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Heróis improváveis quase elevam "Warriors All-Stars" acima da mesmice

Divulgação/Koei Tecmo
Imagem: Divulgação/Koei Tecmo

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

28/09/2017 04h00

Não há franquia mais prolífica que a linha "Warriors". Com uma fórmula de ação comprovada em mãos, a Koei Tecmo já tinha tentado praticamente tudo o que era possível para a série, incluindo spin-offs e jogos licenciados. Faltava uma mistura das outras marcas de seu catálogo. Mas não mais.

"Warriors All-Stars" é um "Dinasty Warriors" em que apenas alguns personagens são ídolos militares da China antiga. Os demais vêm de jogos como "Ninja Gaiden", "Dead or Alive" e "Nioh".

Reunidos em um único universo, os heróis devem participar de batalhas que são 10% estratégia, 90% pancadaria contra soldados fracotes e indefesos. É um gosto adquirido: o jogador precisa decidir os melhores momentos para avançar sobre território inimigo ou defender pontos de interesse, mas passa a maior parte do tempo passando o rodo em enormes grupos de inimigos que raramente reagem.

A ação fica mais intensa quando é hora de enfrentar os generais do exército rival, que têm muito mais presença que soldados comuns. Mas a repetitividade nunca deixa de permear todas as fases de combate.

Warriors All-Stars - Divulgação/Koei Tecmo - Divulgação/Koei Tecmo
Ryu Hayabusa e Sophie Neuenmuller são dois dos personagens convidados do game
Imagem: Divulgação/Koei Tecmo

A campanha do game gira em torno de três facções controladas por personagens originais, que ganham praticamente todos os holofotes durante a história.

Mas são bonecos como Ryu Hayabusa, Kasumi e William Adams que realmente colocam a mão na massa. Todos têm conjuntos de ataques comuns e habilidades especiais criados com muito carinho e que fazem divertidas alusões aos mundos de onde vieram.

Warriors All-Stars - Arte/UOL Jogos - Arte/UOL Jogos
O game foi avaliado no PlayStation 4
Imagem: Arte/UOL Jogos

"Warriors All-Stars" ainda serve para que a Koei Tecmo agrade fãs de algumas de suas franquias de menor expressão, como "Deception" e "Nights of Azure". A lista de personagens é tão generosa que até mesmo inclui o pequeno Opoona, do bizarro mas carismático RPG homônimo que nasceu e morreu no Wii na década passada.

Diferente de "Hyrule Warriors" ou "One Piece: Pirate Warriors", porém, o game faz pouco esforço para assimilar elementos das franquias que ele abraça. As referências a "Ninja Gaiden", por exemplo, não vão muito além das meras presenças de Ryu e Ayane na lista de heróis controláveis.

É inegável: o novo título funciona como um "Dynasty Warriors" ou "Samurai Warriors" genérico. Para quem não tem interesse nas tretas históricas da China e do Japão antigos, porém, talvez "Warriors All-Stars" seja uma opção melhor para quem quer conhecer esse estilo tão particular de jogo.

"Warriors All-Stars" já está disponível em versões para PlayStation 4 e PC.