Incrivelmente fresco, "Splatoon 2" é a Nintendo em sua melhor forma
Engenhoso e criativo como poucos, "Splatoon" já caminha lado a lado com "Mario Kart" e "Smash Bros." como um dos maiores feitos da Nintendo em termos de multiplayer. O que já era bom no Wii U voltou maior, melhor, mais bonito e variado no Switch, em um pacote obrigatório para donos do sistema.
"Splatoon 2" é um shooter em que matar seus oponentes não é o objetivo. Em posse de armas que disparam tinta, os Inklings devem pintar cada centímetro do cenário para conquistar espaço para seus times.
Ao final de cada partida de Turf Wars - o principal e mais acessível modo do game -, o computador calcula as porcentagens de área pintada com as cores dos dois times e premia o que tiver mais domínio sobre o estágio. Incapacitar rivais faz parte da ação, claro, mas muitas vezes é mais interessante evitar enfrentamentos e roubar território inimigo em áreas desocupadas.
Por mais que os outros modos de "Splatoon 2" coloquem jogadores em rota direta de colisão com mais frequência, nenhum deles premia ou pune pelos números de abates. A mensagem é clara: o game não é um shooter comum, e até mesmo quem não curte "Call of Duty" ou "Battlefield" pode acabar amando a experiência.
Apesar da proposta simples, "Splatoon 2" é construído de uma maneira que permite que jogadores de todos os tipos se divirtam.
Uma pessoa que é ruim em trocar tiros com os inimigos pode se divertir e contribuir para o time pintando áreas remotas dos estágios. Com armas que são boas à distância, elas podem até mesmo se aventurar tentando abater oponentes de longe. Enquanto isso, aqueles que não têm paciência para conquistar território podem se focar em limitar a ação do outro time em combate franco.
E independentemente de seu estilo de jogo, "Splatoon 2" é um deleite.
Os Inklings têm uma aparência humana, mas também são capazes de assumir a forma de pequenas lulas que mergulham na tinta para se esconder e navegar mais rapidamente pelo cenário. Quando imersos na tinta que tem a cor de seu time, eles conseguem até mesmo subir pelas paredes, e ainda recarregam as reservas de munições de suas armas.
O ciclo de atirar para colorir o cenário, mergulhar na tinta e nadar até uma outra área para voltar a espalhar o domínio de seu time é imediata e constantemente recompensante. E é um processo que mantém o jogador engajado o tempo todo, pois não há períodos de inatividade em "Splatoon": você está sempre contribuindo para o objetivo, seja abrindo caminho para seus companheiros ou meramente cobrindo pequenas lacunas que estavam sem tinta perto da base. Até mesmo durante os segundos entre um abate e o ressurgimento de seu personagem é importante olhar para o mapa e traçar o próximo caminho que você precisa tomar.
Após algumas partidas no modo Turf Wars, o jogador desbloqueia a fila ranqueada de "Splatoon 2", onde ficam os outros três modos competitivos, em constante rotação.
No Splat Zone, a disputa é focada em uma pequena área no centro das arenas. Vence quem conseguir o controle deste território por mais tempo. Já em Tower Control, o foco está em uma torre que se move em direção à base inimiga quando um Inkling está em cima dela. E em Rainmaker, por fim, todas as atenções ficam voltadas para um peixe dourado que é, na verdade, uma arma extremamente poderosa que precisa ser carregada até a base inimiga.
Com ritmos distintos de ação, os modos se completam. Em cada um deles, há inúmeras estratégias viáveis que variam de acordo com a arma escolhida, desde as pistolas até o balde de tinta.
Assim como o game original, "Splatoon 2" tem ainda uma campanha em que as mesmas mecânicas de movimentação e combate do multiplayer devem ser aplicadas para atravessar fases repletas de plataformas e inimigos. Aqui, os oponentes são os Octolings, criaturas do submundo marítimo que têm inveja da prosperidade da sociedade Inkling.
A campanha lembra "Super Mario Galaxy", tanto em estrutura quanto em qualidade. Ao fim de cada 'mundo', o jogador ainda deve enfrentar um chefão, e assim desbloquear novas armas para uso no resto do game.
A grande novidade da campanha de "Splatoon 2" é a possibilidade de rejogar todas as fases com diferentes armas. Dependendo dos desafios de um estágio, ele pode ser fácil de vencer com o rolo de pintor, por exemplo, ou extremamente desafiador. É uma mudança simples que acrescenta longevidade à experiência.
Cada modo de "Splatoon 2" tem métricas próprias de progresso, como os ranks individuais para cada opção competitiva. E o Salmon Run, inédito para a versão de Switch da série, não é exceção.
Trata-se da versão "Splatoon" do modo 'horda' de "Gears of War". Fazendo bicos para uma empresa bem suspeita, os Inklings são encarregados de invadir o território dos violentos salmões para roubar suas ovas. Os furtos ocorrem em grupos de até quatro jogadores, que precisam resistir aos ataques de enormes grupos de inimigos controlados pelo computador.
O diferencial do modo é sua progressão de dificuldade: na medida em que o jogador vai cumprindo missões com sucessos, os objetivos seguintes ficam cada vez mais difíceis. Mas não falo de um aumento bobo de dificuldade, como barras de vida maiores para os inimigos; mas sim de coisas como uma maré alta que reduz o tamanho do mapa, ou então uma névoa espessa que reduz a visibilidade.
Progresso no Salmon Run, na campanha ou nos modos competitivos pode ser convertido em dinheiro para comprar novas armas, chapéus, roupas, calçados e acessórios para os Inklings, ou então em tickets que incrementam o ganho de pontos de experiência. Assim, é possível carregar frutos do sucesso em um dos modos para todos os demais.
Quando foi lançado em 2015, o "Splatoon" original pecava um pouco pela falta de conteúdo. "Splatoon 2" passa longe de ter o mesmo problema, oferecendo modos diversos e divertidos para todos os tipos de jogadores já de fábrica. E a Nintendo ainda promete expandir a experiência com novos modos e outros DLCs gratuitos pelo próximo ano.
"Splatoon 2" é compra obrigatória para quem tem um Nintendo Switch, e um ótimo argumento a favor da aquisição para aqueles que ainda não fizeram o investimento. O game é a Nintendo em um de seus momentos mais brilhantes, e, portanto, algo que não existe nas outras plataformas.
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