' do game, são enfrentamentos extremamente intensos, em que a maioria dos golpes erram ou são bloqueados.

Ganha o jogador que consegue antecipar melhor os próximos passos de seu oponente. E como as possibilidades de ações que podem ser tomadas são enormes - entre agarrões, saltos, esquivas, golpes curvados, golpes diretos, etc. -, cada soco que conecta é um momento de grande satisfação.

Cada partida é uma jornada, cheia de momentos de conquista e decepção. Errar uma esquiva e ser punido é frustrante - mas, no momento seguinte, o jogo pode virar.

Na medida em que o combate progride, um medidor ao lado da barra de vida do lutador cresce. Quando ele está cheio, é possível ativar um modo de socos rápidos, que acaba com boa parte da vida do inimigo... mas que pode ser desperdiçado e convidar sérias represálias caso utilizado no momento errado.

"ARMS" não tem comandos complicados, e a comunicação visual do que está acontecendo em cada determinado momento das lutas é muito boa. Por isso, entrar na arena e disparar socos descompromissados é fácil e imediatamente recompensante. Mas tornar-se um mestre no game, capaz de vencer consistentemente inimigos que usam diferentes estratégias, é algo que requer grande empenho e dedicação.

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É no modo de 1 contra 1 que "ARMS" mais brilha
Imagem: Divulgação/Nintendo

Antes de cada luta, os jogadores devem escolher um personagem e os modelos de seus dois braços. São centenas de combinações distintas, e cada uma traz habilidades, atributos e capacidades distintas.

O shinobi Ninjara, por exemplo, é capaz de fazer uma esquiva aérea super versátil, que funciona como um salto duplo. Já Master Mummy tem socos mais pesados, que bloqueiam golpes inimigos, e recupera energia quando está com a guarda levantada.

Nota de ARMS - Arte/UOL Jogos - Arte/UOL Jogos
Imagem: Arte/UOL Jogos

Os vários modelos de braços, por sua vez, trazem ainda mais variedade para os combates. O braço Chakram lança uma espécie de estrela ninja, ideal para trajetórias curvadas. Enquanto isso, o Slapamander faz um movimento de tapa quando se aproxima do inimigo que aumenta seu alcance, e dá um pouco de dano adicional de queimadura por ter atributos de fogo.

O vasto leque de possibilidades permite que todo jogador encontre pelo menos uma configuração de personagem e braços que funcione em perfeita harmonia com seu estilo de jogo. E também garante que as lutas sejam sempre muito diferentes umas das outras.

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Todos os modelos de braços podem ser usados por todos os lutadores, desde que sejam desbloqueados antes
Imagem: Divulgação/Nintendo

Todos os pequenos detalhes da mecânica de "ARMS" se aplicam também aos modos 'paralelos' do game. Mas nenhum deles é tão divertido ou interessante quanto os combates de 1 contra 1.

Além do modo Grand Prix, que permite a um ou dois jogadores enfrentarem uma sequência de oponentes controlados pelo computador, "ARMS" tem as seguintes opções de combate: Hoops, no qual os jogadores precisam agarrar e fazer cestas com seus oponentes; V-Ball, em que o objetivo é socar uma bola gigante para fazer ela cair no lado do oponente da quadra; e Skillshot, que traz alvos que devem ser destruídos com socos precisos.

Veja o trailer de "ARMS"

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Há ainda o 1-on-100, em que o objetivo é derrotar um exército de cem oponentes que aparecem em sequência, e opções de luta de 2 contra 2 e 'free-for-all', que são caóticas demais para merecerem destaque.

São extras que incrementam a experiência, mas que não passam de meras distrações, que não se comparam aos modos complementares de games de luta recentes, como o 'Multiverso' de "Injustice 2". Faltam motivos para quem não curte as filas ranqueadas continuarem jogando.

"ARMS" satisfaz fanáticos por games de luta nos moldes clássicos por sua competitividade, mas tem um formato diferente que pode agradar até mesmo quem se sente intimidado por um "Street Fighter". Se você se imagina gastando horas e horas lutando online, trata-se de um excelente game para ter no Switch. Caso contrário, é melhor esperar pela sequência.