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Estúdio de brasileiro recrutou milhares de jogadores para criar game

Worlds Adrift - Divulgação
Worlds Adrift Imagem: Divulgação

Eric Auchard

Da Reuters, em Londres

18/05/2018 12h15

A produtora de games britânica Bossa Studios, do brasileiro Henrique Olifiers, lançou na quinta-feira (17) Worlds Adrift, um jogo de aventura ambicioso projetado para atrair a geração Minecraft e que levou três anos e 50 mil jogadores para ser criado.

A designer independente de jogos baseada em Londres está ampliando os limites técnicos, logísticos e financeiros ao contar com jogadores para construir ilhas flutuantes para seus personagens habitarem, que outros jogadores podem visitar com navios voadores.

"O Worlds Adrift permite que você entre no jogo, defina seus próprios objetivos e siga o jogo da maneira que preferir", disse Olifiers, um dos três cofundadores da empresa.

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A Bossa foi criada em 2010 por designers de jogos veteranos que se concentraram em fazer games sociais para a plataforma do Facebook antes de mudarem para jogos online para computadores. A empresa é mais conhecida por "Surgeon Simulator" e "I Am Bread", que atraíram milhões de usuários com seus movimentos realistas.

O novo jogo online para múltiplos jogadores da empresa é o primeiro a ser executado na plataforma computacional Improbable, uma outra empresa de Londres que permite a criação de enormes simulações baseadas na tecnologia de computação em nuvem, sem as quais a paisagem complexa e gerada por usuários do Worlds Adrift seria impossível. O título é muito mais sofisticado que os jogos anteriores da Bossa.

A produtora pretende criar a próxima grande franquia de jogos europeus, seguindo os passos de nomes familiares como Minecraft, Clash of Clans, Candy Crush e Angry Birds.

Normalmente, apenas empresas de jogos estabelecidas, com centenas de engenheiros e centenas de milhões de dólares, poderiam desenvolver jogos com a complexidade de Worlds Adrift.

Oito meses atrás, a Bossa Studios levantou 10 milhões de dólares em financiamento em uma rodada liderada pela firma europeia Atomico. A empresa tem 82 funcionários, mas está se expandindo rapidamente com o financiamento recente, disse Olifiers.

A Improbable, cujo sistema pode ser usado para simular digitalmente locais do mundo real não apenas para jogos, mas também para design de produtos e planejamento corporativo, recebeu um investimento de 502 milhões de dólares do Vision Fund, da Softbank, há um ano.

"Ao contrário de qualquer outro jogo massively multiplayer online (MMO), suas ações realmente afetam o mundo virtual", disse o cofundador da Improbable, Herman Narula.

Os jogadores podem construir e desenvolver ilhas cada vez mais complexas, que outros jogadores podem visitar e interagir com outros participantes do jogo do jeito que desejarem.

É um enorme universo de fantasia projetado para atrair uma geração mais jovem de jogadores que querem construir jogos por conta própria.

O título é destinado a jogadores criados com o Minecraft, o segundo jogo mais vendido de todos os tempos, que fornece aos usuários materiais de construção para edifícios e aldeias. Ele atraiu um número considerável de jogadores com menos de 15 anos, embora a maioria deles tenha mais de 28 anos até agora, disse Olifiers.

Durante o desenvolvimento de Worlds Adrift, esses jogadores criaram 10 mil ilhas, das quais 450 aparecerão quando o jogo for lançado no modo de "acesso antecipado", o que significa que ainda está em construção e sujeito a alterações. O lançamento geral é esperado para dentro de um ano, disse Olifiers, um jornalista brasileiro de games que se tornou empresário.

O jogo começou a ser vendido nesta quinta-feira em seu seu site oficial em duas versões, a R$ 42,74 (standard) e R$ 67,94 (pioneer).