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Sucesso no PC: neste jogo você é um pai que quer pegar outros papais

Dream Daddy - Reprodução
Dream Daddy
Imagem: Reprodução

Barbara Gutierrez

Do UOL, em São Paulo

05/09/2017 07h30

Jogando "Dream Daddy", descobri que não sou boa em levar foras e que meu namorado sabe escolher homens melhor do que eu.

Calma, vou explicar: novo sucesso para PC, o game "Dream Daddy" te coloca no papel de um pai solteiro que está a fim de curtir a vida adoidado, mas sem uma Ferrari no meio - só com outros papais mesmo, se é que você me entende.

O jogo, lançado em 20 de julho, teve grande notoriedade nas redes sociais e chegou a ser um dos mais vendidos no Steam. Mas por quê?

A premissa é igual a de outros jogos no molde de visual novels, ou romances visuais, nos quais você faz escolhas para avançar na história e alcançar finais diferentes. Dessa vez, o jogador entra na pele de um viúvo com uma filha adolescente que superou o luto e quer seguir em frente.

Para mudar de ares e conhecer outras pessoas, o protagonista acaba se enfiando em um bairro onde basicamente só existem pais gatos e gostosos disponíveis. Parece um anúncio pornô, mas é só um game mesmo.

Quem ouve sobre "Dream Daddy" e acha que o jogo tem conteúdo sexual, se engana.

Apesar da categoria D.I.L.F.s ("Dads I'd Like to Fuck", ou em tradução livre, "papais que eu gostaria de..." - bem, você entendeu) ser realmente um negócio forte entre fetichistas, logo no começo do game fica claro que o principal nele são as relações interpessoais - seja com seus crushs ou com sua filha, Amanda.

O início do jogo é bem livre: você customiza seu personagem (não há muitas opções, mas pelo menos você pode usar um cabelo igual ao do Goku), dá um nome, escolhe se adotou ou não sua filha, e há também a possibilidade de escolher a sexualidade do seu personagem.

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Você é gay? Bi? Você escolhe, e tudo é retratado de forma bem natural e simples dentro do jogo. Na foto, você pode escolher se tinha um companheiro ou companheira.
Imagem: Reprodução

E então, logo você vai conhecer os sete papais disponíveis para sair e se tornar amigo... ou ter uma relação mais duradoura.

Cada um possui sua própria característica única, abrangendo algumas preferências gerais - você tem desde um ursão que é meio competitivo demais, um religioso com uma família bizarra e até um gótico trans.

Os personagens podem até parecer meio clichê, mas como o jogo é curto, não existe lá muito tempo para a construção de sete personalidades realmente críveis.

O ponto fica para o relacionamento fofo entre você e sua filha, que está naquela fase adolescente que ninguém aguenta e mesmo assim você sente que constrói algo sólido com Amanda.

O jogo oferece uma rede social, o DadBook, todinho para flertar com os crushs.

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Ah, Craig... Um dia você será meu. Ou não.
Imagem: Reprodução

É um sistema simples para mandar mensagem e sair com eles, mas é uma pena que só podem existir três encontros com cada um dos personagens - tudo por conta daquela convenção social meio besta lá dos EUA que diz que os casais chegam à 'terceira base' no terceiro encontro.

Esses 'dates' são ranqueados conforme você se sai, considerando suas respostas e ações com o gosto do pai em questão. No final, você recebe uma pontuação, igual a imagem ao lado.

Confesso que talvez eu esteja meio enferrujada, eu recebi um "S" (Special, o melhor de todos) depois de um encontro meio esquisito e também já tive uma nota "C" depois de achar que mandei muito bem. As regras do amor são inconstantes demais pro meu gosto.

Quando cheguei ao segundo encontro com todos os personagens, decidi primeiro tentar meu terceiro encontro com Mat, o dono de uma cafeteria gato que curte música.

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Ao meu ver o 'date' foi incrível... Mas ele não achou. Nos beijamos, porém no final ele me deu o fora. Fuen.
Imagem: Reprodução

Tudo bem, ninguém gosta de levar um pé na bunda e ouvir "acho melhor sermos só amigos", mas isso se torna ainda pior quando você demorou mais de 10 minutos só para montar meu protagonista de um jeito descoladão. E eu ainda fiz de tudo para agradar o Mat!

Fiquei ressentida? Talvez. Na hora eu lembrei da voz do meu namorado (o da vida real mesmo), logo quando eu estava no começo do jogo, falando que ele preferia Hugo, o professor de literatura que também ama secretamente wrestling.

Como sou teimosa, não dei meu braço a torcer e fui para meu terceiro encontro com Craig, meu amigo dos tempos da escola todo malhadão que recentemente se divorciou da esposa.

Adivinha? Outro fora. Talvez realmente eu não seja lá uma boa companhia para caminhadas matutinas, corridas ou levantamento de peso.

Considerei sair até com Robert, que é o cara do mau do jogo, que bebe muito, fala pouco e te trata como lixo.

Então eu vi aonde estava me metendo e enfim saí com Hugo. Sabe como é, depois que você tem uma filha, precisa ter mais responsabilidade e não ir atrás de problemas.

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Hugo foi o único que me aceitou como eu realmente sou... Ou talvez eu realmente só me empenhei muito em deixar ele feliz em uma partida de luta profissional e quando comemos uma tábua de queijo maravilhosa.
Imagem: Reprodução

Tive um final digno de romance com Hugo, com nossas filhas sendo super amigas, nós juntinhos vendo o pôr-do-sol... E meu namorado ao lado falando que tinha me avisado. Ele sempre teve um dedo melhor para homens do que eu - seja nos games, filmes ou séries, ele quase sempre sabe quem vai se tornar um perfeito babaca e quem é a pessoa legal.

Vale a pena?

Se você também quer entrar no mundo dos papais, não tenha medo: "Dream Daddy" não morde (a menos que você queira).

Com diversos segredos e muitas piadas de tiozão inseridas no jogo, o game é interessante para quem sabe inglês, já que não há localização em português.

Mesmo com minigames além dos tradicionais textos e escolhas, o jogo ainda aparenta ser muito mais simples do que seu valor deveria oferecer, e na minha opinião se você quiser jogar, aviso que é melhor esperar uma promoção no Steam - o game custa R$ 27,99.

"Dream Daddy" também não tem lá uma grande duração, como já mencionei, mas vale a pena ser jogado pelos papais gatos, é claro.

Só tome cuidado se você tiver um problema em levar foras - digo por experiência própria.